Partilhar o que sinto através da poesia foi, sem dúvida, a melhor forma que encontrei, aos 13 anos, para sentir tranquilidade espiritual. Não sei é se, com isso, arranjei “lenha para queimar-me” ou se, bem pelo contrário, fui ao encontro de tantas pessoas que se identificam com o que escrevo.
O facto de escrever não faria de mim uma escritora, se se tratasse de uma circunstância ocasional. Bem pelo contrário, eu sinto um permanente comprometimento com a prática da escrita, até para manter a minha sanidade mental. Lamento só que esta minha vocação reflicta, frequentemente, os dramas que vivi ao longo da minha vida pessoal, na minha tentativa de neutralizar os efeitos que provocaram em mim. Tranquiliza-me, porém, o facto de haver sempre a possibilidade do leitor ignorar-me.