Poesia
A ESTRELA DE UM SONHO
Tu foste a estrela de um sonho,
que caducou numa doce esperança.
Deste-me força, amor e confiança.
Hoje, suporto o que me desespera
em cada esquina da minha estrada.
Foste agridoce nesta caminhada.
Serás sempre uma estrela lembrada
entre tantas outras que eu abracei.
Tu és a perda maior, indesejada,
que, certamente, nunca esquecerei.
Caminho, ousada, buscando o fio
de um confuso novelo cuja traça
corroeu a imaterial essência,
agora, malogradamente, escassa.
Vivo a memória do nosso tempo,
mas o futuro me apaixona tanto
que, neste tempo de mau contentamento,
até com o que foi... hoje me encanto.
De Deus imploro asas para voar,
que o que perdi, Ele não me pode dar.
Data da criaçãodeste conteúdo:
2020-07-29
QUE TRETA MARIA lETRA!
Todos os dias são especiais.
Uns... são de nada
outros... são de mais!
Há desejados feriados
para serem festejados,
por variadas razões;
geram lindas reuniões.
Encontrei uma solução:
bastaria que o abelhudo
daquele chamado de entrudo
estivesse, enfim, preparado
e muito bem aprontado
para uma grande proeza:
mascarar a multidão
do que tem no coração
contra o que tem na cabeça.
E no dia de São Valentim?
Que treta! Eu penso assim:
Uns vão jantar com a esposa,
mas...traidores como a raposa...
praticam o acto constante
de estar depois com a amante.
E viva a hipocrisia!
Contudo, ainda há casais
nutrindo um bem especial
pela pessoa que amam
e que jamais trairão!
Esses… em pura verdade,
prezam a sua paixão!
Ai se o coração falasse...
Talvez a todos contasse
o que poucos saberão.
2020-02-14
A ALMA DO MEU POENTE
Deixem que caminhe às cegas
sem saber quando parar.
Ó alma minha! Se negas
a viagem continuar
contigo amarrada em mim,
sentenciarás meu fim.
As viagens programadas,
comigo já não resultam!
Acabam sempre falhadas.
São muitas das quais me culpam.
Preferirei ir andando
sem estipular como ou quando.
A alma que hoje venero
deixa-me “reinar” assim:
faço aquilo que bem quero
e ela olha por mim.
Espero que não se arrependa,
e minha mente compreenda.
Carrega o meu corpo às costas
com erros que cometi.
Subiu mil e uma encostas,
levou-me amarrada em si.
Continua a estar comigo.
Será prémio, ou castigo?
O meu corpo envelheceu.
Já pus a zero os quilómetros.
Hoje o tempo é todo meu,
não preciso de cronómetros.
Amo a dimensão do sonho
e o tempo de que disponho.
Data da criação deste conteúdo:
2015-10-09
TEUS CASTELOS
Esculpi imagens, sonhando
sentir amor, ser paixão.
Contudo o tempo, passando,
deixou rastos de traição.
Saturei-me de esperar-me.
Não consegui dar-me a ti.
Sabia que um dia, ao dar-me,
não me daria, e parti.
Rasguei laços, cortei elos.
Queria um futuro sozinha,
sem sonhos, nem ilusões.
Deixei ruir mil castelos,
onde me querias rainha.
Matei tuas ambições.
Data da criação deste conteúdo:
2014-01-30
SÃO PENAS, PARTES DE MIM
As marcas que nunca saram permanecem como alertas. Os dramas que as geraram são feridas sempre abertas. Passaste pela minha vida fazendo de mim refém, porém, a tua partida, como refém me mantém. Vivi gelados invernos e verões muito violentos; primaveras... como infernos, sessenta outonos cinzentos... No tempo, a chaga que tenho virou da cor de carmim. São lembranças que mantenho. São penas... partes de mim.
Data da criação deste conteúdo: 2022-11-27
INCONGRUÊNCIAS DA LEI
As leis devem ser cumpridas! São duras, mas não faz mal se com justiça criadas e com justiça votadas pra todo o crime, em geral. Porém, há casos chocantes tanto nas mal concebidas, como nas mal aplicadas. Vejamos só este caso... das taxas que nós pagamos dentro de assaz curto prazo. Quando um pobre ser, coitado, tem um percalço na vida e vê-se, então, condenado a não poder liquidar todas as contas do mês... Seu sossego...era uma vez! Por qualquer valor em débito, nem que sejam poucos euros, penhoram-lhe a própria casa, e o salário que tem, em tempo record. Pois bem... Se, no entanto, um ministro, ou outro VIP qualquer que tenha um certo poder, cometer um acto-crime que lese gente, em geral, será também condenado, contudo, o tempo que leva a resolver o seu caso, dá-lhe tempo pra girar os seus bens pra outro nome ...ou até divorciar-se. Esse, nunca morre à fome! Podemos ter a certeza. O tempo que vai levar o seu caso a resolver... dá pano pra muita manga enquanto o pobre, impotente, fica doente... e de tanga! Este, o que tiver, seja pouco, ou seja nada, não precisa daquele tempo e, com a casa penhorada, só poderá ir pensando onde meter a família porque até mesmo a mobília que comprou, sacrificado, vendeu para ir pagando aquilo que deve ao Estado. Pode, bons anos depois, o VIP vir a ser preso mas, raramente indefeso, terá sempre gentil oferta duma alternativa aberta por um qualquer “bom amigo”... Pois é com pesar que vos digo que há leis no nosso país, que não cortam males pela raiz.
Data da criação deste conteúdo: 2018-03-25
ENTRE O DEVER E O AMOR
Adormeceram em mim vontades insaciadas que me pediam tanto, mas gostavam de tão pouco. Eram sedes abstractas, muito inadequadas à minha alma imaterial, num mundo louco. Hoje, compreendo minha luta interior. Estava incarcerada, amando a liberdade. Lutava, por dever, contra um imenso Amor, entalada entre o desejo, e a saudade! Adormecia a dor num constante rodopio. Travei ímpetos que o dever não me consentiu, mas não perdi a esperança, nem o amor à Vida. Apagaram-se as luzes. É tempo de descanso! Queria renascer, pra reviver, mas já me canso... Há tantos compromissos de que estou arrependida.
Data da criação deste conteúdo: 2023-08-07
ESTE MUNDO DE LOUCURA
Cubos e Caixas, Barracas baixas. Robots e Peças, Ruas, Travessas. Máquinas, Contas, Cabeças tontas. Governos, Ministros, Rostos Sinistros. Dólares, Escudos, Tostões miúdos. Prisões, Tortura, Droga, Loucura. Um mundo cão, Sem compaixão. Está tudo em mim. Para quando o fim?
Data da criação deste conteúdo: 1982-10-21
ENCONTRO COM A FELICIDADE
...E foi no teu olhar que mergulhei um dia, procurando-me, buscando saciar a minha sede de amar... e de ser amada, de libertar-me daquela dura rede onde permanecia, encarcerada. ...E foi em ti que, descrente, constatei, confrontando-me, que amar era tão importante quanto virar a página dum livro velho, onde já nada era belo, ou relevante, e onde me revia, como num espelho. Amar de novo era um desejo ardente, era uma necessidade, não uma ilusão ou um capricho impertinente. Ser livre, esquecer aquele diário onde quase tudo me parecia secundário deixou de ser uma simples ambição. Urgia libertar-me da prisão onde, cruelmente, estava aprisionada, reduzida a zero, no auge do tormento... ...E foi em ti que me reencontrei, liberta das amarras em que estive tantos anos, nos quais não tive, um só momento, o que me deste tu, Amor. Quanto te amei! ...E foi em ti, num lindo amanhecer, que despertei dum pesadelo... para Viver!
Data da criação deste conteúdo: 2014-06-12
RECUSA
Este poema que hoje publico, é uma chamada de atenção para a assustadora escalada de violência doméstica que se verifica no mundo. Dia, após dia, surgem notícias constrangedoras a respeito deste tema que não encontra resposta que viabilize uma solução. Tu e eu somos dois seres muito diferentes! Sempre serás um oceano que me agita, e eu... um ser assaz sereno que te irrita. Perturbado pelos cenários que tu crias, e alheio ao sofrimento que tu provocas, espezinhas, maltratas, dominas e sufocas. Disse não a esse universo que tu geres. Não serei, nunca mais, essa mulher resignada, que foi, durante anos, reduzida a nada. Estou preparada para caminhar em frente! O passado que me culpa, e que me acusa, transformou-se em muita força e em recusa. Desprendi-me de alguém que tanto magoaste. Sinto hoje que a minha vida vale mais do que as cenas que fazias… sempre iguais! Deixei de ser a mulher que tu nunca amaste.
Data da criação deste conteúdo: 1983-03-23
VENTOS FORTES DE MUDANÇA
Vento que bate, insistente,
em frágeis corpos sem norte.
Leva tudo à sua frente,
na sua fúria de morte.
Ninguém sabe o que fazer.
Desistir, não são capazes.
Acreditam que vencer
é o prémio dos audazes.
Os que preferem ponderar,
estudam o mal na raiz,
buscando como travar
os ventos do seu país.
Ventos loucos, sem control,
que sopram todos os anos,
anos escuros, sem sol,
que causam penas e danos.
Uns esperando a calmia,
vão recolhendo a folhagem;
outros, mais em sintonia,
lutam juntos com coragem.
Procuram travar a dor.
Têm esperança no bom senso
e na força do amor,
cujo poder é imenso.
Fartos dum presente duro,
fogem de ventos e lodos.
Têm esperança no futuro.
Todos por um, um por todos!
E, nesse esperar sem fim,
sentindo a força do vento
que sopra, dentro de mim,
fui-me esquecendo do tempo,
esse factor meu rival,
que sei ser muito importante
nesta luta desigual
contra um mau tempo constante.
Data da criação deste conteúdo:
2009-07-01
A MULHER E O REVERSO DO “IRREVERSÍVEL”
Admiro a Mulher decidida, que luta,
que é corajosa, ponderada, resoluta,
e que, perante um facto irreversível,
procura bem torná-lo exequível,
apelando ao poder do Universo...
Quem sabe o que estará no reverso
desse facto e da sua não aceitação?
A revolta poderá ser uma razão.
Data da criação deste conteúdo:
2021-03-08
BARAFUNDAS CÉNICAS
Misturam-se na tua mente
o Passado e o Presente.
Estão cada vez mais distantes,
entre si... uns mil durantes.
Confundem-se,
não se fundem.
Fazia parte do cenário
um perigoso adversário
contracenando contigo:
era um amigo-inimigo.
Com o que vi,
nada apreendi.
Julguei, com muito cuidado,
este tema projectado
num sentido um tanto em vão,
pois carecia de acção.
Pouca trama,
muito drama.
O enredo, sem sentido,
pecava por inconclusivo.
Nada ali considerei
ensinar-me o que não sei.
Ilógico
e demagógico.
Com personagens diversas
de almas muito perversas,
não era fácil... Pois não!
Faltou-te imaginação.
Conclusão…
frustração!
Montaste palco, cenário,
respeitaste o calendário.
Contracenaste, contudo,
estavas à margem de tudo.
Ausência
de assistência.
Às críticas que te faziam,
não reagias, emudecias.
O pessoal, desiludido,
sentiu que foi iludido.
............................................
E o artista... morreu!
Que trama tão imperfeita.
Tudo o que torto nasceu...
tarde ou nunca se endireita.
Data da criação deste poema:
2015-02-27
UM MISTERIOSO ALÉM
Para além do palpável,
visível e perceptível,
esconde-se um Mistério,
onde tudo é mutável.
Nesse suposto império,
onde somos marionetas,
parece estar alguém,
atento ao que projectas.
Não tomes como seguro
o que possas desejar,
para bem do teu futuro.
Num súbito volte-face,
acaba por desabar
aquele teu lindo plano
que contavas resultasse.
Seria puro engano?
Quando virás a saber?
Num mês, num dia, num ano?
A resposta tardará,
mas surgirá, podes crer.
Data da criação deste conteúdo:
2019-04-13
ENQUANTOS DA VIDA
Enquanto, à segunda-feira, és da preguiça, uma herdeira. Enquanto, nos outros dias, tu tens muitas arrelias - ou mesmo um fim de semana com muita coisa sacana. Enquanto tu te revoltas por males viajando à solta. Enquanto no teu ofício, o trabalho virou vício _porque a família que tens são os teus mais puros bens. Enquanto buscas, em vão, um amor, uma paixão. Enquanto, do que semeias, colhes menos do que anseias... outros há esperando a morte. Isso sim, é que é “má sorte”! Enquanto uns, desgastando o que ainda vai sobrando dum corpo já quase ausente deste mundo deprimente... há ainda os que se lamentam de coisas que os atormentam. E enquanto o corpo gastam e sua alma desgastam... há os que dariam tudo pelo passado. Contudo, estão velhos e a enfrentar o que lhes resta: esperar! És habitante com prazo. Não deixes que aquele atraso que tu sentes, no que esperas, te desespere deveras. Aceita o que tens sabendo que, mal ou bem, tu estás vivendo!
2014-06-22 Imagem: Craig Dennis
A TI, GERADOR DE ÓDIO
Discursos, de acrimónia impregnados, retratam teu carácter hediondo. Vê-se um brutal ódio escancarado em tudo o que, habilmente, vais expondo. Sem tergiversar, vais revelando de que lado te encontras, no cenário. O povo, ignorante, vais fraudando com opróbias atitudes de vigário. Vai longo o teu exórdio! Que pereça na alma de pessoas desumanas, isentas de valores, pragas humanas. Desmascarar-te, urge que aconteça! De gente como tu, está cheia a Terra. Geras o ódio que conduz à guerra.
Data da criação deste conteúdo: 2018-11-01
VIVES EM MIM
Jazem em mim amordaçadas esperanças gélidas, sem cor. Passaram a lembranças no dia em que partiste, feito orgulho, mas é nelas que, por vezes, eu mergulho. Eu sei que é doentia esta recordação dum passado tanto vida quanto solidão... Sobrepõe-se a tudo quanto me corrói, um grande Amor que o tempo não destrói. Eu sei que a minha frágil resistência já pouco poderá, em realidade, contra o desgaste recôndito da idade. Mas prefiro abraçar-me à tua ausência, do que anular em mim todo um passado! Não estás... mas imagino-te ao meu lado.
Data da criação deste conteúdo:
2018-10-27
NÃO VALES PELO QUE ÉS… MAS SIM PELO QUE TENS!
Ouço o chilrear dum pássaro, aturdido. Minha alma desperta ao som dum novo dia. A noite despediu-se escapando do ruído de seres indignados, gritando de agonia. Começa o movimento dum vaivém que cansa. O povo não se cuida, afunda na rotina... e neste afundamento pesa o da criança entregue a vigilâncias às quais se subordina. Vives esmagado por normas sociais onde impera a força de grandes aldrabões. Queimam a tua esperança e as tuas ilusões. Vives numa era de forças virtuais. Deixaste de ser livre! Tu és um seu refém! Não vales pelo que és, mas sim pelo que tens.
2019-02-19
ATÉ QUANDO?
Faço parte desse teu imaginário.
Para ti, não sou um ser... Eu sou um vulto
bem escondido atrás dum cenário
onde, covardemente, o manténs, oculto.
Tu nunca consideraste o meu direito
à liberdade. Ignoras o respeito
que me deves. Sou Mulher e sou pessoa.
Tu não planeaste tudo isto, à toa...
Não tolero a tua covardia,
tanto insuportável, quanto infame!
Tu geres sempre o meu dia-a-dia
tentando protegeres-te do vexame
de poderes vir a ser reconhecido.
Tu és um ser que vive comprometido
entre fazer bem e fazer muito mal.
Tu és.... subtilmente... um anormal.
Divides-te entre o bem que aparentas,
e o insuportável mal que praticas.
Satisfazes velhas ânsias sedentas
de vingança e guerra, que exercitas
provocando no meu ser um medo atroz.
Impedida de erguer a minha voz.
fizeste de mim a escrava desejada
que amordaças, para manteres calada.
E eu... - Deus meu! - não posso fazer-te frente.
És demasiado musculoso... forte!
A minha grande fraqueza não consente
arrojos, porque vive temendo a morte.
Até quando segue a lei, compactuante
com este horror que continua actuante?
Até ser tarde demais e deixar que eu sinta
a liberdade morrer em mim... faminta?
Data da criação deste conteúdo: 1982-10-02
QUANDO AMAR DÓI
Caminhava às escuras, na última etapa da estrada onde, um dia, perdi o meu norte. As noites tão duras, sem lua, sem mapa e sem companhia, eram breu de morte. Abracei-me e beijei minhas mãos já gastas de tanto escrever de tanto afagar. Não te choro. Cansei. Foram muito nefastas as dores de temer, as dores de te amar.
Data da criação deste conteúdo: 2016-09-06
FÉ e ESPERANÇA
Pergunta a Fé à Esperança: - Por que andas sempre a meu lado? - Porque sou brisa que amansa todo o ser abandonado. Quando a ausência desespera um sofrido coração, sou eu a que, nessa espera, acalma a situação. Segura do teu valor, não gostas de companhia, mas eu sou Esperança e Amor, e no tempo... Terapia.
Data da criação deste conteúdo: 2012-08-30
RESPOSTA À LETRA
Minha alma... irresoluta,
quando se observa ao espelho,
faz sempre a mesma pergunta:
- Quem foi a filha da mãe,
que te pôs rugas no rosto?
Não te ficam nada bem.
Respondo triste e calada:
- Foram dores. Deixaram traços
fingindo serem abraços.
Não reajo… mas eu sei:
- Foi o tempo que me tirou
aquilo que mais amei!
Tristonha, não me rebelo.
Nem tudo na vida é belo,
e um dia... partiremos
belas ou não - não importa.
Quando a morte bate à porta,
como estivermos… iremos.
Na campa, um camafeu
em vez de fotografia,
não mostra que seja eu
naquela imagem esculpida.
Repousarei, de alma fria,
com tudo o que fui na vida.
Data da criação deste conteúdo:
2020-06-26
CORAGEM DE SER
(Inspirado no poema de Fernando Pessoa,
Intitulado “Tudo o que Sou não é mais do
que Abismo)
Nesse abismo que referes,
giram outros seres, também.
Estão nele bastantes mulheres
que quem são... não sabem bem...
Buscam no Ser ou Não Ser
feliz encontro entre as duas...
mas carecem de um haver:
as almas despidas... nuas!
E se assumem, com coragem,
quem foram ou, hoje, são,
há que aceitar a imagem
que ao mundo revelarão.
A ti, Fernando Pessoa,
declaro, desempoeirada,
que o meu Ser viaja à proa
e de Não Ser... sobrou nada!
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2017-04-09
NO LIMIAR DA VELHICE
Sentimos aumentar a fragilidade
do que pensávamos ser bastante forte
e tememos perder o nosso norte.
O chão que pisamos perde estabilidade.
Passamos a sentir o peso de longos anos
vividos entre sonhos e desenganos,
numa luta constante em busca de Amor,
de Saúde, de um desejado bem-estar...
em que exigimos demais, sem pensar.
É o desgaste. O tempo não perdoa.
Tudo aquilo que ambicionávamos,
que tanto idealizávamos…
encalha como um barco que abalroa.
Desintegra-se. Deixa de interessar
porque sabemos ser impossível realizar.
E choramos o passado, com saudade.
Mas... durante o tempo que perdemos,
houve uma lição que não aprendemos:
a de vivermos com muita simplicidade
sem desejar sequer, transpor limitações
que exigem bom senso e tantas precauções.
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2019-04-03
AMBIÇÃO
A ambição seria boa,
se não fosse usada à toa,
mas há quem abuse dela,
sem a mínima cautela.
Vejamos o que quer dizer
Ambição! Vamos saber:
Anelo, desejo intenso,
muito ansioso… denso.
Anseio por ter alguém,
uma coisa ou um bem.
Avidez, querer doente,
desmedido, permanente.
Cobiça de um bom haver,
glórias ou até poder.
É próprio dos invejosos,
insatisfeitos, gulosos.
Sede ou ânsia de possuir,
nem que, para o conseguir,
não olhe, sequer, a meios,
que podem ser muito feios.
Sofreguidão, avidez,
ambição... ou insensatez?
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2014-05-24
QUISERA TANTO…
Quisera poder virar-me do avesso,
duplicar-me... Ser mais eu!
Ser urgência e ser excesso,
nunca ausência. Fazer mais
do que aquilo que já faço.
Estar presente, frente a frente
com a dor e, num abraço,
juntar a Fé, a Coragem
e tanto, mas tanto Amor.
Urge acalmar a maré
de raiva e de rancor,
que ronda por todo o lado.
Que mundo desnorteado,
onde quase tudo errado
não pode dar certo, não!
Vive-se a vida morrendo,
sem praticar o perdão.
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2014-05-23
O TEU ENORME SABER
(Ao meu filho Miguel Letra)
Procuro na tua mente,
rica de bons elementos
de informação adquirida
e muito bem trabalhada...
aquilo de que careço.
Faço-o, tranquilamente,
naqueles momentos
de conversa bem contida,
por mim tão apreciada.
E o meu saber abasteço,
como qualquer viatura,
numa estação de serviço.
Há muito tema oriundo
de coisas já diluídas
que prefiro explorar
da tua enorme cultura.
Procuro o que tenho omisso
de algum tema assaz profundo.
São essências extraídas
de uma fonte a transbordar.
Data da criação deste conteúdo:
2022-06-29
PARA ALÉM DE DOGMAS
Com respeito eu entro e saio nas(das) igrejas do mundo, mas não preciso de ensaio pra dizer o que, no fundo, sinto ser uma agressão à moral de um bom Cristão. Não tem nada a ver com crenças. Tem a ver com atitudes notoriamente perversas ...disfarçadas de virtudes por homens que as defendem. São desumanos! Ofendem! Conquistam os seus “rebanhos” usando uma má doutrina, e dogmas assaz estranhos que actuam como morfina na alma de muitos crentes. São ordinários e doentes! Por grandes portas eu entro... saindo isenta de tanto! Há manchas negras no centro do meu grande desencanto.
2019-05-14 Imagem: Zaida Letra Mainsel
AS LIANORES DE AGORA
Em jeito de espiroqueta vai fermosa e bem segura, Leonor… pela verdura, mas ouve uma obsoleta piada de garanhão, e dispara-lhe a tensão. Renuindo e avançando achou ser um impropério piropear-lhe um galdério! Pior ainda... cantando! O que disse aquele machão, implicava uma reacção. Leonor, perante as tretas que a incitavam a agir, teve mesmo de intervir. Desferiu-lhe duas galhetas, em jeito de punição, e acabou-se a questão. Teria a alma do poeta - lá do sítio onde ela está - visto o que se passou cá? Não estará ela inquieta? É que as Lianores de agora não são como as de outrora.
2021-10-23
COMO VIVI A PANDEMIA
Como vivi a pandemia? No global, o que sinto, é que a vivi, dia-a-dia, metida num labirinto de coisas que não suporto. Se discordam, não me importo! Em tempo de frustração por um vírus vagabundo ter vindo para matar, eu senti, bem no meu fundo, asco da vil ignorância que causa tanto mal-estar. E... talvez pela minha idade, uma enorme discrepância entre a mentira e a verdade, gerou em mim implicância. De olhos cheios de poeira, perdi qualquer esperança de ser-nos dada maneira de promover confiança. Já ninguém crê no que contam os grão-mestres da ciência. Hoje dizem uma coisa, amanhã... haja paciência!!! Depois do que vi... e vejo, nos meios de informação, sei que há pessoas sem pejo de iludir a multidão com programas inconvenientes. A justiça, sempre lerda, não é posta a funcionar contra quem defende a tese de as audiências salvar mesmo que o que passe lese os interesses da criança. Um, ou outro, programador, fiéis a uma velha herança... vão recorrendo a programas com violência... no amor. O resultado final? As audiências... são salvas e grita-se: Menos mal!! MAS QUE FALTA DE PUDOR!
Data da criação deste conteúdo: 2021-01-21
ABUSANDO DA VIDA
Não me assusta nada a Morte,
mas a Vida, agora, sim!
Ela avança sem saber
o que bem fazer de mim.
É dela que eu tenho medo.
Sinto uma luta entre as duas
quando, como hoje, me excedo
e fico horas e horas
a pensar no que inventar
para não ser castigada
por este meu “deixa andar”...
Soluções? Não encontrei
porque o caminho que sigo
diz-me que olhe por mim,
mas afinal... não consigo!
Data da criação deste conteúdo_
2013-05-19
DEIXEMOS CORRER AS PRENUNCIADAS ÁGUAS
Cinco dias de vida para a despedida de dois mil e vinte e três. Quem sabe, talvez, parta humilhado, e com tanta vergonha... Muito mais do que aquilo que se suponha! Foram inúmeras as malogradas vidas, certa e inexoravelmente perdidas; umas foram causas brutais e desumanas, praticadas por pessoas muito sacanas; outras ligadas a ódios e a ganância, nas quais se luta por tudo... em abundância; restam ainda as de causas naturais... pelas quais não foi possível fazer-se mais, e outras, também, de causas a descobrir as quais, quiçá, ocultam metas a atingir. Ficarão no ar mil perguntas sem respostas credíveis, esclarecedoras e compostas das causas de alguns efeitos secundários... mas só nos são explicados dados primários. Assumem-se inúmeros procedimentos, contra os quais não são admitidos argumentos. E já asseguram que os vindouros anos carregarão mares de vários desenganos. Deixemos correr as prenunciadas águas! Quem sabe lavarão todas as nossas mágoas...
Data da criação deste conteúdo: 2023-12-25
A MULHER PORTUGUESA
A Mulher Portuguesa é força todos os dias. Acorda em posição “pino”, para dar volta ao que enfrenta, e aos cadilhos que aguenta. Não confia no destino. Vai à luta pelo que quer. Para tanto... ela é MULHER! Nasceu símbolo de Força na sua forma mais casta. Vive o Amor verdadeiro. Nem se entrega por dinheiro, nem qualquer coisa lhe basta. Sabe bem qual o valor de dar... recebendo Amor na sua maior pureza. É só isso que ela espera da sua entrega sincera. Esta é a Mulher Portuguesa!
Data da criação deste conteúdo: 2018-09-20 Imagem de Jo Kassis
SOU CIDADÃ DO MUNDO
Do mundo, sou cidadã.
Da vida, sou sua amante.
Moro onde me sinto bem.
Sou, por norma, viajante.
Para onde quer que vá,
segue comigo, também,
esta minha mente sã,
quanto basta de esperança,
uma mão cheia de amor,
e tanta perseverança.
Tenho perfeita consciência
de fazer o meu melhor,
ao opor-me à desistência
a que os fracos dão valor.
Data da criação deste conteúdo:
2014-09-12
O MALMEQUER E A MULHER
Perguntas, com inocência,
… a um mal te quer, bem te quer,
o que sabe da tua vida de Mulher.
Não creias mais nessa treta,
que o malmequer não irá saber
o que poderá responder.
Se tu lhe arrancas as pétalas.
sem qualquer comiseração,
impõe-se uma reflexão!
Estás em guerra no amor?
O malmequer… nem saberá…
e se souber… silenciará.
Primeiro, ele não tem voz,
nem sabe o que o futuro trás.
Quer é que o deixem em paz.
Não te agarres a fantasias.
do tempo dos tetra-avós...
… séculos antes... e até após!
Já vivemos noutra era!
Com tanto cinzento à vista,
o futuro é muito realista.
Deixemos que o malmequer
viva feliz nos jardins,
entre flores, e tantos outros afins.
Data da criação deste conteúdo:
2024-06-25
TRAVESSIA DE MIM
Desgasto-me de raiva por não vencer o medo,
causado pela fraqueza que sinto em mim, agora.
Oh! Quem me dera travar este arremedo
da mulher forte que eu encarnava outrora.
Quisera conseguir ultrapassar o tempo,
chegar a vencedora de tudo o que criei,
mas as pernas cedem perante o contratempo
de ser tarde demais pra tanto que almejei.
As dores vão aumentando enquanto as folhas secam,
e perdem-se vontades geradas com amor
durante tantas fases, tão densas de fulgor.
Enquanto fui gerando sonhos que obcecam,
não dei pelo desgaste da alma consumida
por tudo o que, então, fiz sem respeitar a vida.
Data da criação deste comteúdo:
2024-10-02
ECOA O SILENCIO DOS ILUMINADOS
Impõe-se actuar. Amanhã será tarde. Rodopia no ar, desaire e loucura. Urge que apaguemos a chama que arde, antes que outras pestes surjam já sem cura. Misturam-se as forças do bem, e do mal. Uma estranha nuvem é vista no céu pelos olhos de luz de um jovem zagal… mas foge encoberta por um turvo véu. Milhões de imbecis estão bailando na estrada. São gente que grita, que canta, que clama. Filmam-se em poses de glória frustrada, vivendo em ribalta, sedentos de fama. Mas há um outro grupo, sereno e culto, de seres inteligentes, e assaz calados, que ama escutar o Universo oculto, onde ecoa o silêncio dos iluminados.
2022-03-27 Imagem: Marek Piwnicki
MEUS CAMINHOS DE CRISTAL
Meus Caminhos de Cristal percorro com ambições, lado-a-lado com camelos, águias, mochos, camaleões. Por vezes lhes faço frente, outras há que os ignoro. Depende do que consente a minha vida, que adoro. Aos camelos tiro espaço; às águias apalpo o pulso; aos mochos abro um abraço e os camaleões... expulso! Neste caminhar que mudo - porque a vida mo consente - tenho encontrado de tudo, e tanto que me atormente. Vejo males noutros caminhos muito piores do que os meus; bichos perversos, daninhos, ‘ávis raras’, camafeus. Magoa fundo esta dor de ver o velho e a criança, sem defesa, sem amor, morrer de desesperança. E não se enganem aqueles que pensam remediar erros velhos... quando neles há vícios a degradar. Não se cancela num dia condutas velhas, caducas, e o remendo só adia a regra que nos educa. É preciso fazer mais. Defenderei, com fervor, actuações globais em prol dum mundo melhor.
Data da transcrição deste excerto do livro:
2011-05-03
Capa do Livro: Miguel Letra
FOI UM TEMPO ASSAZ AMADO!
Rosarinho Maldonado Gonelha,
a minha alma está sã,
mas a mente...está co’a telha,
minha doce amiga-irmã.
Tenho-te no meu pensamento,
a toda a hora, em todos os instantes.
Oh! Distância! Oh! Meu tormento,
minhas saudades constantes.
Não te falar, sufocou
tanto ainda por dizer...
Não aquilo que nos chocou
mas o que nos deu prazer.
Cada dia era especial!
- esquece o caso da camisa,
e o grande cerimonial,
naquela noite precisa...
Quis mostrar-te a obra de arte,
que na “Obra das Mães” fiz...
e vesti-me “Very Smart”,
mas tu... se recordas... ris.
Na próxima ocasião,
que nos vejamos de novo,
trajarei um camisão
de tecido casca de ovo.
E se fado for consentido...
cantaremos a um passado,
que nunca será esquecido.
Foi um tempo assaz amado.
2022-12-07
Imagem: Nick Wherli
QUERIA SER PRIMAVERA
Queria ser Primavera,
vestir as árvores de verde
quando pareciam já mortas,
em aparente agonia…
Queria ser Primavera,
ser força quando tu perdes
um sonho lindo, que abortas
do ventre em que era magia.
Queria ser Primavera
em casa de quem é pobre,
ser esperança e ser coragem,
não ter tempo, nem idade.
Queria ser Primavera
na nuvem que o sol encobre
e em cada minha abordagem,
falar só de Felicidade.
Criação deste conteúdo:
2013-05-24
FALEI DE TI AO LUAR
Quando sofro conto à lua o quanto a dor me corrói, e o quanto, não sendo tua, vivo um mal-estar que dói. A lua, suave e meiga. aceita o que lhe narrar. Sendo, do que eu sinto, leiga, nunca irá me contestar. Prefiro lua, a pessoa, pois em vez de falar... escrevo. Com seu luar me abençoa; cada texto... eu subscrevo! Quando construo um poema, exorciso a minha alma... Expulsando cada dilema, fico mais leve... e mais calma.
Data da criação deste conteúdo: 2023-08-13
QUEM ME DERA!…
Gostava de ser capaz de poder voltar atrás, aos velhos tempos de outrora... ...sabendo o que sei agora! Escondidos nestes meus versos, há muitos sonhos imersos em quadros de muitas cores. São contos de mil amores. Sonhos perdidos, quimeras, mil e muitas primaveras vividas, enquanto amei. Oh… mas quanto me enganei! ……………… Abracei-te com saudade, ansiando liberdade... O amor tornou-se escasso, tal como este meu abraço.
Data da criação deste poema: 2012-04-23
ODE AO UNIVERSO
Há momentos - maus momentos!- em que me sinto morrer, mas há muitos mais, ainda, em que me sinto viver. A minha alma está limpa de quaisquer comedimentos. Sinto que a vida me enlaça, me prende e até me abraça, como água cristalina, brincando com uma menina... Nem a chuva me incomoda! Esvazia-me a alma toda daquilo que me faz mal, e quedo-me, impressionada, em profunda reflexão, até que passe, em geral, o que me causa impressão. Quero pensar que é mentira nada haver que seja são. Na Vida, tudo venero, nas pessoas é que não. Enquanto a idade alonga, eu não sinto que envelheço, sinto boa orientação. Que eu morra quando mereço, mas o Universo... não!
Data da criação deste conteúdo: 2010-10-12
COMENTÁRIO REFLEXIVO A UMA JOVEM
Tua imagem reflecte ostentação, gosto por luxúria... imaginação. Há peças que te embelezam, na verdade, mas pesam muito, devido à tua idade. Leio ambiguidade na expressão e avidez de posse, no teu coração. São sinais muito evidentes de porfia entre ti mesma, e a tua fantasia. Conserva os sonhos, e as aspirações. Envolve-os numa corrente de paixões por novos projectos que possam promover o teu futuro de vida... e de mulher. Segue, consciente, por caminhos seguros, evitando ir por atalhos obscuros. Aquilo que tu fizeres, nesse sentido, dar-te-á a paz dum dever que foi cumprido. Vales pelo que és, não pelo que trajas. Perante a ignorância, não reajas. Enquanto jovem... adquire conhecimento, aproveitando muito bem o teu talento.
Data da criação deste conteúdo: 2024-03-28
DOIS MUNDOS, UMA VIDA!
Já nada do que fazia
num tempo muito distante
pouco estável, muito errante
- que vivia, dia-a-dia -
faz parte do meu presente.
De programa organizado
partia, nesse passado,
e, por dias, estava ausente.
Quando tinha, reunidas,
várias colecções de roupa,
- Muita chique! Simples, pouca! -
escolhia a mais preferida.
Eu tinha de trabalhar
de modo a deixar contentes
vários tipos de clientes
difíceis de contentar.
Na mulher simples e culta,
de gostos sóbrios, simplistas,
que não ousa dar nas vistas,
o clássico… resulta.
Mas há outras, extravagantes,
que gostam de lantejoulas
e, como são muito louras,
são dos brilhos, muito amantes.
Com a roupa estagnada,
comparo o que sou agora,
com aquilo que era outrora.
Eu... -“moi”-, não mudei nada!
Quando a vida corre mal…
procuro o que faz efeito:
sigo em frente do meu jeito!
Continuo tal e qual...
Data da criação deste conteúdo:
2013-06-17
MEU MAR LINDO
Prometo que te amarei
- como sempre amar-te quis -
se o futuro que sonhei
e as juras que a mim fiz
quando era aventureira...
me soltarem desta amarra
que mantém-me prisioneira
da má onda que me agarra,
e que me faz marear.
É que há ventos que recuso
sua direcção tomar.
Não cederei ao abuso
de sofrer... por tanto amar.
Data da criação deste conteúdo:
2016-05-07
POR QUE TE AMEI
Amar-te foi meu pecado,
porque traí a razão
ao ter-te deixado entrar
dentro do meu coração.
Sonhava poder um dia
alcançar o céu na Terra
mas, entretanto, perdia
não a batalha, uma guerra!
Gerei um amor eterno,
que não soube controlar,
e nesse caudal de inferno
perdi forças ao remar.
Certamente saberás:
fizeste parte de mim,
mas hoje sou incapaz
de jurar-te amor sem fim.
Data da criação deste poema:
2017-10-01
ESPERA SENTADO! NÃO TARDO…
Sinto esse teu sofrimento,
onde quer que tu estejas.
Ecoa como um lamento.
Não precisas de falar
ou dizer-me o que desejas.
Os teus ais estão diluídos
nas águas dum mar sem fim.
Soltam ecos, transmitidos
por vibrações a apelar
pelo que partir de mim.
Atenta a tudo o que sinto,
prevejo que sejas tu,
a lutar num labirinto
contra a força dum petardo
lançado 'in mode' cru.
Presa à tua tentativa
duma ajuda imediata
que seja muito assertiva...
Eu, despachada, não tardo
a responder-te, sensata.
Prendo minha mão à tua
com cheirinho a primavera,
olho, lengosa, prà lua,
que sabe muito de mim...
e o coração acelera!
Vai dormir, que estás cansado!
Amanhã estarás melhor.
Tens esse vício malvado
de ciumar. Sendo assim...
esquece-me por favor.
Data da criação deste conteúdo:
2024-10-14