QUANTO DARIA, AMOR…


Avizinhei-me do local
onde, um dia, me beijaste.
Sabia que não te encontraria.
O farol que outrora me levou ali
fez-se guia de tudo o que sonhaste.
Transformava cada amanhã
num breve agora.
Irradiava tristeza,
uma tristeza sombria, densa...
Já nada me prendia àquela praia,
como antigamente.
Abraçava-me somente
a saudade da tua presença.
Procurei algo
que iluminasse a minha mente
e me convidasse a estar,
a reviver, a recordar,
mas a minha alma nada reconhecia.
Faltavas tu.
Imaginei o cenário que vivi ali:
o sol, o mar,
o odor a maresia...
Um todo errado, rígido, cru,
porque faltavas tu.
Quanto daria, Amor,
por um minuto apenas,
abraçada a ti.
Quanto mal me faz não ver-te,
não sentir-te, não reviver
aquelas noites serenas
em que gerei mil sonhos...
mas nunca o de perder-te.


Data da criação deste conteúdo:
2021-02-28