Criei esta página para ter um espaço onde, livremente, expresse a minha opinião, preocupação e/ou regozijo sobre assuntos de carácter geral que possam, de algum modo, interessar a quem lê o que vou escrevendo. Qualquer texto meu nesse sentido, para além de ter a função de “desabafo pessoal”, servirá de “conversa silenciosa”, durante a qual só as expressões usadas, as imagens e a pontuação do texto darão eloquência a esse silêncio. Poderão, eventualmente, mexer com a sensibilidade do leitor, mas não afectarão, seguramente, os seus ouvidos.
Os textos aqui escritos não serão portadores de mensagens pretendendo aprovação, nem servem de “pretensiosa” afirmação pessoal do que defendo. Desejaria, porém, que cada um desses textos fosse um pretexto para troca de opiniões, ou outra qualquer manifestação, desde que feita com o devido respeito pela direito de opinião a que cada cidadão tem direito. Se tal não acontecer, ver-me-ei coagida a cancelar a sua participação, pois não permitirei qualquer ofensa provocatória à minha pessoa ou a outrem.
Portugal está, indiscutivelmente, com problemas graves no Sistema Nacional de Saúde, problemas esses que geraram este meu manifesto de hoje. Antes, porém, gostaria de repetir-me afirmando que sou absolutamente apolítica, sobretudo porque, com a minha avançada idade, já vi incumprimentos de todos os lados, quer seja da esquerda, quer seja do centro ou da direita.
• Em Portugal luta-se muito na tentativa de ensinar os Portugueses a optar por uma alimentação saudável.
a) O cidadão português que vive com um salário mínimo nacional, ou com um subsídio de reinserção (?), pode comer saudavelmente, quando o dinheiro que (não) tem disponível só dá para passar fome?
b) Quanto pior se come, mais doentes são gerados! Isso acelera a ineficiência latente do serviço hospitalar, agravando, em consequência, as condições económicas da população que acabará por ter de descontar parte do que recebe, para pagar ao Estado os prejuízos que possam advir da sua deficiente actuação. Todos os aumentos que têm sido feitos podem ser considerados uma permanente anedota... Ou não?!?
c) Estou de acordo quando há dias ouvi alguém dizer, numa entrevista, que os cidadãos que possuam formação superior - como um curso universitário ou outro de elevado mérito - deveriam receber mais do que outros trabalhadores que têm uma formação básica, por exemplo. Isso poderá, na realidade, criar nos alunos interesse por adquirirem uma formação superior. Não estou, porém, de acordo que esteja a perder-se prestígio no que respeita a certas posições do governo português, que faculta um rendimento de reinserção, ou mesmo um ordenado mínimo nacional, repito, absolutamente vergonhosos, valores esses que dão facilmente para atirar um ser humano para o Serviço Nacional de Saúde actual, podendo mesmo acabar morrendo à porta do hospital, se não houver médicos disponíveis para socorrê-lo em tempo record.
Se nós somos aquilo que comemos e que pensamos, solicito ao Estado o favor de deixar que pensemos melhor e proporcione a quem vive mal, acesso a uma alimentação digna. Considero muito grave que não se apliquem medidas para pôr fim à miserável situação em que vivem tantas famílias em Portugal, daí o aumento dos doentes, o aumento do crime e o aumento de tantas outras situações nefastas a todos e à reputação de um País lindo como o nosso. Sente-se que a maior preocupação de quem gere a nossa economia, é dar de comer a certos políticos que tanto mal causaram ao país e que, “coitaditos!”, devem continuar a viver bem. Não será isso?
Há sentenças de crimes de violência, que não respeitam o perigo de reincidência.
Constata-se que é gerido muito mal, o combate à violência em Portugal.
Cada cabeça aplica a sua sentença, que pode ser... de prisão suspensa!
Se o criminoso anda à solta, gera medo - e também revolta -
na vítima e na família, que passam a viver em permanente vigília.
Trata-se de erros infelizes, ou incompetência de juizes?
Não gostaria de ser comentada como estando com uma grande “dor de cotovelo”, devido a ter sido uma das centenas ou mesmo milhares de “vítimas” de publicidade falaciosa enviada para endereços electrónicos, até porque a minha posição perante o que recebo na minha caixa de entrada segue directamente para o lixo.
É inaceitável ser permitido o envio de certos e-mails falsos, informando, com um ridículo alarido de persuasão e oportunismo, segundo o qual os receptores dos mesmos ganharam um determinado atraente produto.
Claro está que, no seguimento deste anúncio ilusório, com direito a emojis aliciantes, segue-se a previsível informação de que o atingido, após esta fase de entusiasmo, passa a expectante sentado numa cadeira, se estiver disposto a ser submetido a um procedimento definido pelo expedidor do respectivo e-mail. Quanto a mim, repito, isto tem o interesse que lhe quiserem atribuir, mas merece menção por considerar tais anúncios uma ofensa à inteligência de quem está atento a golpes de baú.
Que o estado não tome uma posição contra o abuso da violência de títulos e de imagens a que V. Ex.ªs recorrem para venderem a Vossa revista, já sabemos. Continuarei, porém, a bater na mesma tecla, a da inconveniência de tal abuso o qual, através de uma posição mediadora, entre o Governo e os Directores da revista, talvez pudesse levar a um consenso sobre essa matéria. Ainda acredito, piamente, que haverá muitos Pais, Avós e até pessoas que não têm filhos nem netos, que defenderão a posição que, pessoalmente, desejaria fosse tomada. Já temos tanta violência na nossa sociedade, para quê exacerbar ainda mais essa realidade? Em prol de um aumento de audiências? Escolham outra táctica. Somos um País de gente com muita inspiração, consequentemente, não será impossível criar uma outra forma de chamar a atenção do público.
Quero deixar aqui bem claro que esta minha posição NÃO TEM NADA A VER COM AS PESSOAS QUE APRECIAM TELENOVELAS. Tem, tão somente, a ver com o facto de ser prudente estarmos continuamente a insistir na necessidade de fazermos tudo para travar a barbaridade de tantas mortes, algumas das quais tão violentas, que é insuportável descrever, ler ou ver vídeos relativos à mesma.
Peço, portanto, humildemente, aos responsáveis pela criação das páginas desta revista e de outras que possam ser publicadas, uma atenção muito especial a ser dada a este assunto para que seja feito o máximo para pôr termo à escalada de violência que se pratica em Portugal. Pessoalmente, continuarei a insistir na conveniência de travar esta recorrência ao uso de violência como solução de conflitos de todo e qualquer tipo. Obviamente que o que se publica na capa da revista Tele Novelas, não representa, só por si, a causa da violência, mas seria bom actuar em tudo o que possa, eventualmente, agudizar a incitação ao crime e à violência.
Data da Criação deste conteúdo:
2023-09-24
Imagem da Revista Tele Novelas
Andam à solta papões!
Não se trata de miragem.
Eles não se chamam ladrões,
mas fazem o que eles fazem.
Comem muito, comem tudo,
fazem dos outros capachos!
E o que temem, sobretudo?
Que lhes roubem os seus tachos!
O papão mais bastardinho,
tem ar de muito matreiro...
Prossegue no seu caminho
tramando-nos por inteiro.
Há uns que roubam, por fome;
outros, por ganância atroz.
Neste roubar, que consome,
quem se lixa? Somos nós!
Os que, por fome, roubaram,
são metidos nas prisões,
enquanto os outros não param,
de surrupiar milhões.
E neste deixar roubar,
de que todos nos culpamos,
nós não estamos a cuidar
da estrada em que caminhamos.
De filhos, viramos pais;
de pais viramos avós;
de avós viramos culpados
dos erros de todos nós.
E neste “deixar andar”,
em que os papões, são vedetas,
estamos todos a deixar,
os nossos filhos... pobretas.
Sem sabermos como e quando,
este roubar começou,
eles tomaram o comando,
e a nossa vida... piorou.
Gozar com a desgraça de alguém é sadismo que não convém. Há perguntas inconvenientes, feitas por inconscientes, que chego a ficar chocada, estupefacta e revoltada! Vejamos só este caso, escolhido por mero acaso.
Acaba de ser anunciado que alguém foi assassinado. Perguntam a um seu parente: – Por favor... como se sente? Se fosse eu a questionada, responderia, perturbada: – E você, seu atrasado? Estaria melhor calado!
Sede mórbida de ver sofrer! São perguntas a fazer? Em vez de acalmar... corroem, angustiam, não comovem. A pessoa, magoada, que está a ser entrevistada, é invadida por gente curiosa e incompetente.
Será que algumas revistas pagam aos seus jornalistas para explorar notícias – eventualmente fictícias – só para atearem chamas em almas sedentas de dramas? É que as perguntas que fazem desagradam, não comprazem.
E quando um título atrai numa notícia que sai, falsa do princípio ao fim… faço-me a pergunta assim: mas que jornalismo é este? Não haverá quem proteste? A decência é fundamental no jornalismo, em geral.
Há vírus de várias estirpes actuando no mundo de várias formas, hipoteticamente deixando marcas para sempre, mas gostaria de concentrar-me neste momento, e em primeiro lugar, no que atacou Portugal em 25 de Abril de 1974, durante o processo de instalação da tão desejada Liberdade e, em segundo lugar, no que invadiu o mundo, no final de 2019. Através de uma simples análise básica, ambos me parece terem uma característica comum, isto é, possível morte por asfixia.
Tendo vivido, bem de perto, momento a momento, a Revolução de 25 de Abril de 1974, e revendo os ideais causais da mesma, chego à conclusão básica de que a evolução que teve proporcionou, aos mais curiosos, uma boa oportunidade de analisarem inúmeras e variadas reacções das pessoas, durante a qual aqueles adquiriram uma série de conhecimentos que lhes foram permitindo fazer um quadro das variadíssimas cores da alma do Povo Português – até então amarrado à proibição de ser livre.
Considerando que, num regime dito democrático, o slogan “Socialismo em Liberdade” ocasionou erradas interpretações e consequentes abusos da parte de pessoas sedentes de libertinagem – o que nada tem a ver com Liberdade! – não posso deixar de continuar posicionando-me defensora do respeito por certos valores morais que foram negligenciados a partir daí, e que o novo regime não soube proteger. É certo que não seria fácil dominar certos ímpetos do povo, parte do qual carecia, e carece ainda, de princípios de educação e de cultura adequados a um país democrático, mas tenho de reconhecer, repetindo-me, de que competia aos detentores do poder dar ao povo aquilo de que carecia, para melhor sentirem a diferença entre o que foi o país antes do dia 25 de Abril de 1974 e o que foi proposto vir a acontecer a partir desta célebre data.
Considerando ainda não só os diferentes níveis culturais da nossa sociedade, na altura, mas também o que resultou dos cinquenta anos de “clausura da alma de cada português”, ainda hoje considero não terem sido totalmente neutralizadas as consequências dos quase cinquenta anos de regime totalitarista, então vividos. Quer nas vítimas directas quer, por reflexo, nos seus descendentes, essas consequências representaram golpes muito graves, que atacavam primeiro a alma e, depois, o corpo que era, em muitos casos, “enclausurado”, se ousassem manifestar-se contra o regime. Tal clausura não era provocada por um vírus qualquer… Tratava-se de uma estirpe, também esta com várias mutações de ampla envergadura, que causavam lesões graves nos opositores ao regime, acabando por asfixiá-los, lentamente.
Se fizermos um estudo – que nem é necessário que seja profundo – do que se passa hoje, verificamos que, decorridos quase outros cinquenta anos, ainda somos perseguidos por vírus “especiais” que matam por asfixia, só que agora trata-se de uma outra espécie, também assassina e com variadas mutações, mas igualmente asfixiante. Este vírus ataca primeiro o corpo, deixando a alma a pairar num espaço perdido… Por que nos enclausuram? Porque a ciência isso aconselha! Contudo, as inúmeras contradições de opinião e de constatação de factos e de insucessos, “engasgam” quem está atento e geram perguntas sem resposta aparente. Depois, todo este quadro tem um background e um jogo de interesses não indiferentes… Assim sendo, continuamos a sofrer a perseguição de verdadeiros assassinos do corpo e da alma… mas trazendo sempre implícito o estabelecimento de regras de comportamento que têm como objectivo “sermos protegidos e protegermos os outros”. Não estarão estas regras mascaradas para servir novos fins, mais perversos ainda – se bem que diferentes daqueles que imperavam antes e durante a revolução de 1974? Decorridos cerca de cinquenta anos, somos surpreendidos por uma nova situação viral, de novo mascarada com “diferentes mutações”.
Quem serão os “malabaristas” que continuam presos ao dito cujo da galinha, desde o primeiro ovo que de lá tiraram, em 2019? É que se trata de um “soma e segue” de partos… numa galinha que continua viva… Até quando? Estarão estes “malabaristas” com propósitos bem definidos, na tentativa de levar uma qualquer outra carta a Garcia”? Da primeira vez, saímos marcados e com deficiências. Como sairemos desta vez?
Ao excerto do seu livro “POST-SCRIPTUM”
"Por má distribuição dos bens da Terra,
Que torna a vida dura e faz a guerra
Nos corações dos homens sem um guia,
Pergunto às solidões do ser humano
Se Deus criou o Homem por engano,
Se o Homem criou Deus por cobardia."
Permitam-me que hoje dê o meu parecer:
Por má governação dos bens da Terra,
que faz os Homens provocarem guerra
- por mentes desprovidas de valores...
Respondo sem recurso a quaisquer tretas:
Deus não criou o Homem por engano,
este é que deixou de ser humano
e mata sedes em fontes abjectas.
Gostaria de conhecer resultados absolutos - confirmados por quem de direito e de competência para tal – sobre os benefícios concretos que foram obtidos com a promulgação de uma lei que, aparentemente, nada alterou no que concerne ao tipo de alimentação da grande maioria das crianças.
Mais do que proibir a publicidade, seria muito preferível proibir o fabrico desses alimentos. Sei que este último recurso levantaria uma série de protestos devido às consequências daí advindas em múltiplas vertentes, o que me leva a concluir que a lei n.º 30/2019 serviu apenas como um alerta – para não afirmar que se trata de uma possível fonte de receita através das multas que possam resultar do seu incumprimento.
Reitero a minha velha convicção de que também este problema deveria começar por ser compreendido, primeiramente, pelos pais, para, depois, poder ser corrigido no seio famíliar. Não estou a querer afirmar mais do que o seguinte: O que colhemos só será verdadeiramente são se a terra onde as raízes são fecundadas for saudável.
O mesmo sucede com tantas outras leis que deveriam ser promulgadas apenas após uma atenta observação da competência de quem as idealiza. Gostaria de conhecer resultados absolutos - confirmados por quem de direito e de competência para tal – sobre os benefícios concretos que foram obtidos com a promulgação de uma lei que, aparentemente, nada alterou no que concerne ao tipo de alimentação da grande maioria das crianças.
Mais do que proibir a publicidade, seria muito preferível proibir o fabrico desses alimentos. Sei que este último recurso levantaria uma série de protestos devido às consequências daí advindas em múltiplas vertentes, o que me leva a concluir que a lei n.º 30/2019 serviu apenas como um alerta – para não afirmar que se trata de uma possível fonte de receita através das multas que possam resultar do seu incumprimento.
Reitero a minha velha convicção de que também este problema deveria começar por ser compreendido, primeiramente, pelos pais, para, depois, poder ser corrigido no seio famíliar. Não estou a querer afirmar mais do que o seguinte: O que colhemos só será verdadeiramente são se a terra onde as raízes são fecundadas for saudável.
O mesmo sucede com tantas outras leis que deveriam ser promulgadas apenas após uma atenta observação da competência de quem as idealiza. Estarei errada?
Como já tive ocasião de afirmar, nunca estive filiada em qualquer partido político, nem estou minimamente interessada em saber se quem governa o meu país é de esquerda, de direita ou de centro, pois o que verdadeiramente me importa é o cumprimento de atos concretos, dignificantes, e não a demagogia disfarçada de boas intenções.
Por estar atenta à concretização desses atos, manifesto-me hoje a favor do deputado da Assembleia da República Portuguesa, Dr. André Ventura, o qual, no exercício do seu mandato, tem-se insurgido veementemente contra aqueles que, no desempenho de funções governativas, agem - ou agiram - sem a verticalidade e isenção que se impõem como indispensáveis. Espero, por isso, constatar em breve que a sua actuação revelará fidelidade ao que promete, bem como a competência e a determinação necessárias para corrigir o que está verdadeiramente mal no nosso país.
Dir-se-ia que o Dr. André Ventura terá aprendido algo nos seus 17 anos de experiência política, o que o colocou, no meu entender, numa posição de defensor da ordem, em contraste com aqueles que seguem regras prejudiciais a uma estabilidade social desejável, e geraram a cegueira que conduziu ao caos a sociedade portuguesa.
É verdadeiramente emocionante a entrada de um barco de pesca no mar, sobretudo durante os primeiros momentos da operação de controle da posição em que o barco deverá entrar para que não suceda o pior. É louvável a comunhão de sentimentos e de responsabilidade existente entre os que se envolvem nesta tarefa.
Sente-se, em cada elemento, uma grande dose de cooperação, humanidade, altruismo e espírito de luta, permanecendo, porém, entre estes sentimentos, o orgulho bem patente entre os elementos de cada “campanha”, quando vão para o mar. Há sempre a expectativa, talvez, de quem conseguiu pescar mais e melhor, o que motiva o esforço a dedicar ao trabalho. Quando o mar está bravo, esta tarefa apresenta-se dramática, com os familiares dos pescadores arrastando-se de joelhos pela areia, em preces emocionantes, clamando protecção para quem está dentro daquele barquinho, aparentemente tão frágil. Vivi isto em pequena, quando ia para esta praia passar férias, local onde nasceu meu Pai.
Eu tinha um primo pescador, que tinha o apelido de "Ganeno", tendo ficado na minha memória, bem nítido, o timbre da voz de um seu companheiro quando, de madrugada, passava em frente à casa dele gritando, num tom arrastado e calmo... - Ó Ganeno, o mar está manso..." Parece-me ouvi-lo ainda. É uma praia de gente vocacionada para aceitar o cumprimento de um seu dever existencial, mais do que o de viver com um objectivo material, mesmo sendo esta, também, uma das pretensões de cada elemento. Contudo, o primeiro supera o segundo, na alma de cada um.
Aceitação e Resignação comandam a vida desta pessoas, depois... vem a Entrega e o Orgulho (ou não) do que conseguem atingir.
Data da criação deste conteúdo: 2022-07-03 Autos da imagem: Miguel Letra
Chocou-me profundamente ter tido conhecimento, já com 60 anos, de incongruências existentes entre a doutrina católica e o que possa o Estado do Vaticano ter tentado encobrir sob um manto diáfano de lamentável hipocrisia.
Recordo que, quando criança e quando adolescente, era o único membro da família que ia à missa ao domingo. O meu quarto – quando tinha treze anos – tinha uma mesinha carregada de santinhos e imagens. Meu Pai, que eu amava muito, era absolutamente ateu, e brincava sempre com essa minha prática semanal de ir à missa todos os domingos, tinha eu 15 anos. Quando me preparava para sair, ouvia-o sussurrar ao ouvido da minha Mãe, de forma a que eu ouvisse, e com ar entre irónico e brincalhão:
- A tua filha vai à missa ao domingo para pedir perdão a Deus e poder continuar a pecar durante a semana.
Claro está que o fazia brincando comigo, talvez porque acreditasse que tal prática pessoal iria passando com a idade... Não brincava, porém, quando me avisava que não ousasse confessar-me a um padre, porque aí o assunto seria mais sério... Mas eu confessei-me e fiz a comunhão em segredo, sem vestido especial ou qualquer tipo de festa, obviamente. Era um segredo que eu queria manter, porque sabia bem quanto me poderia custar se ele viesse a saber que eu havia transgredido as suas ordens.
Quando eu tinha já 18 anos, estávamos à mesa a almoçar e ele olhou para mim, com ar “ameaçador”, e disse-me:
- Que eu não tenha a confirmação de algo de que desconfio... porque aí, irei ter de tomar uma posição de que não irás gostar.
A partir dos meus 30 anos, mais ou menos, comecei a manifestar uma certa relutância em aceitar atitudes e posições da igreja, que me chocavam muito, mas embora tivesse deixado de ir à missa, eu continuava a considerar-me católica apostólica romana. Tive, porém, um conhecimento mais profundo de certas situações, durante os anos em que fiz deslocações permanentes a Itália, por questões de trabalho. Aí, fui confrontada com o conhecimento de certas notícias lamentáveis do que se passaria no Vaticano, e que nada tinham de comum com valores de humanidade e de fraternidade que eu tanto defendia.
Anos mais tarde fui viver para Torino, e foi aí que comecei a ouvir rumores da razão pela qual o Banco Ambrosiano tinha ido à falência e, então sim, comecei a duvidar dos conceitos de religião que tinha adquirido em criança e que fizeram de mim católica apostólica romana, bem contra o desejo do meu Pai. Assim sendo, fiz algumas reflexões! O Vaticano nada tinha que ver com os valores que eu defendia e, portanto, passei a perservar os que, moralmente me serviam, e servem, tendo-me desligado totalmente da igreja gerida por um grupo de entidades “religiosas” que estarão a degradar a confiança que os católicos depositavam neles.
No que diz respeito à minha posição actual, perante a igreja, perante a sociedade, e perante o mundo, faço a gerência entre o que se diz e o que convém respeitar, optando por seguir uma linha de AMOR incondicional à vida, e aos outros, carregada de tudo o que a minha consciência me vai ditando.
Se eu fosse uma bactéria,
alojar-me-ia, escondida
na alma de certa gente...
Queria ver qual a matéria
que compõe a sua vida,
tornando-a tão indecente.
Penso na pedofilia…
pior que sarna malvada
ou outra, com semelhança.
Só o nome me arrepia,
deixando-me transtornada
quando penso na criança.
Como pode, a um criminoso
de tão grande envergadura,
ser dada pena suspensa???
Sofre de um mal asqueroso,
que nunca mais terá cura.
Impunha-se outra sentença!
Dura Lex! Sed Lex!
nem sempre é aplicado
num ser de reles gabarito
que, entretanto, “relax”
e volta a ser condenado
por actos em que é perito.
"Viver com liberdade é melhor do que viver com repressão." [sic]
Estou integralmente de acordo com esta reflexão de V. Ex.ª, mas muita coisa terá de mudar no nosso país para que sintamos a liberdade implícita nesta expressão. Não sei até que ponto o que está a passar-se em Portugal, relativamente à prática de crimes hediondos e outras formas de violência, quase generalizada e assustadora, não será o reflexo de uma repressão camuflada, daí limitar-me a referir a frase acima. 1. Quem quiser alimentar-se bem em Portugal — considerando o salário mínimo nacional e o subsídio de reintegração vergonhosos — tem de dispor de rendimento suficiente para o fazer; caso contrário, estará a candidatar-se a doente.
2. Quem precisar de assistência médica e não tiver rendimento suficiente para recorrer ao privado, fica entregue ao SNS, que está paupérrimo, como todos sabemos.
3. Os pais que, obviamente, precisam de trabalhar, fazem-no em condições absolutamente desajustadas àquilo que exige a educação de uma criança. Consequentemente, assistimos a situações de causa-efeito inadmissíveis, porque geram conflitos nas escolas, por exemplo, onde o professor sofre as respectivas consequências.
Estes três pontos fulcrais bastarão para exemplificar algo muito básico, mas de primordial importância, que compete aos governantes gerir com conhecimento profundo e muita determinação. Mas não! O povo continua a escolher um seu representante no governo segundo a escolha feita pelo seu partido preferido, como se se tratasse do seu clube desportivo favorito, e não a competência e o bom nome do candidato em proposta.
São inúmeras as averiguações ainda em curso, relativas a muitos elementos que fizeram parte do governo ou foram responsáveis por importantes cargos em grandes empresas deste país, alguns dos quais estão/serão até eleitos para ocupar altos cargos no estrangeiro, que exigem elevada competência e honestidade. Eu sei que o praticante de um crime é inocente até que seja provado o contrário, mas não deveria candidatar-se a fosse o que fosse antes de ser provada a sua inocência.
Defendo a democracia veementemente, mas, por favor, Senhor Presidente, permita-me questionar a afirmação de V. Ex.ª perante o cenário que temos diante dos nossos olhos neste momento em Portugal, porque a repressão pode sentir-se de várias formas. Tal reflexão carece de ajuste adequado.
"O cidadão que é obrigado a viver em condições reprováveis sofre a repressão de não lhe ser consentido usufruir de uma vida digna, no verdadeiro sentido das palavras."
Fazendo uso da minha liberdade de expressão, em 14 de Outubro publiquei um texto no Facebook, o qual foi partilhado da página de uma conhecida figura pública, e no qual se pedia às pessoas para darem água aos bombeiros que andavam, exaustos, a apagar os incêndios. Esse texto foi-me cancelado por não obedecer às regras do Facebook. Todavia, a publicação original nunca foi sancionada. Pedi explicações e prometeram que iriam rever a situação e que me informariam. Decorridos quatro anos, nunca tive o privilégio de uma justificação para o corte desse meu texto, puramente humanitário. Por esse motivo - e só por esse motivo, pois cada um vê o que quer e lhe apetece - quero referir aqui o facto do Facebook permitir a um dos utilizadores das "so called" Histórias, a montagem de falsas imagens absolutamente de mau gosto, que tocam a indecência, e cujo objectivo é a publicação de cenas que seriam censuráveis se colocadas antes da meia-noite mas que, como são falsas montagens, o facebook não terá justificação para sancionar o/a autor/a. No fundo, permite-se a publicação de imagens absolutamente de mau gosto, que tocam a indecência, repito, como forma de atrair a curiosidade de utilizadores que apreciam o indecoro.
Em que direcção caminhamos? Já não há limites?
A palavra... já não basta!
A oração... não resulta!
Tanta coisa que contrasta...
Tanta coisa sinto oculta...
Intenções de vária ordem,
ligadas à vil ganância,
colocaram em desordem,
Amor, Paz e Tolerância.
O crime em Portugal teve um aumento muito significativo e tornou-se um sério factor de preocupação, não só pelo que representa para as vítimas, mas também pela consequente instabilidade emocional que cria a todos os níveis, instabilidade essa que abrange desde o exterior das nossas casas, e o interior das escolas e de lugares públicos, até ao sagrado direito de paz no interior de tantos lares ameaçados por criminosos de quem a última coisa que se esperaria seria a prática de um crime que vitimize um cônjuge, uma criança ou mesmo um familiar.
O programa ”Em Cima da Hora”, da TVI, só vê quem aguenta e/ou quem quer, pois muitas pessoas poderão considerá-lo bastante pesado pela exposição em bloco do que está a passar-se no mundo do crime em Portugal. A constatação da existência de casos hediondos é, sem sombra de qualquer dúvida, altamente preocupante porque esconde, muitas vezes, realidades camufladas por comportamentos dissimulados da parte dos transgressores, como sendo reais provas de (des)amor cheias de “boas intenções”. Estas atitudes, frequentemente. levam as vítimas a menosprezar realidades diferentes das que imaginariam. Pessoalmente, aprecio a existência deste programa televisivo incluindo a presença de técnicos na área do crime, os quais não só nos facultam uma análise detalhada da realidade que se vive neste momento em Portugal, mas também da mesma ser discutida por bons especialistas na área do crime, cujas chamadas de atenção para certos comportamentos poderão ajudar os interessados a reconhecer certos particulares da imaginação fertil de tantos criminosos, para com as suas vítimas. Programas de breve referência a casos isolados não bastavam. Eram noticiados casos demasiadamente fragmentados, sabendo-se que enquanto tais casos eram focados, o crime estava alastrando cada vez mais.
Se me perguntam se o programa “Em Cima da Hora” é o programa ideal, direi que essa resposta deverá ser dada por analistas à altura. A minha análise enquadra-se na de alguém que “, na ausência de melhor, valoriza o que possa existir de bom no que tem à sua disposição”.
Reflexão: O perdão concedido por pena, aos “arrependidos”, urge ter os dias contados, pois "Quem ama não magoa, protege do que possa fazer muito mal para toda a vida".
Art.º 37.º da Constituição da República Portuguesa
Até quando nos será permitido o livre pensamento e a sua divulgação pública?
Até quando poderemos usar o manifesto como um marco de uma posição pessoal, em determinado momento, sobre um assunto que consideramos da máxima importância para a sociedade em geral?
Perante uma evidente posição tendenciosa ou desprovida de fundamento positivo da parte de um governo, creio ser lícita a publicação de um manifesto – nunca com um objectivo impositivo por parte de quem o elabora, mas apenas como manifestação pessoal, traduzindo o julgamento de alguém.
É notória a existência de uma tendência para uma viragem à direita, em certos países. Consequentemente, perante essa ameaça, o panorama político desses países, onde a democracia é defendida – maioritariamente ou não – começa a alterar-se, agitando as forças antagónicas na tentativa de travar o avanço da direita. A história não me parece resultar como experiência, porque quando as “águas se agitam”, surge o desespero que gera o caos e, no auge dessa agitação, aparecem os defensores do regresso ao que consideram ter sido positivo, sem considerarem os males que causaram, em paralelo.
Conclusão pessoal:
Prevalece, na história, o saudosismo de um passado que julgo pouco tenha ensinado. Acredito que não existirá nunca um aproveitamento benéfico dos factos que a história relata… até porque dependerá sempre do seu autor e de como tais factos são relatados. Tudo isto envolve um jogo de interesses que, pessoalmente, considero ignóbil, pois gerará sempre uma competição de forças que pode dar lugar a uma guerra atroz e ao risco evidente - e consequente - de perdas de vidas humanas.
Assemelham-se a um octopode predador ondulando os seus tentáculos entre possíveis presas, com a intenção de aprisionar na suas ventosas o maior número possível de “distraídos”.
Objectivo da ondulação: Seduzirem, através da Falsa Verdade.
Objectivo da sedução: Alimentarem o seu próprio Ego usando o poder que lhes foi conferido, mesmo que, com isso, acabem por ferir o Ego dos outros.
O problema da saúde da população portuguesa gerou o meu desejo da abordagem de um tema que, para mim, torna-se muito complexo – certamente pelo meu natural desconhecimento de certos particulares que serão inadmissíveis, contudo reais e existentes - em franca progressão para o intolerável.
1. https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/115/novas-normas-alimentares-das-escolas
-publicas
2. Apenas 1% das escolas limitavam a venda de alimentos prejudiciais à saúde. Lusa-13-09-2021
Como é que se compreende sermos bombardeados todos os dias com alertas de produtos considerados absolutamente nocivos à saúde, e não se proíbe a sua produção já que, como temos vindo a constatar, há pelo menos cerca de dois anos, subsiste a existência de uma camada de pessoas que não foi instruida no sentido de saber o que não é aconselhável dar aos filhos? Constata-se que há pais incapazes de respeitar posições assumidas por quem estará deontologicamente preparado para assumir certas mudanças que se impõe sejam levadas a cabo nas escolas, em matéria de alimentação durante o tempo que permanecem nas escolas. Esta posição, no tempo, estou convencida que – se bem organizada – é de admitir que viessem a alterar a mentalidade de muitos pais. Se a produção desses alimentos fosse proibida, talvez eles acabassem por aceitar bem a posição do governo... ou será que tal imposição não seria aceitável por defesa de uma democracia em que há interesses que se sobrepõem ao bem-estar dos cidadãos? De notar que morre todos os anos um considerável número de pessoas que esperam longos meses por uma consulta nos muitos postos médicos do nosso desgastado Serviço Nacional de Saúde, pessoas essas vítimas de problemas de saúde por seguirem, durante anos e anos, um inadequado programa alimentar. Tenho consciência de que tal imposição, com incidência nos produtores, no início seria considerada demasiadamente drástica, o que poderia conduzir a reacções de vária ordem, mas através do estudo de eventuais reformas nos ingredientes de cada produto, com a ajuda do governo, através de apoios sugeridos e suavemente introduzidos nas empresas respectivas, poderiam talvez resultar numa mais valia em todos os sentidos. Pessoalmente sou absolutamente adversa a que sejam usados ingredientes nocivos à saúde, para que os produtos sejam mais apetecíveis. Os produtores vão enriquecendo cada vez mais e os consumidores vão vivendo cada vez menos tempo. É justo?
3. https://www.dn.pt/vida-e-futuro/ministerio-quer-saber-se-hospitais-estao-a-alimentar-bem-os-
doentes-10739706.html
O Ministério quer saber se hospitais estão a alimentar bem os doentes.
Aqui, já não me refiro só a um problema relacionado com escolas, mas sim com hospitais, onde há jovens e adultos em tratamento. Se “nós somos aquilo que comemos”, a questão da alimentação deve ser considerada em paralelo com o tratamento aplicável a cada paciente. Fiquei feliz quando tomei conhecimento de que estaria a dar-se particular atenção a este ponto tão importante. Mas será que todos os hospitais estarão a cumprir com este programa? Permito-me duvidar, a avaliar por tantos falhas que vão sendo relatadas...
O problema da saúde da população portuguesa gerou o meu desejo da abordagem de um tema que, para mim, torna-se muito complexo – certamente pelo meu natural desconhecimento de certos particulares que serão inadmissíveis, contudo reais e existentes - em franca progressão para o intolerável.
1. https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/115/novas-normas-alimentares-das-escolas
-publicas
2. Apenas 1% das escolas limitavam a venda de alimentos prejudiciais à saúde. Lusa-13-09-2021
Como é que se compreende sermos bombardeados todos os dias com alertas de produtos considerados absolutamente nocivos à saúde, e não se proíbe a sua produção já que, como temos vindo a constatar, subsiste a existência de uma camada de pessoas que não foi instruida no sentido de saber o que não é aconselhável dar aos filhos? Constata-se que há pais incapazes de respeitar posições assumidas por quem estará deontologicamente preparado para assumir certas mudanças que se impõe sejam levadas a cabo nas escolas, em matéria de alimentação durante o tempo que permanecem nas mesmas. Esta posição, no tempo, estou convencida que – se bem organizada – é de admitir que viessem a alterar a mentalidade de muitos pais. Se a produção desses alimentos fosse proibida, talvez eles acabassem por aceitar bem a posição do governo... ou será que tal imposição não seria aceitável por defesa de uma democracia em que há interesses que se sobrepõem ao bem-estar dos cidadãos? De notar que morre todos os anos um considerável número de pessoas que esperam longos meses por uma consulta nos muitos postos médicos do nosso desgastado Serviço Nacional de Saúde, pessoas essas vítimas de problemas de saúde por seguirem, durante anos e anos, um inadequado programa alimentar. Tenho consciência de que tal imposição, com incidência nos produtores, no início seria considerada demasiadamente drástica, o que poderia conduzir a reacções de vária ordem, mas através do estudo de eventuais reformas nos ingredientes de cada produto, com a ajuda do governo, através de apoios sugeridos e suavemente introduzidos nas empresas respectivas, poderiam talvez resultar numa mais valia em todos os sentidos. Pessoalmente sou absolutamente adversa a que sejam usados ingredientes nocivos à saúde, para que os produtos sejam mais apetecíveis. Os produtores vão enriquecendo cada vez mais e os consumidores vão vivendo cada vez menos tempo. É justo?
3. https://www.dn.pt/vida-e-futuro/ministerio-quer-saber-se-hospitais-estao-a-alimentar-bem-os-
doentes-10739706.html
Ministério quer saber se hospitais estão a alimentar bem os doentes.
Aqui, já não me refiro só a um problema relacionado com escolas, mas sim com hospitais, onde há jovens e adultos em tratamento. Se “nós somos aquilo que comemos”, a questão da alimentação deve ser considerada em paralelo com o tratamento aplicável a cada paciente. Fiquei feliz quando tomei conhecimento de que estaria a dar-se particular atenção a este ponto tão importante. Mas será que todos os hospitais estarão a cumprir com este programa? Permito-me duvidar, a avaliar por tantos falhas que vão sendo relatadas...
As lacunas existentes, actualmente, na situação política da nação, atropelam-se, sem que se veja, há muito tempo, uma adequada porta de saída desta confusão. Consequência evidente são o descontentamento, a revolta e a prática de crimes. Tudo isto, aliado ao longo tempo de averiguações a presumíveis culpados do sistema, gera um complexo quadro de 'porquês.'
Face à avalanche diária de dados informativos a que temos acesso, parece-me incongruente o que é prometido, pois o que realmente se faz acaba por revelar vários incumprimentos. Tais incumprimentos, alguns aparentemente alheios aos objectivos a atingir, mas a eles intrinsecamente ligados, impedem o sucesso de iniciativas que, no seu conjunto, poderiam evitar a complexidade do lamentável caos que tenho vindo a mencionar em alguns manifestos, fiéis ao que sinto.
Surpreende-me bastante que o Doutor André Ventura pretenda – na minha humilde opinião, muito justamente – propor alterações à Constituição Portuguesa com o objectivo de pôr cobro ao caos social e económico em que Portugal mergulhou, sem que, até ao momento, tenha abordado, nomeadamente, a tão desejada e necessária protecção dos artistas, nas diversas áreas em que se empenham.
Estarei eu desatenta, ou estará ele a negligenciar o importantíssimo papel que os artistas desempenham ao alertarem, de múltiplas formas, para as causas e respectivas consequências da deficiente cultura que afecta uma grande camada da população?
• O estado social dum país é o espelho da competência de quem o governa. • O número exagerado de bancos pode ser sintoma de tendência à prática de usura. Quanto maior for o número de bancos, maior poderá ser a pobreza. • A miséria, e a degradação social, denunciam a existência de jogos de interesses não a favor do povo, mas a favor duma classe dominante para a qual o significado da palavra Amor não coincide com aquela que conduz ao bem-estar de toda a humanidade, em geral.
Fala-se muito de violência doméstica mas, pessoalmente, chamar-lhe-ei apenas violência em geral, porque hoje generalizou-se de tal forma esta forma de imposição do poder de uns sobre outros, que prefiro não fazer distinções entre uma e outra.
Ao longo da minha vida - que já vai longa! - nunca senti tão profundamente o que está a acontecer, no plano social da luta contra a violência. Parece-me existir uma considerável dose de hipocrisia, da parte do poder e das instituições, quando tomam certas posições, relativamente à urgente necessidade de acabar com a escabrosa violência, generalizada, entre focos da população portuguesa e obstáculos, ocultos ou não, que surgem de todos os lados, no sentido de travar as posições a assumir, travão esse que impossibilita a realização do que seria desejável. Instalou-se um absoluto caos entre as diversas fontes de comando e de actuação para solução do problema, e a população menos instruída - e talvez farta de "levar no corpo" - parece procurar na violência a sua forma de manifestar-se vítima e/ou exorcista de si mesma.
Com o que expus acima, gostaria de expressar a forma como encaro as possíveis causas mínimas do que está a passar-se na nossa sociedade, causas essas muito medíocres relativamente a um manancial de muitíssimas outras. Assim sendo, e consciente de que tudo o que pudesse expor como óptica pessoal do problema poderia ser julgado como sendo anti-democrático - quando sou completamente o inverso disso mesmo - exporei apenas pontos que carecem de uma reflexão profunda, começando pelos mais importantes, indiscutivelmente. Irei repetir-me em alguns que já referi, aqui e ali, em textos anteriores, os quais pecam por antagonismos que se vão manifestando, os quais, de algum modo - mesmo que por diversificadas actuações - poderão alterar os respectivos efeitos em diferentes vertentes.
1. É inadmissível a permissão de serem transmitidos certos tipos de programas televisivos ou a edição de capas de revista de novelas exibindo imagens de uma violência macabra, expondo-as aos olhos de, por exemplo, jovens em formação, muitos dos quais são já defensores da violência durante o namoro, o que estamos a constatar acontecer em larga escala.
2. Igualmente inconveniente é, também, a permissão de serem vendidos produtos alimentares muito prejudiciais à saúde - e não só! - e, paralelamente, ser apregoada à população, pelas mais variadas fontes, a necessidade de respeitar uma alimentação saudável. “Dando uma no cravo e outra na ferradura”, não se chegará a lado algum. Sabemos da existência de muita ignorância neste país e dizer-se que as pessoas são livres de comerem, permanentemente, o que muito bem lhes aprouver, como é o caso do que acontece em milhares de famílias, estamos a incorrer numa situação desagradável no que se refere à formação de uma juventude saudável. De uma óptima alimentação se constroem homens de mente sã. Não podendo, obviamente, ser imposto o fim de uma má alimentação, haveria, no mínimo, a necessidade de realizar atraentes e permanentes campanhas de consciencialização. Infelizmente retardaria o propósito, mas valeria a pena tentar-se. Mais... ser pretendida uma boa formação dos jovens quando, de uma grande maioria deles fazem parte já auténticos heróis de sobrevivência, é uma utopia. Esta situação choca com a realidade de muitos deles serem já referenciados como sendo vítimas directas do tipo de vida que são levados a conduzir, face às suas carências.
3. É inadmissível o descalabro do aumento exagerado dos preços de produtos alimentares, quando além do miserável ordenado mínimo e do subsídio de reincerção que muitos recebem, a população está a ser altamente prejudicada pelas inúmeras desonestidades praticadas por um ou por outro elemento do governo e/ou de importantes responsáveis de instituições e de grandes empresas - desonestidades essas que empobrecem o país. Não esqueçamos que a população será sempre – de uma maneira ou de outra - quem paga os prejuizos financeiros que o governo possa sofrer.
4. De que serve o aconselhamento sobre prevenções a bem da saúde pública, quando o que é facultado a quem não tem um rendimento mínimo digno, gera milhares de doentes que, por sua vez, são expostos a situações constrangedoras ao recorrerem aos hospitais e/ou centros de saúde? Esta posição é vergonhosa!
5. A tendência hoje, em Portugal, gira neste sentido: o teu valor como pessoa é proporcional ao valor do teu património. Regra geral, só escapa desta classificação quem teve a sorte de adquirir uma boa formação moral e cultural, e uma robustez espiritual fora dos limites considerados normais.
6. Saúde e Educação são dois temas de uma importância social preciosíssima! Serem permitidas condições de trabalho absolutamente condenáveis, a profissionais de saúde e de educação, inspiram na população o quê, em boa verdade? Resiliência!!! O problema é que muitos idosos e mesmo até os mais jovens, não aguentam o peso que esse mesmo problema lhes pôe em cima. Admite-se que haja doentes a recorrer às urgências e não haja médicos de serviço para os socorrer, acabando alguns por morrer?
7. Entre os que vivem miseravelmente e os que “se vão safando”, circulam os que têm rendimentos superiores àquilo de que necessitam para viver desafogadamente e sem preocupações... já para não referir os que, em quaisquer situações, marimbam sempre para o que vai acontecendo no seu País.
Sente-se, em Portugal, uma enorme falta de ESTOICISMO, da parte dos mais carenciados, o que é perfeitamente compreensível dadas as suas condições de vida. Esta falta é chocante quando confrontada com uma enorme OSTENTAÇÃO da parte de alguns dos grandes priviligiados existentes, e de uma considerável dose de INCOMPETÊNCIA da parte de outros que têm a superior responsabilidade de governar o nosso querido País.
Pela primeira vez, tive a coragem de ver, desde o início, o último programa “Big Brother” e, em seguida, o “Desafio Final”, transmitidos pela TVI. Sempre tive conhecimento de episódios específicos de vários “Big Brothers” apresentados com nomes diferentes - não sei porquê - mas nunca compreendi completamente como funcionam, porque só muito esporadicamente é que os via, no Reino Unido. Desta vez, por algum motivo, despertou-me a curiosidade e estive atenta ao que tem sido transmitido, chegando à conclusão de que, na realidade, cada vez mais, está a perder-se a noção do que está acontecendo no mundo, e o que convém fazer para reverter a situação. Parece impossível que a televisão esteja a passar uma triste imagem de mediocridade alargada ao mais baixo nível, ao ser-lhes permitido excederem-se no que deveria ser inexcedível. Sim, em boa verdade, cada um só vê o que quer! Mas será que isso lhes permite tudo?
Esclareço que sou absolutamente contra a censura, mas a luta de certos canais televisivos, pelo aumento das suas audiências, está a cegar os seus responsáveis ao ponto de não terem o cuidado de perceber o que pode resultar da apresentação de certos programas, em determinados moldes. Chegámos ao ponto de sentir que já tudo vale… menos tirar olhos! O problema é que não se tiram olhos, mas rasgam-se almas!
Lamento que, numa extensão já bastante alargada, Portugal esteja a passar ao mundo uma imagem muitíssimo triste. Já nem será preciso mencionar-se onde, por quem ou em que sectores.
O que se passa, relativamente às sondagens sobre quem está em vantagem, politicamente, neste momento, revela bem que o quadro é preocupante. Não porque a direita está em vantagem, naturalmente, mas porque o clima geral que se tem vivido denunciava, há muito tempo, o crescente sucesso de um trabalho que tem vindo a ser levado a cabo pelas forças opostas às causas que estão na origem da relização da célebre Revolução de Abril de 1974.
Dado o grande entusiasmo da população após a Revolução, a direita sabia, de antemão, que iria precisar de muitos anos para acalmar o entusiasmo da população. Tratava-se de enfrentar a pouca cultura de um povo, os seus valores morais e a sua educação, e sabia também que seria necessário iniciar esta tarefa pegando-lhe pela ponta justa. Impunha enfrentar o árduo trabalho de “dar a volta” a mentalidades que, após a “Revolução dos Cravos”, estavam mais a favor da esquerda, na esperança de ser-lhes dado aquilo a que tinham, absolutamente, direito. O tempo é o grande mestre na execução de tarefas deste calibre.
Emoções fortes provocam reacções da parte do povo que, impulsionado pelo seu partido favorito, vai reagindo através de posições clubistas, como se de futebol se tratasse. E assim começam acções com o propósito de minar a atmosfera. Vão surgindo, lentamente, figuras de destaque político, prontas a actuar publicamente. O resto... já todos conhecemos. Uns vão-se perdendo pelo caminho, no entusiasmo daquilo que os move, mas também os denuncia. Outros, mais sólidos nos objectivos a atingir, podem acabar por permanecer neste ambiente cheio de falsos cenários durante longo tempo... até que sejam desmascarados.
O amor genuíno pelo próximo não concebe partidarismos nem jogos de interesses que visem beneficiar uns em detrimento de outros, carentes de uma justiça social transparente e equitativa. Esta é transversal a todos, se a sua raiz for saudável.