Agradeço-te, Universo,
por tudo aquilo que me dás!
Por vezes, se surpreendida
por um drama inesperado,
irava-me contra a vida.
Qualquer um era o culpado.
Não encontrando resposta
para os porquês que me punha
atribuía ao destino
ou à má sorte que teria,
o que, de fonte incerta viria.
Sem bases, eu contrapunha
a minha convicção
a uma outra inventada
por gente mal informada
que também sabia... nada!
Um belo dia, porém,
procurei, no obverso
dessa tal convicção
- que atribuía a sansão
por um erro cometido -
um cunho mais evidente,
e uma justiça diferente
que fizesse mais sentido
e me tornasse consciente
do que, acreditava, seria
a grande e real verdade.
Constatando, com a idade,
que a resposta que buscava
era bem outra, por certo,
aprendi que o obverso
daquilo que procurava,
eras tu, nosso Universo!
Hoje sei que zelarás
por aquilo que a nós vem,
e que um dia nos provarás
que o que nos dás… nos convém.
Oh Natureza Perfeita!
Oh grande eleita!
Tu me sorris cada dia,
enchendo-me de alegria.
Tu proteges e acarinhas
tantas coisas, também minhas,
que nascem em cada canto,
e que hoje venero tanto...
Rogo ao meu Deus clemência,
para quem destrói a essência
de tudo o que vais criando.
Que não reduzam a pó
esta Terra onde, sem dó,
tanto mal se está fazendo.
É vergonhoso! É tremendo
o desrespeito que existe
e que me põe muito triste.
Que sejas, por longos anos,
protegida contra danos.
Que o Sol continue raiando
cada manhã, acordando
mil almas que, com respeito,
defendem o seu direito
a esta magia querida
a que nós chamamos VIDA!
Há mentalidades sujas
que se contam aos milhões!
Ora parecem corujas,
ora mochos sabichões.
Vivem tramando quem calha,
com grande sabedoria.
São estrigiformes! Maralha
do mesmo saco. Sabia?
Tento analisar de frente
o cenário do Poente,
que sinto ter como certo.
Ele já me ronda de perto.
Está tão próximo de mim
que consigo ver-lhe o fim.
Não sei bem qual a distância
a que estou da minha infância,
mas do poente, sei eu.
Por vezes levanta o véu
e deixa-me calcular
o quanto possa sonhar
ainda, na minha vida
- tão bela quanto sofrida.
Eu viajei neste mundo
com seres de saber profundo
e outros que, sem querer,
levaram-me a perceber
o porquê da ignorância
ter a sua relevância.
Actualmente, a cultura,
- na presente conjuntura -
prejudica-nos demais.
Não me refiro aos jornais,
revistas... e outros mais...
Notícias tendenciosas,
com verdades mentirosas
retiram, a quem é sério,
todo e qualquer desidério
de continuar no mundo.
Com efeito, eu, no fundo,
sofro por coabitar
com certa gente, na Terra,
porque promovem a guerra.
Prefiro a paz do Além.
Lá... não se lesa ninguém!
A hard life I have been made to face,
my brother, till you turn much older,
but I have great hope and faith
that I´ll be strong enough
to carry you, with love,
on my shoulder.
Data da criação deste conteúdo:
2014-08-29
Imagem de Quang
Tremem as folhas que, outrora, eram serenas.
Giram fortes ventos em muitas direcções.
Não sei se as minhas dores são somente penas
ou um acumular de tantas desilusões.
Ocultam-se na sombra de homens muito sábios,
verdades que recuso... das quais tanto preciso.
Inquieta-me o frio cerrar de tantos lábios
onde deixou de ver-se o mais leve sorriso.
Carrego ondas inquietas de perguntas
que me faço, dia-a-dia, sempre em vão.
Sinto muita falta de amor e de perdão.
As saudades que em mim pesam, todas juntas,
não encontram forças capazes de as levar...
São muitos anos de ausência e de pesar.
Hoje o mar está agitado. O vento, forte, ameaça cortar as asas às aves que voam alto demais. Muita gente anda assustada. Cada pássaro que passa, mesmo que em voos suaves, instala o pavor no cais... Agita-se a passarada de grandes voos sedenta, porque a força atroz do vento pode trazer guerra e morte. Sem asas, e depenada, a ave não aguenta... Perde a força e o alento e também perde o seu norte.
A palavra 'velhice'... carrega na minha alma! Nunca pensei, quando jovem, sedenta de brincadeira, que a última fase da vida, que exige calma, seria tão árdua... e pesada desta maneira.
Minha mãe, um dia, disse: 'Pra lá vais!' - no jeito seu. - 'Filha, nem sempre as nossas vontades movem montanhas'. E, no tempo que correu, que vivi e ela viveu, casei, fui mãe e fui avó... Fiz mil e uma façanhas!
Dei conselhos mal seguidos. Lutei tanto... Se lutei!!! Não gosto de pensar no que passei para poder ter forma de continuar viva. A vida - eu bem sei! - tem caminhos com muitas direcções para escolher.
Sempre que numa tormenta, nós carecermos de remos, devemos reflectir e assumir, com soluções chave, a forma mais correcta e digna como resolvemos eliminar a presença dum presumível entrave.
Somos levados a fases difíceis de colmatar... se não formos dotados de força e resiliência. Nesses momentos eu escolhi, sem sequer vacilar, a estrada mais adequada: a da resistencia!
Hoje constato que minha mãe tinha muita razão. Atingi a idade em que a força desfalece e o que era premente resolver 'do pé pra mão'... posso dizer: ‘já não me aquece... nem me arrefece’!
Amo-te de todo o jeito: quando me causas embaraço; quando me acalmas com um abraço; quando, no leito que partilhamos, nem nos saudamos, nem nos amamos.
Amor, confio em ti. Tu és o sol que me acalenta, és o farol que me orienta, és a pessoa que eu escolhi. Já não consigo viver sem ti.
Amor, toma atenção... Ciúme, não! Faz-me muito mal. Não tens razão, porque, afinal, és a essência da minha vida. Sem ti, estaria desprotegida.
Amor, te peço: Perdoa sempre meu coração quando perdido noutra paixão. Respeita bem meus sentimentos, adormecidos nos velhos tempos…
Sou fruto do casamento entre um jovem perfeccionista, Pai a cem por cento, e uma jovem maternalista, exemplar e dedicada. Fui por eles bem educada. Amo profundamente o mundo, mas nunca o que, através dele, se transforma em algo imundo: medo, egoísmo, vil traição, materialismo, perversão. Meus mecanismos de proteção: intransigência ao obverso do que vem por bem do universo. Caráter e personalidade, moldei-os na adversidade. Foram oitenta anos de luta, marcante, feroz, mas absoluta. A forma como estou na vida tornou-me frágil, mas decidida.. Sem crenças ideológicas ou teorias filosóficas, Viso a libertação de quem vive oprimido e sem ninguém. Com quem coabito… dou-me bem, basta apenas que me respeitem e que eu os respeite também. Sigo numa estrada errada que, de certeza, não escolhi... tal como o que adveio daí. Desilusões? Oh! Tive tantas! Contudo, hoje, já não me matam. O corpo já morreu! E a alma… dependerá de como a tratam. Restam-me bem dezanove luzes com que tu, ó vida, me seduzes.
Outrora, o meu regaço quente e fundo abraçava, apaixonado, todo o mundo. Partilhava sonhos, era outra atmosfera. Oh! Quem dera que voltasse a Primavera...
Pairava cheiro intenso a urze nas montanhas enquanto os rios geravam força nas azenhas. Brilhava felicidade por todo o lado, e os maus momentos dissolviam-se no fado.
Quisera sentir hoje, como antigamente, a magia do indiviso e, lentamente, envelhecer durante os anos que me restam.
Porém, os rios já não são livres como outrora. Parte do caudal diminuiu, e pesa agora, uma infinidade de males que molestam.
A Criança é um diamante.
Ela não se usa,
não se abusa, não se explora.
A Criança...
é um ser superior, puro.
Ela é a esperança no futuro,
é o amanhã e é o agora.
A Criança...
...ai dos que se servirem dela!
Maldito seja aquele, ou aquela,
que a desrespeita.
A Criança...
merece ser adorada
e superiormente guiada.
O lírio a simboliza. Ela é perfeita!
Até que a Vida me rejeite,
…quero seguir, viajante,
carregando aquilo
que me tornou imigrante,
num outro país.
Quero ter força
e fazer o que sempre quis:
Amar-te, Vida!
Sim, porque ao amar-te,
estarei amando o mundo
e todos os que nele
sofrem dum mal profundo,
que bem compreendo…
Chama-se Saudade.
Essa, não tem idade.
Continuará vivendo
depois de mim, de ti
e de todos nós.
Lutarei pela Vida,
até quando ela quiser.
A idade não perdoa,
mas meu grito de dor,
ainda que fraco, ecoa.
Gentes que sempre amei,
chorarão minha partida.
Um dia? Uns anos?…
Minha alma está dorida,
feita de desenganos,
mas meu coração é forte,
afugentando a morte.
Eu já não tenho anos,
tenho vivências.
Mereço respeito.
Vivo de nada,
para além do Amor
que sinto no meu peito.
Não quero envelhecer.
Quero amar a Vida,
deixar-me adormecer
no seu regaço origem.
Lutar contra os corruptos
que nada dão… Exigem!
Até quando a Vida quiser…
quero continuar Mulher!
Data da criação deste conteúdo:
2014-03-11
Publicado na Antologia de Poesia Contemporânea
Chiado Editora
Que ninguém tenha ilusões quando julga reacções. Se não conhecer a fundo - por exame assaz profundo - o cerne duma questão, pode haver precipitação. Cada pessoa é um caso se acontecer extravaso que venha a ser causador de boa ‘molha’ em redor. Aí, é porque há revolta que se liberta, se solta, por se romper o travão. Isso gera exaltação. Por vezes é como ter um copo de água a encher e uma simples gotinha, que pouco volume tinha, provoca um aguaceiro que serve de mensageiro de penas acumuladas que não podem ser julgadas por uma gotinha a mais, porque essa... já foi demais!
Vou abrir uma janela,
espreitar a Vida lá fora;
Cá dentro o ar me sufoca,
desde que tu foste embora.
Janela aberta prà Vida,
vigora a Vida de quem
abre o coração de novo,
e dá Vida a outro alguém.
Data da criação deste conteúdo:
2011-04-11
Autora do poema: Susana Letra
Eu queria muito mudar o meu ser sem fé, impoluto de vis conceitos e convicções. Não consigo acreditar, não aceito… e não discuto, crenças verso contradições.
Acredito em cada homem que transforma os tristes ais em esplendorosos sorrisos. Desprezo aqueles que promovem crenças em deuses irreais. Milagres… não serão precisos!
Gostaria, sim, de mudar, criar sonhos, acreditar quando promessas sejam feitas por cada um, ao discursar. Iludir para conquistar, serão atitudes suspeitas.
Queria aceitar o Amor gerado por gente de bem, que tem em conta a justiça, que não instaura o terror, que nunca magoa alguém, e que à lei seja submissa.
Sinto ausência, merecida, de um tempo de sobressalto, em que eu fui refém da vida. Nunca me darei por vencida, mas paguei um preço tão alto, que nem sei bem qual a medida.
Mudar eu queria, ainda, por muito respeito a mim, e - porque não? - pela idade... Que do orgulho eu prescinda, e esqueça o que foi ruim, para abraçar a saudade.
Pessoa, um dia, escreveu:
“Não sei quantas almas tenho,
Cada momento mudei”.
Eu, nem sempre estou sendo eu,
porque às vezes me abstenho
de ser eu mesma. Cansei.
Para estar onde não sou
o que bem me apetecer...
desdobro-me em muitos eus.
Em cada um, eu não estou.
...Ou eu estarei, sem saber.
São todos estados meus.
Para estar... deverei não ser
a outra! Cansa demais.
Só serei como antes era
quando, um dia, eu perceber,
se eu era outras a mais,
ou se o meu ser se adultera.
Nasci com uma missão em que actua o coração: dar vidas a este mundo banhando-as de amor profundo. Foram missões abençoadas bem cumpridas, bem louvadas. Seis filhos de mim nasceram e muito amor receberam. Todos foram desejados, muito queridos, muito amados. Criá-los... foi um caso sério, mas disso... não há mistério. Conheço bem o porquê. Só um cego é que não vê. Mas mesmo com atropelos dos pés até aos cabelos, cumpri a minha missão com amor no coração. Adorei este meu papel, banhado de mel... e fel. Eu não sou um ser qualquer. Eu... sou Mulher!r
Fustigam-me ventos parecendo lamentos de alguém que perdi. Sinto-me traída, magoada, sentida, vivendo sem ti. Cansada, rebolo na cama e me enrolo nos lençóis esquecida. Procuro com brio esquecer o vazio da tua partida. Foste vida que em mim deu início e deu fim a uma história de amor. Hoje busco na vida minha alma ferida pelo teu desamor.
Na minha vida longa vivo assim:
caminho, lado a lado, com um desejo.
Sinto-o, mas não o vejo.
Está dentro de mim.
Na minha vida longa e protegida
por algo que não conheço
nem provavelmente mereço,
sou Amor e sou Vida.
Na minha alma, um cenário abstracto,
que não reconheço meu,
paira no breu,
reina o desacato.
No meu corpo vive este desejo ardente.
Identifico mil coisas que não quero
e, por vezes, desespero.
Porquê esta presença ausente?
Deslizam como um rio de águas turvas, feridas de um passado que me corrói. No leito que as abraça, existem curvas, jacentes de tanta mágoa que me dói.
Não fora o grande amor que tenho à vida, não suportaria as dores que em mim ficaram. Foram golpes que enfrentei, desprevenida, mas segura dos lindos frutos que geraram.
Hoje, já no limiar de um patamar a que nenhum de nós, jamais, escapará, encaro a nova fase a repensar como será que minha alma reagirá.
Enfrento o mundo em franca mutação, carente de um grande bem assaz disperso: a continuidade na humanização, que gera paz e harmonia no Universo.
Sinto-me fora do espaço a que pertenço.
Não tenho eira, nem beira. Deslocada,
vivo alimentando um sonho imenso,
gerado em solitária madrugada.
Não saberei onde estou, mas concluí
que tu estarás comigo, porque te sinto
... embora neste espaço onde jazi,
estejamos ambos, num modo bem distinto.
Vivo a minha ‘sperança no amanhã
desejando chegar a um porto bem seguro.
Este meu sonho não é uma coisa vã
... é a meta onde me vejo no futuro.
Gostaria de, a seu tempo, constatar
que tudo o que padeci em tempo ido
tivesse sido, em concreto, pra gerar
um porto, em segurança, concebido !
Um céu cinzento turva-me a razão. Não sei quem sou. Não me conheço. Giro como um robot, sem direcção, num nevoeiro cerrado e espesso que não me deixa ver pra onde vou. Não sei quem era, nem sequer quem sou. A minha alma confusa e perturbada não me deixa perceber o que se passa. Viajo perdida entre tudo... e entre nada. Na fonte que procuro, a água é escassa. Sou alguém que não vive, sucumbiu. Amputaram-me as asas. Sinto frio.
Espero-me, paciente, há longos anos,
ao ritmo com que, já velhas, vão caindo
as folhas, uma a uma, em cada Outono.
Perdi a conta de tantos desenganos
que me foram, lentamente, consumindo
o privilégio de um sonho, em cada sono.
Já deixei de reagir à força sórdida,
que mantém-me refém, numa apatia mórbida.
Espero-me na solidão a que me agarro.
Já não há voos no meu imaginário
porque perdi as asas num voo louco.
Vítima dum todo, assaz bizarro,
vivo escondida num pérfido cenário,
desencontrada de mim e com bem pouco.
Se tudo quanto amei, saíu de cena,
porquê esperar-me, então? Não vale a pena!
Espero-me, paciente, há longos anos,
ao ritmo com que, já velhas, vão caindo
as folhas, uma a uma, em cada Outono.
Perdi a conta de tantos desenganos
que me foram, lentamente, consumindo
o privilégio de um sonho, em cada sono.
Já deixei de reagir à força sórdida,
que mantém-me refém, numa apatia mórbida.
Espero-me na solidão a que me agarro.
Já não há voos no meu imaginário
porque perdi as asas num voo louco.
Vítima dum todo, assaz bizarro,
vivo escondida num pérfido cenário,
desencontrada de mim e com bem pouco.
Se tudo quanto amei, saíu de cena,
porquê esperar-me, então? Não vale a pena!
Minha alma, turbulenta,
brinca na poesia
que inventa.
Cria rimas
- umas irmãs,
outras primas -
que se confundem,
se enlaçam,
se entrelaçam,
se embaraçam,
se atropelam,
se rebelam,
e se fundem.
Sob um véu de fantasia
coexiste, na sua rede,
o meu EU e a sua sede
de acalmar na poesia.
Minha alma, destemida,
se estende,
se distende,
se rasga…
se anima...
e até se engasga
com a rima.
Ad Hoc, compila versos
muito seus,
muito simplórios,
focando temas diversos
que acaba por construir,
colorir e musicar
com palavras aldrabadas...
… mas muito em jeito de amar.
……………………………..
Com a mente intransigente
no que respeita a rimar...
saem sempre da minha mente
versos que o meu coração sente.
No teu semblante pesado,
envergonhado,
vejo sinais de tortura,
de escravatura
da tua alma inocente.
És um marco de sofrimento
sedento de compaixão
e de atenção...
… não importa por que razão.
És o retrato fiel
do fel que ronda no mundo,
onde impera muito imundo!
És vítima duma fera,
de poder sedenta,
que intenta sobrepor-se a tudo e a todos.
Recorre a perpretados engodos
pró-guerra,
com o fito de governar a Terra.
Tu és a medalha atribuída
a vil canalha
que não está governando...
está aproveitando
o que milhões de seres, em missão,
dão com o coração.
Vejo na tua imagem ressequida,
alguém que deu tanto à vida!
Tu foste esfera redonda, mas dizem que já não és. Gostaria de saber o que é que estará por trás de verdades mentirosas, que nos dão a conhecer em aulas prodigiosas. As teses são variáveis; vá-se lá saber porquê. Anda meio mundo, em vão, ensinando não sei quê, e descobre-se, afinal, que a tese que era ontem não tem o apoio geral. Na verdade, quando aluna, duvidava de teorias impostas na aprendizagem de matérias, de utopias – criadas não sei por quem – que me roubavam a coragem de aprender mais além. Se virmos bem, se pensarmos no que foi e já não é, dá vontade de passarmos a cancelar tudo a esmo, e passarmos a duvidar de cada teoria… mesmo! Acreditar ou sempre duvidar?
Onde quer que tu estejas, meu amor, faz-me sentir-te... e que tu me escutas quando o breu da noite se avizinha. Tira-me deste inferno, desta dor de não te ter, das verdades absolutas que nos afastaram. Foi escolha minha. Espero que tu consigas entender. Peço perdão. Está para além de mim a decisão que tomei, sem te dizer.
Faz-me acreditar que estás aqui. Que não fui condenada a viver sem ti. Que o teu silêncio, amor, não perdure, e que este meu querer-te jamais finda. Regressa a mim e perdoa-me se puderes. Tu não pertences a esse além, ainda. Preciso que minha alma sofrida cure. Tu foste a luz da minha vida triste. Morri para sempre quando tu partiste.
Mas se nada, meu bem, te trouxer de volta, Já nada, também, me prenderá aqui. Não quererei sustentar esta revolta. Embalarei nos meus braços a coragem e iniciarei a tão desejada viagem. Começará, então, uma nova fase que, defendo, de alma e coração. O meu corpo poderia viver sem ti, mas a minha alma, certamente, não!
Vida, meu filho,
é força,
é coragem,
é amor.
Vida...
é uma luta constante
entre a felicidade
e a dor.
Vida...
é saberes olhar
com ternura
e compreensão,
todo aquele
que não é como tu,
mas é teu irmão.
Vida...
é saberes aceitar,
com resignação,
cada dia que vem,
mesmo aquele pior.
Vida...
é aprenderes a lição
da diferença que existe
entre o mal e o bem.
Sabê-la de cor,
rejeitares os erros
daqueles que, coitados,
não sabem melhor.
Vida...
é o fogo que aquece,
a neve que gela,
o quadro, a aguarela.
É um mar que assusta,
mas comove.
Vida...
é a história que ouviste
sobre coisas passadas,
que não viste.
Vida...
é sentires
o que o olhar puro
duma criança,
pode conseguir.
Vida...
é saberes como
e porquê,
podemos salvar
tantos dos que sofrem
e a maioria não vê.
Vida...
é a Natureza
que teima ajudar-te
em cada momento que passa.
Vida...
é o oposto à Morte,
à Guerra,
à Caça,
à Repressão,
e à indiferença do mundo
que contrai,
que aperta
tanto o coração.
Vida...
é a recusa
a todas as forças
nefastas, más,
que não deixam sentires
o que quer dizer Amor,
o que quer dizer Paz!
Há pavor entre as pessoas! Está a aumentar, dia-a-dia, um cenário muito imundo. As noticias não são boas. Há mais uma epidemia entre gente deste mundo. Actuam à rebelia, mesmo dentro de prisões e, como que por magia, tal e qual como as baratas, proliferam aos milhões, nas zonas mais caricatas.
Onde existem traficantes, há muita perseguição a tanta gente... Oh se tanta! São acérrimos amantes desta maldita paixão: fazer de sãos, uns doentes. Os dependentes da droga, quer seja da cocaina, marijuana ou maconha, usam as que estão em voga, tais como... a velha heroína, - ou nomes que me proponha.
Começam por drogas leves, pensando que não afectam a sua mente “ainda” sã, e esses tempos tão breves, que os seus utentes afectam, viram reais, amanhã. Vem a fase indesejada: mente e corpo... pedem mais. As leves já não resultam. - Querem tudo! Nunca nada, porque os seus “vazios demais”, geram dores... que não ocultam.
Certos de que essa adicção não acontece, jamais, vão fumando, ou snifando... Sentem-se bem! Por que não? Mas crises existenciais, requerem outro comando. O disfarce e a mentira encobrem actos ilícitos muito bem organizados. É assim que a droga gira, e os resultados, implícitos, nem sempre são detectados.
Enquanto alguns estão no mundo, - digamos, seres que vegetam e que dói-nos ver sofrer – outros, segundo, a segundo, suavemente... deletam, acabando por morrer. A droga esconde-se em tudo que hoje se faz. Que indecência! É já um tema sem fundo, e o culpado... actua mudo. Por que há tanta delinquência neste impune toximundo?
Não sei se estou seguindo em linha recta no caminho que escolhi como correcto pra chegar, vitoriosa, à minha meta. Espero, porém, ser limpo o meu trajecto.
Vou enfrentando a estrada na defesa. Reajo sempre conforme a situação. O que é benéfico acolho com firmeza, o que é maléfico... sem contemplação.
Neste meu caminhar encontro amarras com laçadas que julgo assaz bizarras, e que nem sempre consigo desfazer.
Serão obra de mestres bem treinados, que vivem de expedientes destinados a destruir, sem dó, quem quer vencer.
Foram anos passados numa luta
com vitórias e derrotas que enfrentei.
Fui vítima de gente muito astuta,
treinada para contornar a lei.
Foram anos passados que vivi
ora magoada, ora bem feliz.
Há erros dos quais já me esqueci.
Outros, porém, deixaram cicatriz.
Sempre preferi o risco ao ócio
de ver passar o tempo conformada
com a desdita de saber-me derrotada.
Nada do que fiz foi por “negócio”.
Sinto-me orgulhosa de saber
que tudo quanto fiz foi por prazer.
Dura Lex! Sed Lex! A primeira condenação imposta a qualquer cidadão. Todavia. um mundo de interrogações paira no ar: Quem de direito a inventou? Quem de direito a aprova ou a faz aplicar? Mas ela faz-se cumprir, de modo fácil, ou não, sem lugar pra admitir a mais leve compaixão. Os parágrafos... enfim! Dão "pano pra muita manga". Por vezes a culpa anula, outras vezes acumula males maiores a cada caso. Mas... insisto eu: quem de verdade e direito está à altura de julgar cada lei? Vejo pouco de perfeito - sem medo de exagerar - em muitos que a inventam, em muitos que a aprovam, ou a fazem aplicar. Num mundo em cujos sistemas, mais corruptos que sãos, fazem pesar grandes penas nos ombros dos cidadãos a eles sujeitos... vejo leis contrárias à lei do Amor, males com muitas virtudes e bens com muitos defeitos. E, com pavor, assisto a tanta injustiça na lei imposta, submissa ao poder de cada estado, que já não sei se lutar traz benefícios de vulto a um futuro que, oculto, me parece amordaçado. Mas, pra esse mal, não sai lei. É duma injustiça tremenda. Cada um que se defenda!
Recordar-te-ei na vida... que não lidero,
mas serás sempre o meu eterno amor,
apesar de tudo ter sido “bluff” sincero.
Foste um reconhecido adulador,
contudo, os teus comportamentos mudaram
no dia em que, finalmente, te deixei.
Hoje vivo feliz este Presente gasto,
seguindo a luz da viragem que gerei.
O tempo que se queima a promover
questões de cariz estranha e obscura,
devia ser usado para suster
a população carente de cultura.
Repete-se o velho antigamente...
Mantém-se a ignorância estagnada
enquanto um grupo livre, prepotente,
vai actuando firme, à descarada.
Fabricam-se leis em vários sectores.
Inventam-se facciosas decisões
com um fim: silenciar as multidões.
As condições de vida… são bem piores.
Enchem-se vários cofres, em segredo.
Não se gera cultura, gera-se medo.
Despertei de um lindo sonho, dentro do teu coração... Batia ao ritmo do meu, sem qualquer aceleração. Não partas, fica comigo, até que chegue outro dia. Não me deixes, meu amor, careço de companhia. Hoje sou ave sem asas, já não consigo voar. Faz-me falta a tua calma, e a tua força de amar. Se ver-te não posso mais… que o sonho seja o autor dos cenários virtuais, da minha vida sem cor.
Tinha uma vontade férrea de rasgar os danos que carregava, teimosamente, há tantos anos. Eram eles que motivavam o meu enorme tédio para o qual procurava o milagre dum remédio.
Queria algo que eliminasse, que excluísse o meu sofrimento. Sim! Urgia que eu insistisse em continuar a viver, mas feliz, não penando por males adquiridos dum passado sem comando.
Mantinha-me colada a um teimoso apego, num passado remoto de desesperança e medo. Acabei por cegar e ainda não compreendo como escapei do mal que me estava fazendo.
Impus-me, realmente, uma radical mudança que repusesse em mim uma dose de perseverança. Hoje, sim, estou novamente vivendo a vida... não aquela insuportável morte adquirida.
Manter-me-ei fiel a esta premeditada conduta, recusando conselhos de gente toxica, astuta... Estou feliz com as manifestações do meu ego, que se revela forte, entusiasta, mas não cego.
Recuso-me aceitar o peso do malvado fardo do qual, felizmente, já nem a memória guardo. Regressei feliz, brindando novamente à Vida... orgulhosamente perseverante e destemida!
Esta saudade que sinto dói-me tanto quanto a resistência que perdi ao saber que partiste deste mundo. Foram muitos os anos que, entretanto, não conseguindo evitar pensar em ti, fui cavando em mim um mal profundo.
Tu eras vida e fogo, em minha vida. Vivia na esperança de que um dia passaria do sonho à realidade... Mas o tempo corria e eu... perdida na estrada mal amada em que seguia, queimava o tempo de forma inadequada.
O futuro que quis não é mais nosso. Estou farta desta vida de aquiescência contra a qual não quero mais lutar. Oh... esta dor com a qual não posso! Cada pedaço de mim é desistência, é barco abandonado, a naufragar.
Eu queria apenas ver-te, se pudesse... Não sei como... nem quando, meu amor. O tempo que tivemos... se perdeu. Aquilo que esperava que ele me desse não caberá no tempo ao meu dispor. Deixou de pertencer-me. Não é meu.
Não sei por que estou viva. Sou refém de mil pendentes esperando solução, para depois partir em liberdade. Não estás mais aqui. Estás num Além com o qual não tenho ligação e não consigo vencer esta saudade.
Sorri! Enche os teus olhos de brilho e de ternura. Semeia esperança em cada sepultura. Tu és a vida, a luz, a alegria da lua nova que surge em cada dia. Sê forte, serena, confiante, e que o Amor seja o teu grande amante. Vive pra ele. Faz-nos sentir que em cada ser há uma razão para sorrir.
Data da criação deste conteúdo:2009-12-06 Fotografia de família Publicado em “World Art Friends”19.530 visualizações
Deixem-me gritar, clamar bem alto
por milhões de seres vivendo em dor,
cujo longo sofrimento exalto,
fiel, que sou, à força do AMOR.
São já milhões os pobres inocentes
em sofrimento atroz por tanta guerra.
Temem o recurso a armas tão potentes,
que podem destruir a própria Terra.
Disputas de interesses, de ganância,
invadiram sistemas, em nações,
para os quais nada serve a importância
dos direitos humanos, sem excepções.
São valores que procuram camuflar
com estudadas leis, feitas a seu jeito,
contudo, esse tratado a respeitar
não é uma coisa vã, é um direito!
Que cessem os insultos e as agressões
provocadas por gente que se diz
detentora de credos e razões,
mas que não passam dum molho de imbecis!
E se querem lutar, que sejam eles
os primeiros da fila, essa gentalha.
Façam esta opção, que é menos reles:
voltem de novo às lutas, por batalha!
Por conta própria vagueio em busca de tanto ausente. Estou farta do que é imundo, quero encontrar o que anseio. Minha’alma em luta crescente se está escondendo do mundo.
Almas penadas caminham aos encontrões sem saída do que se tornou fatal. Maus tempos já se adivinham, e a humanidade, perdida, rende-se a quem lhes faz mal.
No céu esvoaçam em grupo andorinhas que procuram onde fazerem seus ninhos. Com outras me preocupo. Almas doentes não curam se carentes de carinhos.
Peço um firme alerta a cada ser
coexistindo comigo, aqui no mundo:
façamos cerrado cerco a quem estiver
revelando, por actos, ser alguém imundo.
Sempre que virmos uma anormal presença
de alguém suspeito, junto duma criança,
deveremos questioná-lo, sem ofensa.
Nunca ignorar se houver desconfiança.
Estejamos atentos! Urge observarmos
atitudes diárias, inconsequentes,
que nos surpreendam e não compreendamos.
Prolifera no mundo gente que maltrata,
e nem sempre a lei protege os inocentes
com punição severa, para quem os mata.
Há folhas velhas pelo chão.
Estão secas. Perderam cor.
As que ainda ali não estão
sofrem de perdas de Amor.
A poda... já se avizinha.
Novas vidas surgirão
trazendo em cada folhinha
cores da velha geração.
É assim que o tempo faz.
Cada ciclo é uma mudança
que a Natureza nos lança.
Os velhos ficam pra trás.
Vão morrendo em prestações
que a morte cobra... em fracções!