Maria Letra nasceu em Coimbra, a 20 de Setembro de 1938. Escreve poesia desde os 13 anos, idade em que manifestou a sua preferência por esta forma literária. Possui os cursos Comercial e Liceal, completos, tendo aperfeiçoado os seus conhecimentos das línguas Inglesa e Francesa em escolas estrangeiras. Aos 22 anos foi para Londres, onde estudou no conceituado colégio “The West London College”. Foi secretária de direcção e tradutora técnica durante 35 anos, e empresária durante 17.
Deixou Portugal para viver em Itália em 1989, por exigências de trabalho, mas três anos depois fixou residência definitiva no Reino Unido.
Lvros publicaos: “Meus Caminhos de Cristal”, em 2011, e "Meu Pequeno Grande País, em 2017.
Soltei-me das amarras que me prendiam à longa distância de um tempo sem contagem. Mergulhei nas entranhas do desconhecido, em busca de um saber ou de uma miragem, que desse luz a um todo abluído nas águas que o tornaram respeitado e oficialmente consagrado. Não me perdoo tudo o que perdi, durante tantos anos de inconsciência, dominada por inaceitável prepotência. Cavei um abismo no limiar do caos, sem retorno ou concebível solução. Os pesadelos eram tantos e tão maus, que quase enlouqueci de perdição. Não encontrava a saída dessa vida. Mas foi na origem deste meu poema que me encontrei comigo. Decidida, adquiri uma alternativa e uma paz serena
Nasci forte e destemida. Sou Mulher à Portuguesa. Doei seis filhos à vida, dos quais – que grande surpresa! – nasceram catorze netos, todos de rara beleza. São uma fonte de afectos, entre brincadeiras e mimos... Oh! Quanto nos divertimos!
Mesmo que a distância nos afaste, haverá sempre uma força que nos une, no turbilhão de actos em contraste. Enquanto alguém de errar sai sempre impune, um outro grita a vida que merece. Salvé toda a amizade que não perece!
Quanto a mim, para gente assim, darei o meu conselho: olhem-se bem no espelho e respirem fundo. Com um olhar profundo, tentem acalmar, amigas. A falsidade não merece brigas. Encaro a hipocrisia com muita ironia, olhos nos olhos e firmeza aos molhos. Direi, sem pena e de forma serena, a quem me quiser bajular: ponha-se mas é a andar. Aquela com quem quer falar deve ter ido ao teatro, à matinée das quatro. Volte outro ano, num futuro... Com gente assim, não me misturo.
Sigo em busca dum encontro entre o meu ego e eu mesma. Por medo de um desencontro, ora corro como a lebre ora travo, e viro lesma. Não quero que a força quebre, ou que o tempo me consuma. Nas peças da minha vida não consigo ver alguma que me defina, em concreto, um valor absoluto. Desesperada me ofendo de modo um tanto indiscreto, sempre que me precipito. Hoje páro, amanhã luto contra este medo tremendo daquela que agora sou... Mas será que serei eu quem me procura, Deus meu? Algo em mim se complicou e me matou, certamente. Perdi determinação, e sempre que a minha mente se intromete fortemente, em coisas do coração... aí... fraquejo, assustada, por nunca poder prever qual a minha reacção. Neste meu desconhecer a outra que existe em mim... me perco, me precipito. Recuso viver assim! Me sinto inconformada e em constante conflito! Estou só e desencontrada…
Sou alguém vindo não sei de onde, não sei porquê, nem para quê. A vida encarregou-se de transformar-me ao ponto de não reconhecer-me, daí não poder julgar-me, por não entender-me. Aprender a adaptar-me foi a única via que encontrei para não me perder de mim.
Como cidadã consciente da realidade que vivemos em Portugal, hoje reclamo contra a inconsciência de todo aquele que, usufruindo de condições privilegiadas de vida, aceitou ter sido escolhido pelo partido que representa para candidatar-se a primeiro-ministro de um país com milhares de pessoas a viver em condições deploráveis, sabendo, de antemão, que não iria ser fácil tal tarefa.
Eleito sem ter atingido a maioria, entregou-se à tarefa de colocar “remendos” aqui ou ali, tentando criar um clima de contentamento descontente entre o povo. Contudo, é preciso uma boa dose de sangue frio para aceitar essa situação, sabendo, antecipadamente, que não irá ter soluções imediatas para “levar a carta a Garcia”. Nessa impossibilidade, permite-se calar o eco dos gritos vindos da alma de quem está em sofrimento, dando-lhe pequenas “esmolas” que vão sendo oferecidas, como se de regalias se tratasse.
Qualquer candidato que aceite assumir a chefia de um governo não deveria compactuar com incongruências que pusessem em causa a sua consciência absoluta de uma realidade que não deveria pôr em prática, tais como:
a) Uma vez única, num determinado mês, dar uma “esmola” a cada cidadão reformado, como compensação pelos escandalosos aumentos no preço de produtos alimentares, e não só:
b) Haver, neste momento, milhares de pessoas que, por vergonha, muitas vezes já só comem arroz com arroz e batatas com batatas, vivendo, portanto, no limiar da miséria;
c) Termos certos cidadãos – inadmissível! – a sobreviver com a miserável esmola de um subsídio vergonhoso e deplorável de reinserção social;
Um chefe de governo que permite estas incongruências está a candidatar-se a entrar na longa lista de todos quantos colocaram Portugal no caos em que se encontra agora. E, enquanto tudo isso ocorre, esse responsável elemento do governo cumpre o honroso dever de sorrir à população com um ar que eu sinto ser “de quem sabe, mas não diz”, pomposamente protegido pelo célebre manto diáfano de fantasia, a que faço, por vezes, referência, e que o eleva à categoria de promotor de injustiça social, se nada fizer de concreto, imediato e eficaz.
Relativamente a uma considerável camada da população portuguesa, que vive deambulando pelas ruas “in mode” zombie, gostaria que fossem encontradas soluções para essa gente, vítimas directas de desamor e espelhos do que acontece a quem abusa do recurso ao uso permanente de substâncias psicotrópicas, maldição que lhes permite perder a consciência da verdadeira realidade de um mundo em transformação continuada, onde a ofensa à dignidade humana tem lugar de destaque.
Seria bom, também, que terminasse, de vez, a atribuição de culpas a governos anteriores. Essa desculpa já perdeu o prazo de validade. Ao assumir uma posição, há que arregaçar as mangas e provar competência. A incompetência de quem governou anteriormente faz parte do passado. Ou o novo substituto aceita o cargo ou o recusa. A elaboração de um programa concebido com o objectivo efectivo de renovação deste lindo país terá de dar provas do que há a fazer, e não do que poderia ter sido feito. Esse argumento já não "cola" como alibi para futuros erros imperdoáveis.
Ninguém poria em causa a vida privilegiada a que cada cidadão possa, meritoriamente, ter direito. O que deve ser posto em causa, a quem governa um país numa situação deplorável como a que se vive, actualmente, em Portugal, é não permitir-se governar mal, ou “governar-se bem”, sabendo perfeitamente que muita gente está a sucumbir devido à fome ou à ingestão de alimentos prejudiciais à sua saúde, porque não tem condições económicas para comprar melhor. Muita gente morre de fome e de vergonha, e o Estado fecha os olhos a essa realidade. Tais condições incitam, malogradamente, à violência de todo o género. Lugares de elevada responsabilidade, como o de primeiro-ministro – e não só – deveriam ser preenchidos por pessoas que não permitissem a esmola, em detrimento da elaboração de um claro programa de mudança radical, justo e transparente. “Dar esmola” ofende, mais ainda se o que se pretende é, tão-somente, apaziguar a revolta.
A concluir este manifesto de preocupação e de desagrado:
"A história parece repetir-se, e na Assembleia da República paira uma impávida expectativa de um “dois mil e qualquer coisa” que, forçosamente, recorda aos mais atentos e conhecedores de causa, o ano de mil novecentos e vinte e seis, em que a ditadura nacional se impôs. Isso é uma das coisas que a maioria não gostaria que voltasse a acontecer...”
Inicio este meu manifesto esclarecendo, primeiramente, que não tenho qualquer vantagem comercial com a publicação deste post. Desde a criação do meu site, em 2020, que tenho enfrentado um problema cada vez mais incómodo: o permanente aparecimento de spam nos comentários do que publico. O administrador do meu site tentou, permanentemente. quase todas as maneiras de lidar com este massacrante problema. Utilizou vários plugins e, por fim, no desespero, acabou desabilitando a opção de permitir comentários, medida que não é aconselhável mas, como referi, já estava desesperada. Até que, milagrosamente, descobriu o Anti-Spam do CleanTalk. Sinceramente, inicialmente, pensei que seria apenas mais um daqueles tantos plugins que instalaria no meu WordPress com poucas esperanças de livrar-me dessa praga -como muito bem sabe quem usa a plataforma. O facto é que, durante o período de teste, os malditos comentários de spam foram completamente neutralizados. Espantada, afirmo feliz ter decidido comprar a licença. Nunca mais tive estresse ou dores de cabeça por causa dessa verdadeira praga! Quem usa WordPress sabe, exactamente, a que me estou referindo. Conclusão: instale e experimente! Veja você mesmo os resultados e tire as suas próprias conclusões! Aqui está o respectivo link: https://cleantalk.org/ Muito grata, CleanTalk!
Esta saudade que sinto dói-me tanto quanto a resistência que perdi ao saber que partiste deste mundo. Foram muitos os anos que, entretanto, não conseguindo evitar pensar em ti, fui cavando em mim um mal profundo.
Tu eras vida e fogo, em minha vida. Vivia na esperança de que um dia passaria do sonho à realidade... Mas o tempo corria e eu... perdida na estrada mal amada em que seguia, queimava o tempo de forma inadequada.
O futuro que quis não é mais nosso. Estou farta desta vida de aquiescência contra a qual não quero mais lutar. Oh... esta dor com a qual não posso! Cada pedaço de mim é desistência, é barco abandonado, a naufragar.
Eu queria apenas ver-te, se pudesse... Não sei como... nem quando, meu amor. O tempo que tivemos... se perdeu. Aquilo que esperava que ele me desse não caberá no tempo ao meu dispor. Deixou de pertencer-me. Não é meu.
Não sei por que estou viva. Sou refém de mil pendentes esperando solução, para depois partir em liberdade. Não estás mais aqui. Estás num Além com o qual não tenho ligação e não consigo vencer esta saudade.
Quando existe uma situação de candidatura para a eleição de um novo chefe de governo, durante aquele período ando numa azáfama, na tentativa de perceber quem tem as melhores propostas de actuação. Tenho o cuidado de ouvir todas as acusações que cada candidato faz aos parceiros de campanha. Tento percepcionar bem os argumentos de cada um, contudo, geralmente acabo frustrada porque todos tentam iludir-me, e nenhum me convence. Cada um julga-se melhor do que os outros e, no geral, sinto que todos se consideram muito bem preparados para enfrentar o futuro.
É sabido que cada candidato a chefe de governo dá o melhor de si para vencer, mas normalmente sem convencer quem está de olhos bem abertos. No meu caso, e depois de reflectir cuidadosamente sobre a posição a assumir, acabo por fazer sempre o mesmo: voto no que foi eleito!
Após a eleição do escolhido pelo povo, faço sempre o mesmo: sento-me numa cadeira muito bem refestelada e espero que comece a onda de acusações ao governo anterior, à guisa de pré-justificação dos erros que, eventualmente, venha a cometer. E não tenho de me preocupar com o cenário, pois uso sempre o do ano anterior.
Sou fruto do casamento entre um jovem perfeccionista, Pai a cem por cento, e uma jovem maternalista, exemplar e dedicada. Fui por eles bem educada. Amo profundamente o mundo, mas nunca o que, através dele, se transforma em algo imundo: medo, egoísmo, vil traição, materialismo, perversão. Meus mecanismos de proteção: intransigência ao obverso do que vem por bem do universo. Caráter e personalidade, moldei-os na adversidade. Foram oitenta anos de luta, marcante, feroz, mas absoluta. A forma como estou na vida tornou-me frágil, mas decidida.. Sem crenças ideológicas ou teorias filosóficas, Viso a libertação de quem vive oprimido e sem ninguém. Com quem coabito… dou-me bem, basta apenas que me respeitem e que eu os respeite também. Sigo numa estrada errada que, de certeza, não escolhi... tal como o que adveio daí. Desilusões? Oh! Tive tantas! Contudo, hoje, já não me matam. O corpo já morreu! E a alma… dependerá de como a tratam. Restam-me bem dezanove luzes com que tu, ó vida, me seduzes.
Gerou-se em Portugal – e no mundo, com outros contornos adicionais – um clima angustiante de notícias relatando a prática de crimes horrendos, que estão a perturbar até os seres menos susceptíveis a distúrbios emocionais. Mas o que estará a passar-se para que pais matem filhos e casais se matem entre si, sem qualquer respeito pela vida a que todos têm direito? Que acção têm desenvolvido as supostas instituições humanitárias existentes? Sinto-me completamente desolada e confusa. Já não me basta, como justificação, as causas mais marcantes e variadas que possam provocar tais comportamentos.
Estaremos no limiar da eclosão de uma guerra sem precedentes, cujas consequências serão catastróficas para todos os seres do mundo, ou a consciência humanitária acabará por encontrar uma forma surpreendente de evitar o caos absoluto?
Ser Mulher está para além do género a que pertence. Ela é Força, Coragem, Mérito, Excelência. Não aceita ser refém de quem a julga diferente. Repudia vassalagem a quem lhe exerce violência. Aguenta os seus defeitos porque os considera efémeros. Tem deveres e tem direitos comuns a todos os géneros. Quem não está neste padrão chama-se Mulher Excepção.
O que se passa, relativamente às sondagens sobre quem está em vantagem, politicamente, neste momento, revela bem que o quadro é preocupante. Não porque a direita está em vantagem, naturalmente, mas porque o clima geral que se tem vivido denunciava, há muito tempo, o crescente sucesso de um trabalho que tem vindo a ser levado a cabo pelas forças opostas às causas que estão na origem da relização da célebre Revolução de Abril de 1974.
Dado o grande entusiasmo da população após a Revolução, a direita sabia, de antemão, que iria precisar de muitos anos para acalmar o entusiasmo da população. Tratava-se de enfrentar a pouca cultura de um povo, os seus valores morais e a sua educação, e sabia também que seria necessário iniciar esta tarefa pegando-lhe pela ponta justa. Impunha enfrentar o árduo trabalho de “dar a volta” a mentalidades que, após a “Revolução dos Cravos”, estavam mais a favor da esquerda, na esperança de ser-lhes dado aquilo a que tinham, absolutamente, direito. O tempo é o grande mestre na execução de tarefas deste calibre.
Emoções fortes provocam reacções da parte do povo que, impulsionado pelo seu partido favorito, vai reagindo através de posições clubistas, como se de futebol se tratasse. E assim começam acções com o propósito de minar a atmosfera. Vão surgindo, lentamente, figuras de destaque político, prontas a actuar publicamente. O resto... já todos conhecemos. Uns vão-se perdendo pelo caminho, no entusiasmo daquilo que os move, mas também os denuncia. Outros, mais sólidos nos objectivos a atingir, podem acabar por permanecer neste ambiente cheio de falsos cenários durante longo tempo... até que sejam desmascarados.
O amor genuíno pelo próximo não concebe partidarismos nem jogos de interesses que visem beneficiar uns em detrimento de outros, carentes de uma justiça social transparente e equitativa. Esta é transversal a todos, se a sua raiz for saudável.
Para além do palpável, visível e perceptível, esconde-se um Mistério, onde tudo é mutável. Nesse suposto império, onde somos marionetas, parece estar alguém, atento ao que projectas. Não tomes como seguro o que possas desejar, para bem do teu futuro. Num súbito volte-face, acaba por desabar aquele teu lindo plano que contavas resultasse. Seria puro engano? Quando virás a saber? Num mês, num dia, num ano? A resposta tardará, mas surgirá, podes crer.
Avizinhei-me do local onde, um dia, me beijaste. Sabia que não te encontraria. O farol que outrora me levou ali fez-se guia de tudo o que sonhaste. Transformava cada amanhã num breve agora. Irradiava tristeza, uma tristeza sombria, densa... Já nada me prendia àquela praia, como antigamente. Abraçava-me somente a saudade da tua presença. Procurei algo que iluminasse a minha mente e me convidasse a estar, a reviver, a recordar, mas a minha alma nada reconhecia. Faltavas tu. Imaginei o cenário que vivi ali: o sol, o mar, o odor a maresia... Um todo errado, rígido, cru, porque faltavas tu. Quanto daria, Amor, por um minuto apenas, abraçada a ti. Quanto mal me faz não ver-te, não sentir-te, não reviver aquelas noites serenas em que gerei mil sonhos... mas nunca o de perder-te.
“Dei alpiste ao passarinho, senão morria de fome. Há três dias que não come.” ......
Se tem alguma beleza este curtinho poema que fiz de improviso, quando era pequena... é bom que sirva de aviso este seu tema, porque de grão a grão nutrimos um coração de forma plena.
Onde quer que tu estejas, meu amor, faz-me sentir-te... e que tu me escutas quando o breu da noite se avizinha. Tira-me deste inferno, desta dor de não te ter, das verdades absolutas que nos afastaram. Foi escolha minha. Espero que tu consigas entender. Peço perdão. Está para além de mim a decisão que tomei, sem te dizer.
Faz-me acreditar que estás aqui. Que não fui condenada a viver sem ti. Que o teu silêncio, amor, não perdure, e que este meu querer-te jamais finda. Regressa a mim e perdoa-me se puderes. Tu não pertences a esse além, ainda. Preciso que minha alma sofrida cure. Tu foste a luz da minha vida triste. Morri para sempre quando tu partiste.
Mas se nada, meu bem, te trouxer de volta, Já nada, também, me prenderá aqui. Não quererei sustentar esta revolta. Embalarei nos meus braços a coragem e iniciarei a tão desejada viagem. Começará, então, uma nova fase que, defendo, de alma e coração. O meu corpo poderia viver sem ti, mas a minha alma, certamente, não!
No silêncio, exorcizo males que sofri na vida. Se não me sinto vencida, continuo vencedora. Uma coisa só preciso: calar as penas que sinto, e, enquanto assim, calada, gritando as penas que tenho dentro de mim, expostas... comparo qual o tamanho das minhas, com tantas mais, que outros levam às costas... Acalmo. As minhas penas podem matar-me de dores, mas, mesmo assim, são pequenas. Há outras muito maiores, causadas, principalmente, por tanta falta de AMOR!
"Viver com liberdade é melhor do que viver com repressão." [sic]
Estou integralmente de acordo com esta reflexão de V. Ex.ª, mas muita coisa terá de mudar no nosso país para que sintamos a liberdade implícita nesta expressão. Não sei até que ponto o que está a passar-se em Portugal, relativamente à prática de crimes hediondos e outras formas de violência, quase generalizada e assustadora, não será o reflexo de uma repressão camuflada, daí limitar-me a referir a frase acima. 1. Quem quiser alimentar-se bem em Portugal — considerando o salário mínimo nacional e o subsídio de reintegração vergonhosos — tem de dispor de rendimento suficiente para o fazer; caso contrário, estará a candidatar-se a doente.
2. Quem precisar de assistência médica e não tiver rendimento suficiente para recorrer ao privado, fica entregue ao SNS, que está paupérrimo, como todos sabemos.
3. Os pais que, obviamente, precisam de trabalhar, fazem-no em condições absolutamente desajustadas àquilo que exige a educação de uma criança. Consequentemente, assistimos a situações de causa-efeito inadmissíveis, porque geram conflitos nas escolas, por exemplo, onde o professor sofre as respectivas consequências.
Estes três pontos fulcrais bastarão para exemplificar algo muito básico, mas de primordial importância, que compete aos governantes gerir com conhecimento profundo e muita determinação. Mas não! O povo continua a escolher um seu representante no governo segundo a escolha feita pelo seu partido preferido, como se se tratasse do seu clube desportivo favorito, e não a competência e o bom nome do candidato em proposta.
São inúmeras as averiguações ainda em curso, relativas a muitos elementos que fizeram parte do governo ou foram responsáveis por importantes cargos em grandes empresas deste país, alguns dos quais estão/serão até eleitos para ocupar altos cargos no estrangeiro, que exigem elevada competência e honestidade. Eu sei que o praticante de um crime é inocente até que seja provado o contrário, mas não deveria candidatar-se a fosse o que fosse antes de ser provada a sua inocência.
Defendo a democracia veementemente, mas, por favor, Senhor Presidente, permita-me questionar a afirmação de V. Ex.ª perante o cenário que temos diante dos nossos olhos neste momento em Portugal, porque a repressão pode sentir-se de várias formas. Tal reflexão carece de ajuste adequado.
"O cidadão que é obrigado a viver em condições reprováveis sofre a repressão de não lhe ser consentido usufruir de uma vida digna, no verdadeiro sentido das palavras."
Desperta fico sonhando nesse lindo tempo, quando, inocente e especial, eu cria no Pai Natal. Que saudade desse tempo! Mas um triste contratempo acabou por ocorrer, e fez o sonho morrer. O adulto, nesta cena, é sempre quem contracena com a inocência pura. E pode ser a altura duma porta entreaberta conduzir à descoberta de que o papá real também é Papá Natal. E vem a desilusão — a primeira, até então… Surge a desconfiança no coração da criança, e aquilo que conduz a ter de repor a luz que o sonho lhe traz à vida. Bem cedo vira mentira o que a criança admira.
Desperto e logo desejo continuar a dormir, porque, acordada, não vejo a forma de colorir o cenário desta peça a que chamam "Existir".
Eu não tenho mais cabeça para inventar um viver que não deixe que envelheça mesmo antes de envelhecer. É que aquilo com que sonho não é um existir qualquer.
A pergunta que me ponho é se haverá um modelo de sonhar, sem que esse sonho não termine em pesadelo... pela exaustão que prevejo por tanto que me acautelo.
Se "Existir" não deixar tornar sonhos realidade... amigos, por este andar, acabamos, na verdade, por escolher adormecer para não ver a maldade...
Desgasto-me de raiva por não vencer o medo, causado pela fraqueza que sinto em mim, agora. Oh! Quem me dera travar este arremedo da mulher forte que eu encarnava outrora.
Quisera conseguir ultrapassar o tempo, chegar a vencedora de tudo o que criei, mas as pernas cedem perante o contratempo de ser tarde demais pra tanto que almejei.
As dores vão aumentando enquanto as folhas secam, e perdem-se vontades geradas com amor durante tantas fases, tão densas de fulgor.
Enquanto fui gerando sonhos que obcecam, não dei pelo desgaste da alma consumida por tudo o que, então, fiz sem respeitar a vida.
Ninguém deverá julgar a posição assumida por alguém em pleno domínio do seu raciocínio. Numa decisão contestada, há que respeitar o que só o próprio conhece de si e dos traumas que foram moldando as suas vontades, à medida que foi envelhecendo, por exemplo. Os afectos têm aqui um papel muito importante, sobretudo se pensarmos no efeito causado pela sua ausência ao longo da vida dessa pessoa que, com o tempo, pode tornar-se fria e indiferente. Através do seu raciocínio indutivo, ela pode chegar à conclusão de que quem não a ama não a merece e, por isso, corta radicalmente com quem a magoou, deixando de dar-lhe atenção.
Todos os dias são especiais. Uns... são de nada outros... são de mais! Há desejados feriados para serem festejados, por variadas razões; geram lindas reuniões. Encontrei uma solução: bastaria que o abelhudo daquele chamado de entrudo estivesse, enfim, preparado e muito bem aprontado para uma grande proeza: mascarar a multidão do que tem no coração contra o que tem na cabeça.
E no dia de São Valentim? Que treta! Eu penso assim: Uns vão jantar com a esposa, mas...traidores como a raposa... praticam o acto constante de estar depois com a amante. E viva a hipocrisia! Contudo, ainda há casais nutrindo um bem especial pela pessoa que amam e que jamais trairão! Esses… em pura verdade, prezam a sua paixão! Ai se o coração falasse... Talvez a todos contasse o que poucos saberão.
Perguntam-me quem sou eu, e o que foi que aconteceu, para sentir-me perdida. Não saberei responder. Perdi-me logo ao nascer, mas fiquei bem presa à vida . Posso não saber quem sou, por que caminho é que vou, ou qual será o meu fim, mas sei que, enquanto viver, tenho o honroso dever de ser eu mesma. Isso sim!
Se ama, trave a ira, não imponha, sugira. Perante uma contenda, não agrida, entenda. Se ama, não insulte nem imponha... ausculte! Se sabe que foi traída, deixe que o coração decida. Se foi você a tradora... termine já, sem demora.
Não gostaria de ser comentada como estando com uma grande “dor de cotovelo”, devido a ter sido uma das centenas ou mesmo milhares de “vítimas” de publicidade falaciosa enviada para endereços electrónicos, até porque a minha posição perante o que recebo na minha caixa de entrada segue directamente para o lixo.
É inaceitável ser permitido o envio de certos e-mails falsos, informando, com um ridículo alarido de persuasão e oportunismo, segundo o qual os receptores dos mesmos ganharam um determinado atraente produto.
Claro está que, no seguimento deste anúncio ilusório, com direito a emojis aliciantes, segue-se a previsível informação de que o atingido, após esta fase de entusiasmo, passa a expectante sentado numa cadeira, se estiver disposto a ser submetido a um procedimento definido pelo expedidor do respectivo e-mail. Quanto a mim, repito, isto tem o interesse que lhe quiserem atribuir, mas merece menção por considerar tais anúncios uma ofensa à inteligência de quem está atento a golpes de baú.
O stress infernal da vida actual destrói, lenta mas inexoravelmente, a vida das pessoas que são “obrigadas” a lidar com ele, por exigência geral de um sistema que não tem capacidade para alterar esta situação, devido a muitíssimas e variadas razões implícitas num todo “intocável”, cuja raiz foi apodrecendo ao longo de séculos de poder adquirido. Este stress, infelizmente, começa a deixar marcas também, subitamente, em cada filho que venha a nascer, perpetuando-se durante a sua vida, de geração em geração, se não for por ele “interrompido a talho de foice”, por opções diferentes de viver a vida.