Num baú já muito antigo, repleto de recordações, reencontrei-me com as tuas cartas. Estavam todas juntas, já sem cor, muito em jeito de terem sido amarradas na tua infinita dor. Tu não conseguiste perdoar-te todo o mal que me fizeste, tal como eu não soube ultrapassar ainda o que, ao longo do tempo, tu me disseste.
Procuro-te dentro de mim, mas de ti já pouco tenho. Só resta um sentimento que mantenho: o da Superação, mas culpo-me das penosas concessões que, consciente, me fiz, e das quais tu, meu eleito no passado, te sentiste culpado.
Não rasgarei as cartas que hoje li e reli. Elas são o meu único testemunho, ainda presente, do que significa “Não Esquecer”, mas “Perdoar”. Sim, porque houve entre nós um passado a respeitar.
E foram anos de dor entre paredes, escrevendo sobre tanto que nem sei se o que compus, por amor, são só rascunhos, gemidos, ou livros que, em mim, guardei.
Tendo profunda consciência da mudança que se operou na vida de cada pessoa, a partir de 2019 - a qual enfrentei com muita resiliência - vou realizando múltiplas mudanças que carecem, ainda, de ajustamento progressivo àquilo que são hoje as necessidades de alguns elementos da minha famĩlia. A vida que vivemos hoje, poderá não voltar a ser a mesma que vivemos no passado.
A ambição é um desejo de algo que não teremos, mas que bem queremos ter. Será justo ter o ensejo, mas sem cair nos extremos, desse algo mais obter.
Tal ambição… é demais se muitas outras virão, provocando o exagero de querer cada vez mais. Daí, então, resultarão a crise e o desespero.
Se tu não páras a tempo, tudo pode acontecer, e, portanto, eu te aconselho: antes dum mau contratempo, tenta já retroceder e olha-te bem num espelho.
Teus olhos estão esbugalhados, teus cabelos muito fracos, oleosos e sem jeito. Os teus bens estão penhorados, teus instintos são velhacos, já ninguém te tem respeito.
A Preguiça é uma grande inimiga do progresso e da vida. Há lutas que travo que darão resposta a acontecimentos do meu dia-a-dia, sempre pensando na conquista de um futuro melhor. O meu Ter e o meu Haver são valores muito activos, virados mais para o espírito do que para a matéria. Dado que me têm dado muito mais do que aquilo que merecerei, tenho um saldo muito positivo, a despeito de alguns razoáveis desamores de quem menos esperaria.
O tempo livre de que dispunha hoje, para escrever, está a esgotar-se. Falta-me, porém, o equilíbrio necessário para que as palavras possam fluir. Estou desencantada com as minhas reacções. Não sinto mais aquele fervilhar estimulante que me deixava viver em paralelo com os contratempos, estado esse que me ia facultando suficiente liberdade de acção para transpor as barreiras que me iam sendo colocadas, ao longo da vida. Mais do que a busca de um ombro amigo, escrever sempre foi a minha preferência de ter encontros comigo mesma. Hoje, porém, atingi um estado de saturação que me impede de concentrar-me na execução daquilo que me dava tanto prazer e que me permitia neutralizar, razoavelmente bem, as minhas preocupações. Escrevendo, conseguia libertar-me, completamente, daquilo que não queria recordar.
Neste momento procuro inspiração, mas as palavras não surgem e o tema que tinha em mente enfrentar, perdeu-se na minha inacção. Atingi uma idade em que prefiro escrever , maioritariamente sobre temas do presente, e não sobre o que tanto mal me fez no passado, ou sobre o que gostaria de ter sido, e não consegui, por várias circunstâncias. As minhas reflexões sobre o meu passado são imutáveis, mas tento evitar que possam, eventualmente, acabar por prejudicar uma evolução positiva que tanto ambiciono. Preciso de organizar as minhas ideias, baralhadas num tempo passado que me parece ainda, demasiadamente próximo.
É tarde e não consigo concentrar-me, porque nem sempre a minha mente se propõe sobrepor-se a este sentimento perturbador, que não me permite que as ideias fluam organizadas. Arrisco-me a perder-me pelo caminho e acabe por não perceber onde quereria chegar quando, hoje, decidi escrever. No meu dia-a-dia, faço o que posso, não o que gostaria de fazer. Vivo como posso, não como gostaria de viver. Assim acontece com a escrita. Deixo-me vaguear ao sabor desta indecisão, à mercê da inspiração e, enquanto esta sensação não passa, atiro para o papel pedaços do que sinto. Mas hoje não tenho forças para comandar este turpor. Escrevo, apago e volto a tentar escrever. Porque deveria ser diferente, se sou vítima directa dum estado de coisas que repugna-me admitir estarem irremediavelmente perdidas? Sim, eu sei que se toda a humanidade se revelasse condenada à inacção que sinto hoje, o mundo não melhoraria porque passaríamos todos a viver no modo zombie...
Estamos reduzidos a pobres criaturas obrigadas a obedecer a leis impostas sabe Deus por quem, se não tivermos força suficiente para lutar pela mudança da realidade que enfrentamos. Como poderemos ter objectivos na vida quando, tantas vezes, surge alguém que nos puxa o tapete debaixo dos nossos pés - exactamente quando julgávamos estarmos a alcançar a vitória? Repentinamente, sem se saber de onde, surge o "inesperado", uma qualquer “pouca sorte” que faz-nos acumular mais um problema a outros já existentes. Vítimas dum sistema corrupto, quase não temos forças para prosseguir na luta que tínhamos encetado um dia, já nem nos lembraremos quando.
Será melhor ficar por aqui. Se começo a descrever o que penso da sociedade em que vivemos, actualmente, não conseguirei o meu objectivo de sempre: escrever com coerência, sobre o presente que estamos a viver em todo o mundo. Nunca fui mulher de desistências, seja do que fôr, mas hoje vou desistir de reencontrar o tema sôbre o qual a minha inspiração, não existente, deveria dissertar. Espero que amanhã a minha necessidade de escrever volte a revelar-se. Quem sabe será um maravilhoso dia, tanto para mim como para tantas outras pessoas, vitimas dum sistema onde impera a lei do “salve-se quem puder e como possível”. Entretanto, a guerra continua a destruir, os assaltos continuam a aumentar, os abusos de toda a espécie continuam a instalar o terror... Inúmeras vozes permanecem em silêncio, com enorme vontade de gritar, mas não se fazem ouvir porque existe um sentimento desgastante de que ninguém irá ouvi-las. Paira uma sensação de mordaça que aperta, que não nos deixa gritar aos ouvidos moucos de quem ignora o sofrimento. Entretanto, indiferente a este lado da humanidade, escuro como breu, coexiste um outro cheio de brilhos estonteantes, com exageradas regalias que são, permanentemente, usurpadas daqueles que deveriam ter nem que fosse apenas algumas. Esta louca atmosfera que vivemos deixa-nos abafados, sem capacidade para encontrarmos sábios estratagemas que poham um fim no lado preverso do mundo.
Teria sido incoerente em tudo o que escrevi, mas fui fiel a uma realidade inexoravelmente comum a tantas pessoas como eu: a Insuportável Impotência da humanidade, perante o panorama geral do que se passa no mundo.
Às 09h:50m, tinha aterrado em Londres, vinda de Portugal. Estava de regresso a minha casa, com um tempo de arrepiar qualquer frágil pardalito que ousasse voar nesta típica atmosfera húmida e fria. Feita pardalita-mor, tive coragem suficiente para, depois de tomar um reconfortante pequeno almoço, no aeroporto, meter pés ao caminho, enfrentando um nevoeiro pestilento, e partir para a segunda etapa da minha viagem, em direcção ao meu ninho de prata.
Deixei as duas malas, maiores e mais pesadas do que eu, e fui direitinha para o supermercado Sainsbury's, comprar aquilo que não havia na despensa para alimentar este corpinho que, em silêncio e com um sorriso nos lábios, teve a distinta arrogância de recusar o que a sua cabecinha pensadora disse, de si para si: " Vai mas é dormir um pouco, que o teu mal é sono!
Enganei-me redondamente. Ainda arrumei um trolley de mercearia e mais cinco sacos que não sei como consegui levar até casa, sob o olhar espantado do condutor do autocarro, que me observava pensando: "Esta aqui deve ser passada dos carretos"!...
Como boa fadinha do meu lar, enchi a máquina de lavar roupa, pus-me a limpar o interior do frigorífico, para colocar nele o que comprei, e fui preparar qualquer coisa para o almoço. Estava exausta! Tentava em vão combater este meu teimoso carácter virginiano, mas era superior a mim disfarçar o desconforto de estar sozinha em casa. Submeter-me ao repouso não fazia parte dos meus planos, quando a casa implorava limpeza. Tive de antecipar o meu regresso a Londres, por compromissos de trabalho, e sentia que a solidão estaria a corroer-me a mente. Sempre foi difícil para mim ir descansar sem que tudo à minha volta estivesse como eu desejava. Prossegui, portanto, nesta desnecessária pressa de restabelecer a ordem em casa, mas fui sentindo que valeria a pena ir descansar... e desvinculei-me da missão que, desta vez, não consegui terminar.
A avaliar pela minha confortável posição, na minha querida caminha, não me pareceu que iria dormir. Pensava, de mim para mim: - Não te ponhas a contactar seja quem for em Portugal pois a esta hora, estará toda a gente a ver as fastidiosas telenovelas da tarde. Pensarão, então, que estarei a escrever mais um poema ou a sonhar com uns deliciosos bolinhos de bacalhau que, tão cedo, não voltarei a comer. Será melhor ficar por aqui...
“Dei alpiste ao passarinho, senão morria de fome. Há três dias que não come.” ......
Se tem alguma beleza este curtinho poema que fiz de improviso, quando era pequena... é bom que sirva de aviso este seu tema, porque de grão a grão nutrimos um coração de forma plena.
• A Arte é uma manifestação espiritual do seu criador, quando intrinsecamente desligada de valores materiais.
• A interpretação do valor de uma obra de arte - enquanto manifestação espiritual do seu criador - dependerá do tipo de impacto que possa gerar em cada ser humano que a observa.
• Os diferentes impactos que uma obra de arte gera em cada indivíduo, poderão servir de análise dos diversos tipos de personalidade e de caráter do ser humano.
Nunca deixei que os medos paralisassem os meus planos, daí ter feito algumas asneiras na minha vida. Não basta esperar que sejamos bem sucedidos. É preciso estarmos atentos ao lobo que, infelizmente, espreita em cada esquina.
Sendo a reflexão “um processo mental fundamental que permite a análise e a avaliação de ideias, comportamentos e crenças.”, pergunto-me, várias vezes, de que serve a reflexão se os valores de um elevadíssimo número de quem se predispõe a reflectir estiverem corrompidos por defeitos básicos, tais como,
- de educação - de cultura adquirida - de saúde mental
Há alguma certeza de que os padrões que possam estar a ser considerados como regras ideais de comportamento e de acção perante a sociedade, prevaleçam sempre, face à multiplicidade de factores que, certa e definitivamente, influenciam o julgamento dos mesmos nas diferentes sociedades espalhadas pelo mundo? Como poderá esta multiplicidade de factores - que está na base de grandes conflitos mundiais – ser neutralizada? Considerando os incomensuráveis interesses económicos que se sobrepoẽm a tanto argumento, quando da realização de inúmeras conferências mundiais no sentido de minimizar danos, quer-me parecer que o resultado de uma reflexão reflectir-se-á sempre positiva para uns, e muito negativa para outros – os que fomentam a guerra para imporem os seus objectivos.
As marcas infligidas na Mulher, vítima de violência doméstica, são irreversíveis, condenando-a à perpétua condição de alguém perseguida por medos permanentes, se não for convenientemente assistida após a sua libertação do agressor.
Gaivotinhas, gaivotinhas, tragam meu amor de volta!
Por fora dói-me o rabinho, por dentro sinto a revolta ...
dura como este banquinho em que, sentadinha, espero!
Fico a pensar, feita mona,
se é isto mesmo que eu quero
ou uma fofa poltrona!
Não tenho razões para sentir-me completamen- te feliz com a vida, como ela está, sobretudo neste momento. Tenho, porém, razões para acre- ditar no que possamos fazer para que ela melhore, nomeadamente alertando quem governa o país, para o caos em que temos os sectores principais que de- veriam garantir uma vida digna a cada cidadão.
Quando, para concretizares uma tua ambição, passas por cima do respeito que deves aos outros, deixas de ser ambicioso e passas ao estatuto de ganancioso.
Que não se espere paz de gente que ama a guerra Há que criar o modo de pôr fim a vis projectos que impedem os amantes da Vida aqui na Terra, de gerar a Paz, liberta de propósitos abjectos.
• Quando sentires que à tua volta tudo parece ruir… e que a tua revolta não te deixa reflectir;
• Quando quem tu amas não pára de magoar-te, não percas o control e silencia a dor que possa causar-te;
• Se precisares de ajuda, nesse teu drama, procura um técnico e clama;
• Verás que aquilo que parecia ser um muro a desabar sobre ti, é uma luz que te conduz;
• Abraça o que dela emana. Serás do teu destino a soberana;
• Luta pela tua vida e pelo teu bem. Retribui a graça, ajudando alguém.
1. Se há produtos alimentares cuja composição é considerada prejudicial à saúde, porque se autoriza o seu fabrico ou, no mínimo, por que não se coloca, depois da sua composição, a respectiva advertência? Não podemos negligenciar que um grande número da população desconhece quais as implicações que cada elemento adicionado ao produto, representa para a saúde.
a) Nós somos, também, aquilo que comemos.
b) Quanto mais doentes houver, mais complicada se torna, para o Serviço Nacional de Saúde,
a gestão do orçamento disponível.
c) A carência de saúde tem implicações na actividade intelectual e física de cada cidadão.
2. Se há bebidas que são, igualmente, prejudiciais à saúde - especialmente para os rins -
deveriam ser retiradas do mercado. No caso das bebidas alcoólicas, por exemplo, deveriam ser
estabelecidas regras adequadas, para o seu fornecimento.
a) O álcool é uma das grandes causas de violência, nas mais variadas vertentes da sociedade.
b) O aumento do crime gera medos na população, consequentemente, gera também
instabilidade social, a todos os níveis.
3. Uma boa gestão do que impede o progresso, elimina, gradualmente, os riscos do seu retrocesso
ou a sua completa estagnação.
a) Os princípios a respeitar para a criação de fundamentos sólidos de uma sociedade, não
deverão ser considerados anti-democráticos.
b) Considero que procurar corrigir elementos claramente negativos para a humanidade,
através de sugestões e respectivas conclusões aceites por unanimidade por pessoas
superiormente formadas para esse efeito, não pode ser considerado uma atitude impositiva.
Esse tipo de conceito só poderá ser compreendido se originário da mente de quem quer
conquistar fortunas à custa da ignorância de quem tem o ávido objectivo de enriquecer,
mesmo que prejudicando a saúde dos outros.
O Fulano, o Sicrano e o Beltrano são um trio muito suspeito. Nem eles sabem quem são. O Fulano… não tem nome. O Sicrano, também não. O penetra do Beltrano, no meio da confusão... juntou-se aos dois por engano.
A liberdade deixa de ser uma ilusão se nos libertarmos das amarras que nos mantêm prisioneiros de algo. Apenas pratique o que for adequado aos seus próprios interesses saudáveis. A liberdade é adquirida, não posta à disposição de quem serve interesses que provocam a falta de liberdade.
Quando, um dia, for velhinha.
- mas não estiver muito mal -
quero tornar-me vizinha
dum tranquilo hospital
e, ainda... duma escola bem zelada,
porque há algo que eu anseio:
seguir ouvindo, deliciada,
as crianças no recreio.
Nunca amaldiçoei a minha sorte, nem os lobos que encontrei pelos caminhos que percorri. Soube aprender com as lições que a vida me deu. No erro, enchi o peito de ar, o coração de amor, e parti para uma nova luta, procurando não pensar mais no passado.
Há por aí uns ‘musicistas’ que nos dão música a rodos - impregnada de engodos. Chamemos-lhes... vigaristas! Dão-nos ‘baile’ noite e dia, duma maneira impudente. Bem haja quem, previdente, nesse ‘bailar’ não confia.
Procurava uma mulher da praia, que vestisse como antigamente, de avental e lenço na cabeça. Só essas poderão responder às mil perguntas que tenho para lhes fazer. Tenho um interesse insaciável de saber tudo o que puder desta terra mágica, que nos prende a ela, inexoravelmente, para toda a vida. Só elas sabem tudo e conhecem todos... Queria falar com Mulheres da minha idade, aproximadamente, para que fossem capazes de perceber o que ansiava saber das muitas coisas que gravei na minha memória. Só elas serão capazes de falar-me dum passado que me pertence também. Mulheres com rugas, de pele morena queimada e dura como a coragem com que enfrentaram sempre o trabalho, de sol a sol. A maioria vendia peixe, que era transportado em cima do burro que as conduzia da Praia de Vieira de Leiria à Marinha Grande. Essas não podem compreender os jovens de hoje e falam com orgulho da sua coragem e dessa força com que procuravam vencer todos os dramas e todos os obstáculos. A alma delas parece gritar, quando relatam os tempos em que as suas Mães se arrastavam pela areia chorando e pedindo protecção aos seus santos, enquanto os maridos e/ou familiares iam para o mar pescar o peixe que elas iriam vender.
E encontrei! Falei hoje com Argentina Feteira, uma Mulher típica, marcada pela vida mas cheia de força na sua alma. E falou dos seus antepassados de tal modo entusiasmada e interessada em desvendar laços de família que eu fiquei receosa de não estar a perceber nada. Não queria maçá-la com perguntas, mas a sua explicação ultrapassava de tal modo os meus conhecimentos, que receei continuar a conversa e terminar chegando à conclusão de que eu era irmã de mim mesma ou até, sei lá, sobrinha da minha Avó ou filha dela. Era um novelo tal de familiares, que a minha mente ficou toda num sarilho. E dizia-me:
- A ‘nha Mãe, que Deus haja, fez de mim uma mulher às direitas. Passámos muitas dificuldades... mas éramos muito honestos. Tá a ver aquela porta pintada de verde? Era ali que o meu home me vinha namorar todos os dias. Que tempos! Olhe, o meu home é aquele que passou agora...
Mas falava-me de uma mistura de Tomés, de Feteiras e de Letras que me deixou muito confusa. Segundo esta Senhora, nós ainda somos primas, da parte dos Tomés, mas ela também tem Letras na família, pelo que percebi. Mas será que eu teria percebido mesmo?
O que terão estas pessoas de tão particular que são capazes de prender a minha atenção durante longas conversas? Guardam na alma a mesma magia que nos prende a esta terra. Não sou a única a afirmar que a Praia de Vieira de Leiria fica para sempre no coração de quem por aqui passa a sua juventude. Não direi o mesmo relativamente aos que vêm passar férias apenas, que não nasceram cá ou não são familiares de quem aqui nasceu. Esses não poderão nunca compreender a intensidade do sentimento que nos traz a esta praia...
Parte de mim continuará aqui quando eu partir. Trata-se duma localidade a que pertencerei para sempre!
Data da criação deste conteúdo:
2014-09-29
Nota: Livros que recomendo:
Maré Alta de José Loureiro Botas
Os Avieiros de Alves Redol
Sempre me preocupei com o meu futuro, mas sabia bem que ele não dependia só das minhas escolhas. A minha grande falha residiu no facto de não ter protegido bem o chão das estradas em que caminhava e, de vez em quando, levava com cada enxurrada de água, que recorria a um barco a remos para poder seguir em frente. Hoje, que a minha idade já não perdoa erros, decidi passar a viver “ao sabor da marés”.
Disse Camões, com montes de razão...
“Cesse tudo quanto a antiga musa canta...
porque outro valor mais alto se alevanta”!
Hoje, pedir-vos-ei muita atenção. Pensemos nos que em casa têm... nada! É tempo de reflectir, de muito Amar, e a melhor prenda que poderemos dar aos que sofrem, com a voz estrangulada… será: que cada um de nós se atreva a demonstrar o quanto neles pensamos e o quanto, dia-a-dia, nos esforçamos por mudar a direcção que o mundo leva… Digamos, todo o ano, Estou presente! Ninguém merece ser vitima do engano de ser amado no Natal, somente… por culpa de gente, mais do que egoísta, indecente!
I. Hoje, no âmbito deste meu manifesto, abordo um dos muitos “modernismos” particularmente desagradáveis, na língua portuguesa.
É solicitado a um jornalista, ou apresentador, que relate uma determinada ocorrência. Actualmente, é comum ouvirmos esta primeira palavra, "disparada" com uma naturalidade impressionante:
- Dizer que………..
Tal expressão causa arrepios. É uma verdadeira aberração presente em linguagem expressa diariamente, em qualquer canal televisivo… e não só!
II. Existem, igualmente, inúmeras expressões com sistemáticas incorrecções gramaticais, da mesma família desta que exemplifico:
- Estás-me a ouvir? em vez de... - Estás a ouvir-me?- Eu já tinha aceite esse valor, em vez de... - Eu já tinha aceitado esse valor.
Ensinemos as nossas crianças a falar correctamente, logo comecem a pronunciar as primeiras frases. Evitaremos, assim, que criem vícios de linguagem inadmissíveis.
Consciente como sou, nunca culpei ninguém, nem mesmo a minha pessoa, dos meus erros. Já tive oportunidade de dizer que tudo o que fiz mal, na vida, foi feito pensando estar a fazer o meu melhor, portanto, não me acuso de nada. Reconhecer o erro duma posição tomada não significa que me culpe disso. Sirvo-me dele para corrigir o que esteve mal.