Maria Letra nasceu em Coimbra, a 20 de Setembro de 1938. Escreve poesia desde os 13 anos, idade em que manifestou a sua preferência por esta forma literária. Possui os cursos Comercial e Liceal, completos, tendo aperfeiçoado os seus conhecimentos das línguas Inglesa e Francesa em escolas estrangeiras. Aos 22 anos foi para Londres, onde estudou no conceituado colégio “The West London College”. Foi secretária de direcção e tradutora técnica durante 35 anos, e empresária durante 17.
Deixou Portugal para viver em Itália em 1989, por exigências de trabalho, mas três anos depois fixou residência definitiva no Reino Unido.
Lvros publicaos: “Meus Caminhos de Cristal”, em 2011, e "Meu Pequeno Grande País, em 2017.
Reencontrei-me num mar de exclusões.
Nada do que tivera, me seduzia,
e o que restou está nu do que era seu.
Em redor fala o silêncio. Não há recordações
daquilo que não era, mas parecia,
enquanto bajulavam o meu EU.
Se houve quem me amasse, eu não sabia.
Não foi perito na arte de se expor...
...ou sentiria remorsos se paz me desse?
O futuro? Que importa? Eu já sabia
que iria continuar sem ter amor,
contudo, tudo fiz pra que o tivesse.
Resta porém, feliz, a minha alma
serena, e inexoravelmente... calma.
Relativamente ao género de poesia que escrevo, por vezes sou confrontada com perguntas sobre o porquê duma tendência para a melancolia, ou até para uma certa rudeza quando abordo alguns temas, razão pela qual decidi escrever este manifesto.
Escrevo sobre sentimentos, negativos ou não, ou sobre acontecimentos que mexem com as minhas fragilidades, das quais urge me liberte, daí - regra geral - o género da minha poesia. Ela é o eco de desabafos que faço comigo mesma, num espaço etéreo muito meu, criado por mim. É nele que grito, silenciosamente, as dores das minhas cicatrizes, ou as razões que me deram a força que tenho tido e que quero se mantenha, enquanto puder. Terminada a construção do tema, regressa a mim a alma que conservo de raiz: resiliente, pronta a enfrentar a vida com superação de males pessoais, ou do mundo, e com o espírito aberto a um futuro desejável e – por que não? - feliz!
Sendo eu uma cidadã atenta ao que se passa no meu país, e no mundo, será que terei motivos para encher o céu de sol quando o vejo coberto de nuvens?
Cai a noite, serena, na cidade,
adormecendo em mim vontades loucas.
A minha alma não sabe o que é idade,
mas as forças me traem, porque poucas...
Dentro de mim um rio vai deslizando
deixando-me resíduos do seu fundo.
Minha mente, cansada, irá tentando
libertar-se desse peso tão imundo.
Caminho a passos largos para um mar
do qual nada conheço, mas respeito
tudo o que dele, enfim... ouço contar.
Que o rio da minha vida lá me pouse
esperando, nesse mar, ter o direito
de que o meu corpo morto, nele repouse.
Peço um firme alerta a cada ser
coexistindo comigo, aqui no mundo:
façamos cerrado cerco a quem estiver
revelando, por actos, ser alguém imundo.
Sempre que virmos uma anormal presença
de alguém suspeito, junto duma criança,
deveremos questioná-lo, sem ofensa.
Nunca ignorar se houver desconfiança.
Estejamos atentos! Urge observarmos
atitudes diárias, inconsequentes,
que nos surpreendam e não compreendamos.
Prolifera no mundo gente que maltrata,
e nem sempre a lei protege os inocentes
com punição severa, para quem os mata.
Que ninguém tenha ilusões quando julga reacções. Se não conhecer a fundo - por exame assaz profundo - o cerne duma questão, pode haver precipitação. Cada pessoa é um caso se acontecer extravaso que venha a ser causador de boa ‘molha’ em redor. Aí, é porque há revolta que se liberta, se solta, por se romper o travão. Isso gera exaltação. Por vezes é como ter um copo de água a encher e uma simples gotinha, que pouco volume tinha, provoca um aguaceiro que serve de mensageiro de penas acumuladas que não podem ser julgadas por uma gotinha a mais, porque essa... já foi demais!
Gostaria que este poema tivesse asas
para poder voar pelo Universo,
pincelando de cores todas as casas
e emanando amor de cada verso.
Gostaria que cada ser reflectisse
nos seus erros, cometidos no passado,
e que, com a melhor fé, se permitisse
ser de muito sofrimento liberado.
Gostaria que cada pessoa fosse luz
no bom renascer dum mundo com valores.
Ódio é um factor que nos conduz
ao deflagrar de guerras, com seus horrores.
Gostaria que o renascer fosse na base,
no seio das famílias mal formadas,
atendidas com amor, em cada fase,
e todas, condignamente, respeitadas.
Gostaria que cada governo fosse forte,
fiel à sua causa, muito activo,
e nunca se desviasse do seu norte,
projectado num sentido construtivo.
Não serão, certamente, estes meus versos,
gerados na dor do que estou vendo,
que irão mudar as mentes dos perversos
que vivem pra matar, mesmo morrendo.
Condenada e sem saída, a vossa estrada
cheira a mortes e a fogo, aqui na Terra.
Vive-se a mentira arquitectada
nas verdades ocultas duma guerra.
Os corpos inocentes que hoje jazem
em terras onde o solo é infecundo...
têm o vosso selo vil, imundo.
Não temo as ameaças que, em vão, fazem.
Sou cidadã do mundo. Busco Paz...
esteja ela onde estiver. Tanto faz!
Face a certas notícias deploráveis que leio diariamente, por vezes tenho a impressão de sentir a minha alma gritar-me ao ouvido para parar de ter a esperança de que o mundo vai melhorar. Não devendo abandonar a minha necessidade de manter-me informada, busco formas de travar os meus ocasionais ímpetos de revolta interior pelo que vai acontecendo, mas não é fácil. Há actos que tento ultrapassar, muito embora com grande dificuldade, mas fica a martelar na minha mente uma pergunta: em qual direcção estará a humanidade a desejar seguir, uma vez que, apesar dos esforços que pessoas de bem tentam pôr em prática - no sentido de acabar com os hediondos crimes que acontecem todos os dias - as estatísticas revelam resultados frustantes que nos estrangulam toda a esperança que possamos desejar manter.
Fico perplexa quando leio que alguém, numa determinada localidade onde é considerado/a pelos vizinhos como uma pessoa cortês, educada - enfim, uma boa pessoa! - inesperadamente surpreende todos com a atitude macabra de matar, com hedionda barbaridade, alguém a si ligado/a, atitude essa reveladora de um ódio profundo pela vítima quando, aparentemente, na opinião dos referidos "todos", sempre havia revelado amar, profundamente, a pessoa que acaba de matar. Isto leva a uma lenta mas bem fundamentada razão para duvidarmos de toda e qualquer pessoa, o que é revoltante! Mas que mundo é este que estamos a tentar mudar, no sentido de ser gerada confiança no futuro quando, simultaneamente, a realidade coloca-nos perante um cenário tão cinzento e tão sombrio? Desagrada a qualquer ser humano, de "mente mente sana in corporeo sano", dever acreditar que ninguém é fiável, mas impõe-se que aceitemos esta tristíssima realidade, se pensarmos nos nossos filhos e nos nossos netos, bem assim como nas crianças que, inúmeras vezes também, ficam abandonadas a si próprias, envoltas no mistério de tanta coisa que não entendem e que os marca para sempre.
É um facto real que, ao longo da história, foram praticados actos de extrema violência, mas estamos a viver uma muitíssimo recente viragem, no nosso país, viragem essa aparentemente inspiradora pelos esforços que estão a ser feitos no sentido anti-corrupção, anti-crime, anti tudo e mais alguma coisa, e o resultado não está a gerar o que se pretende. Está em processamento uma luta real pela renovação da sociedade, em prol de valores que sabemos estarem em degradação, mas os resultados desejados estão a ser desgastantes e de grande frustração, por contra-acções paralelas. Tal luta carece de um forte 'background' de apoio estatal. Vejamos o que está a acontecer relativamente
a) à violência social,
b) à péssima conduta de orgãos de soberania responsáveis,
c) à desonestidade de quadros com altos cargos em grandes potências económicas,
todavia, tudo parece continuar “em modo conveniente”. E conveniente para quem? Para um certo núcleo de gente!
Resiliência parece ser a única ferramenta a que poderemos recorrer, mas trata-se de uma arma muito pouco abrangente, se pensarmos no muito que está a ser exigido de todos nós, nos mais variados campos, levando ao desespero total dos mais fracos de espírito e/ou de menos sólida formação.
Marco um encontro comigo.
Ora me atraso… ou não vou.
Tenho sempre uma razão.
É que ouvir-me - se consigo
explicar-me quem sou -
gera grande confusão.
Se pretendo analisar-me
neste quadro social
em que, confusa, estagnei…
acabo por magoar-me.
Encontro-me nele tão mal
que já nem sei quem serei.
Pergunto-me, revoltada,
como posso suportar-me
vivendo neste cenário…
Mas a resposta, aldrabada,
com que tento desculpar-me…
nem merece comentário.
Resignada, não estou.
Conivente… também não.
Gravito em torno de mim.
Já que não sei bem quem sou,
prefiro dar-me à paixão
de aturar-me até ao fim.
É por isso que um encontro
entre mim e eu, se afunda.
Complica-me o sistema.
Receio que um desencontro
entre as duas, nos confunda,
face a todo este dilema.
Terás sido magoada pela vida,
ou criticada por vis ignorantes,
mas nasceste pra cumprir várias missões
que não deverás, jamais, menosprezar.
Há que iniciares luta aguerrida
contra males reais e massacrantes.
Faz renascer em ti, novas paixões,
e nada será mais como era antes.
Segue em direcção àquela luz
que vês na nova estrada.
Segue em frente... confia!
Caminharás, então, em segurança,
com uma confiança intemporal.
Procura liberar-te dessa cruz
que sobre ti caiu e, de repente,
tudo enfrentarás com mais esperança!
No Universo nem tudo é surreal.
Sei que tens vontade de viver
e de fugir dessa inacção atroz
que irrompeu, inesperadamente,
sobre a tua alma limpa, pura...
Não desistas nunca. Urge vencer
os gritos da tua depressão sem voz.
Avança lenta, mas decididamente,
e sentir-te-ás, aos poucos, mais segura.
Queria ser Primavera, vestir as árvores de verde quando pareciam já mortas, em aparente agonia… Queria ser Primavera, ser força quando tu perdes um sonho lindo, que abortas do ventre em que era magia. Queria ser Primavera em casa de quem é pobre, ser esperança e ser coragem, não ter tempo, nem idade. Queria ser Primavera na nuvem que o sol encobre e em cada minha abordagem, falar só de Felicidade.
As leis devem ser cumpridas!
São duras, mas não faz mal
se com justiça criadas
e com justiça votadas
pra todo o crime, em geral.
Porém, há casos chocantes
tanto nas mal concebidas,
como nas mal aplicadas.
Vejamos só este caso...
das taxas que nós pagamos
dentro de assaz curto prazo.
Quando um pobre ser, coitado,
tem um percalço na vida
e vê-se, então, condenado
a não poder liquidar
todas as contas do mês...
Seu sossego...era uma vez!
Por qualquer valor em débito,
nem que sejam poucos euros,
penhoram-lhe a própria casa,
e o salário que tem,
em tempo record. Pois bem...
Se, no entanto, um ministro,
ou outro VIP qualquer
que tenha um certo poder,
cometer um acto-crime
que lese gente, em geral,
será também condenado,
contudo, o tempo que leva
a resolver o seu caso,
dá-lhe tempo pra girar
os seus bens pra outro nome
...ou até divorciar-se.
Esse, nunca morre à fome!
Podemos ter a certeza.
O tempo que vai levar
o seu caso a resolver...
dá pano pra muita manga
enquanto o pobre, impotente,
fica doente... e de tanga!
Este, o que tiver,
seja pouco, ou seja nada,
não precisa daquele tempo
e, com a casa penhorada,
só poderá ir pensando
onde meter a família
porque até mesmo a mobília
que comprou, sacrificado,
vendeu para ir pagando
aquilo que deve ao Estado.
Pode, bons anos depois,
o VIP vir a ser preso
mas, raramente indefeso,
terá sempre gentil oferta
duma alternativa aberta
por um qualquer “bom amigo”...
Pois é com pesar que vos digo
que há leis no nosso país,
que não cortam males pela raiz.
Reinam no país grandes investigações
sobre quem serão os verdadeiros,
e quem serão os aldrabões.
Isto é... os trapaceiros!
(Vá lá alguém descobrir...)
Gerados jeitos e alguns trejeitos,
em quem responde às inquirições
feitas por sábios matreiros,
com estudadas intenções...
(... por exemplo, reflectir...)
O inquirido, com notória falta de firmeza,
claro está, busca a calma
e, tocando os lábios com subtileza,
dá provas de perturbação na alma...
(por duvidar da sua encenação.)
Adultos de sólida e provada formação,
passem aos jovens o ensinamento
que os conduz à realização
dum futuro em tudo isento.
A decepção abunda em Portugal!
Meus genitores já partiram. Deixaram-me ensinamentos que nem sempre pratiquei, ou porque não me serviram em específicos momentos... - mais de recusa, direi - ou, talvez, por ocasião de rejeição e discórdia sobre os nossos ideais... ... Ou seria uma questão de teimosa monocórdia nas suas ordens de pais???
Hoje, porém, reconheço, que eles até tinham razão! Por isso, principiantes, uma coisa só vos peço: invistam na Instrução. Deixem de ser petulantes! Há muito por aprenderem sobre este mundo assaz louco e que tanto surpreende. Vale a pena compreenderem que, afinal, sabem tão pouco, que até petulância... ofende!
Revolução!?! Mas o que é revolução?
É passares o tempo de jornal na mão,
condenares partidos, criares confusão?
É chamares aos outros nomes sem perdão?
É clamares por algo que não cultivaste,
e quando tu erras, não veres que falhaste?
Não! Revolução é pôres no que fazes, paixão,
repudiando o mal... dando nova razão
à existência humana, sem sede de fama.
Revolução, é amares todo o ser desprezado,
ou diferente, a que chamam coitado.
É sentires as dores daqueles que anseiam
condições melhores. Sim, amigo, Revolução
é jamais permitires a exploração;
é dares realidade à palavra "amigo".
É criares um mundo sem desunião.
Revolução, é não revelares qualquer distinção
entre ti e um ser que nasceu mais pobre;
é abrires caminhos para a Paz no mundo.
Meu irmão, Revolução... é algo mais nobre,
não a falsa paz, com fins abjectos,
mas a paz de espírito, com fins bem concretos,
sem as guerras frias, inúteis, cruéis,
onde opera gente nem a si fiéis.
Revolução... é fazeres sempre o bem;
é reinvindicares uma nobre condição:
a de haver compaixão e um abnegado AMOR,
que exclui o que seja traição e rancor.
Depois... conserva os valores que geras,
e praticas, porque acreditas que a vida
deverá ser dignamente vivida.
Reconhecerás, então, que a tua consistência
serviu à Nação, por serem valores reais.
Pratica lealdade, fidelidade e decência;
Exige justiça e condições sociais,
geradas numa base bem definida.
Dá-te a esta luta, de alma e coração!
Verás que isso, amigo, foi uma dura lida,
mas poderás gritar... FUI REVOLUÇÃO!!!
Não sei se estou seguindo em linha recta no caminho que escolhi como correcto pra chegar, vitoriosa, à minha meta. Espero, porém, ser limpo o meu trajecto.
Vou enfrentando a estrada na defesa. Reajo sempre conforme a situação. O que é benéfico acolho com firmeza, o que é maléfico... sem contemplação.
Neste meu caminhar encontro amarras com laçadas que julgo assaz bizarras, e que nem sempre consigo desfazer.
Serão obra de mestres bem treinados, que vivem de expedientes destinados a destruir, sem dó, quem quer vencer.
Oh Natureza Perfeita!
Oh grande eleita!
Tu me sorris cada dia,
enchendo-me de alegria.
Tu proteges e acarinhas
tantas coisas, também minhas,
que nascem em cada canto,
e que hoje venero tanto...
Rogo ao meu Deus clemência,
para quem destrói a essência
de tudo o que vais criando.
Que não reduzam a pó
esta Terra onde, sem dó,
tanto mal se está fazendo.
É vergonhoso! É tremendo
o desrespeito que existe
e que me põe muito triste.
Que sejas, por longos anos,
protegida contra danos.
Que o Sol continue raiando
cada manhã, acordando
mil almas que, com respeito,
defendem o seu direito
a esta magia querida
a que nós chamamos VIDA!
Quem anda à chuva... acontece ter aquilo que merece! Tive seis filhos... que quis! Só por isso, já sou feliz. Netos, são catorze aqueles que tenho, cada qual do seu tamanho. Os que estão longe, ouço às vezes, mas alguns não ouço há meses! Depende das suas razões e das minhas limitações. Resumindo: lá gente... eu tenho! Até aqui, nada é estranho. Amo todos de igual maneira, vê-los é que é uma canseira! Alguns estão sempre ocupados com namoradas ou namorados. E se não estão... lá terão qualquer boa distracção. Bué de jogos, discoteca, internet... Mas que seca! E quem sofre? Sempre a avó, que não gosta de estar só. Raramente lhes dou prendas. Tenho despesas tremendas! É curto o meu rendimento. Se o gasto não me alimento. Dei muita gentinha ao mundo, e se não poupo, me afundo. Nem o Natal me comove. Catorze e seis... dezanove!!!
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Não me faço perguntas escusadas sobre a escalada de violência que, diariamente, caem nas páginas dos jornais e nos noticiários - que já evito escutar. Trata-se de um conjunto de causas, cujos efeitos estão a tornar-se profundamente lamentáveis, assustadores, e indicadores de um país sem rédeas. Tudo à volta dos problemas - já para não referir tantos outros – que geram consequências nefastas a muitos níveis, agravadas pela demora das condenações que tantas vezes urge fazer. Actualmente parece não bastar ao criminoso simplesmente matar. Hoje ele consegue ser mais sádico, mais hediondo e mais perverso!
Politicamente, a população está a sentir-se desprotegida, negligenciada e altamente prejudicada, se tivermos em conta o que se passa com o final de muitos processos contra elementos do Estado e outros de tantas figuras com cargos de grande responsabilidade no País, e que se tornaram, mais do que uma GRANDE desilusão, uma GRANDE vergonha para Portugal.
Focando, paralelamente, o interesse que aos media suscita notícias mundanas que não acrescentam nada seja a quem for, assistimos a que os mesmos - preocupados com a necessidade de manterem a percentagem de audiências no topo, transmitam programas que, ao invés de gerarem cultura e bons princípios de formação, dão ao povo aquilo que a maioria dele prefere: drama, violência, e uma série de maus exemplos servidos com muito "molho", deixando a outra percentagem de pessoas limitada a uma minoria de bons canais.
Repare-se, ainda, na forma como são feitas entrevistas a pessoas vítimas de um dramático episódio nas suas vidas, como por exemplo terem matado à força de pontapés na cabeça, de forma brutal (MESMO QUE BRUTAL SEJA SEMPRE!) um familiar de alguém. Exemplo ao acaso:
- O que é que sentiu quando lhe contaram o que aconteceu?
Isto é uma pergunta que se faça? Alguém tem dúvida que o seu familiar está em sofrimento??? Porquê perguntar? Seriam muito desejadas palavras de conforto, não massacrando mais a pessoa entrevistada. É espremer o sentimento até às lágrimas, senão não gera uma atmosfera de dor... Será isso? Chega-se ao cúmulo de assistirmos à forma como alguns apresentadores orientam as perguntas que fazem aos entrevistados, e ouvimos verdadeiros disparates, até com perguntas sem qualquer interesse para o tema da conversa, o que deixa a impressão de que foi dado um tempo demasiado longo ao entrevistador, levando-o a fazer perguntas que mais parecem de natureza coscuvilheira, do que de análise de dados que teriam muito interesse para o tema a explorar. Que mediocridade!
Este meu texto reflecte uma certa decepção que tenho vindo a acumular dia, após dia, face às circunstâncias em que se vive neste País. Estes foram os temas que hoje, cansada e desgastada, ocuparam a minha manhã.
Fui gerado com um senão,
... como todos os outros foram.
Só difere a dimensão,
se melhoram, ou se pioram...
Não haverá quem me convença!
Dois seres iguais? Nunca vi!
Há sempre alguma diferença
que os distingue, entre si.
Vim ao mundo por direito,
consenço de opiniões,
ou mero acaso, sem jeito
num monte de confusões.
Olhem-me como igual a todos,
sem diferenças, sem rancor,
com carinho e com bons modos,
e tanto, mas tanto, Amor.
Hoje quero reflectir na posição a assumir, em regime democrático, sempre que surge um baldado, que, sendo assaz desbocado, atreve-se a ofender, sem consequências temer.
Se a testa do tipo é oca, não serve fechar-lhe a boca!
Trata-se dum conflito, se a apreciação de um dito, numa sociedade livre, foi julgada pelo critério de que o dito é um impropério. Tal julgamento - escusado - passa a caso muito sério.
Haja uma ideia que brote, e outro critério se adopte.
Portanto, perguntarei: até que ponto é que a lei é o meio mais correcto de usá-la como objecto de condenação de alguém? É que uma das partes pensa que não proferiu uma ofensa...
Dependerá, no momento, do que der como argumento.
Mais parece uma censura em tempo de ditadura! Julgar casos como este, exige se faça um teste de avaliação dos actos. O que ofendeu, é perfeito? E o ofendido, de respeito?
Que não regressem os tempos de múltiplos contratempos....
Uma cantora com uma presença doce, que nos mantém deslumbrados com os graves da sua voz, e nos leva a senti-la como que envolvida no mistério de um além desconhecido, que a tornou uma intérprete extraordinária. Vale a pena escutá-la!
Eis uma das suas magníficas interpretações:
DERNIERE DANCE -https://www.youtube.com/watch?v=qSBXNJmdif8
Uma cantora com uma presença doce, que nos mantém deslumbrados com os graves da sua voz, e nos leva a senti-la como que envolvida no mistério de um além desconhecido, que a tornou uma intérprete extraordinária. Vale a pena escutá-la!
Eis uma das suas magníficas interpretações:
DERNIERE DANCE -https://www.youtube.com/watch?v=qSBXNJmdif8
Imagem: https://www.letras.mus.br/diana-ankudinova/fotos.html#419283
Data da criação do conteúdo:
2023-o4-30
Em jeito de espiroqueta
vai fermosa e bem segura,
Leonor… pela verdura,
mas ouve uma obsoleta
piada de garanhão,
e dispara-lhe a tensão.
Renuindo e avançando
achou ser um impropério
piropear-lhe um galdério!
Pior ainda... cantando!
O que disse aquele machão,
implicava uma reacção.
Leonor, perante as tretas
que a incitavam a agir,
teve mesmo de intervir.
Desferiu-lhe duas galhetas,
em jeito de punição,
e acabou-se a questão.
Teria a alma do poeta
- lá do sítio onde ela está -
visto o que se passou cá?
Não estará ela inquieta?
É que as Lianores de agora
não são como as de outrora.
Escrevo para os inúmeros seres humanos que, por qualquer motivo, estão neste momento a viver conflitos emocionais de certa gravidade, sejam eles de que origem forem. Ao fazê-lo, estou a responder à dor que sinto por pessoas que conheço, numa tentativa de suavizar o seu estado de espírito, sendo eu própria vítima de muitos maus momentos ao longo da minha vida. Aprendi a aceitar o que quer que me aconteça, apoiando-me sempre, pacientemente, numa resposta que sei que poderá chegar demasiado tarde, mas a tempo de repensar, enquanto viva, essas más vivências, para poder refazer os meus conceitos e ainda sussurrar ao ouvido de cada ser que sofre um conselho amigo.
1. Quando não medimos bem as consequências de uma atitude nossa, irreflectida, fomos imprudentes e deveremos aprender a lição resultante do peso das respectivas consequências. A lição colhida alberga o peso da nossa responsabilidade pelos actos que cometemos.
2. Quando fomos prudentes nos actos que assumimos e, apesar disso, as suas consequências não foram as desejadas, então deveremos aceitá-las resignadamente, pois não nos cabe julgar o seu porquê. Estarão fora do controlo da nossa existência terrena. Teremos de repensar tudo, aceitando o que nos foi dado por uma força superior a nós. Não existirá, neste caso, uma lição a tirar; existirá, isso sim, a necessidade de aceitarmos humildemente o que nos foi dado e aguardarmos pela resposta que o futuro possa, eventualmente, vir a dar-nos.
Sinto que as palavras são tão importantes!
Elas sobrepõem-se às pausas de silêncio
que por vezes - mesmo que por instantes -
sentimos serem necessárias. Quando em dor
as soltamos, arbitrariamente e, em baixa voz,
num ímpeto de mágoa, e sem rancor,
aliviamos a solidão se nos sentirmos sós.
Usemos as palavras com tanto, tanto Amor.
Hoje acordei muito tarde.
Cedi a uma preguiça
que me mantém submissa.
Nada tem de covardia,
mas tenho de ser correcta…
Eu virei assaz medrosa
desta força poderosa
que quer manter-me quieta.
Todos nós estamos sujeitos ao cumprimento de leis que nos foram impostas por gente que, no seu conjunto, não me parece terem uma actuação coesa, quando da elaboração das mesmas, as quais deveriam contemplar, como princípios básicos, a Saúde, a Educação, a Economia, a Protecção do Ambiente e o respeito pelo Ser Humano. Nem toda essa gente respeita os mesmos princípios morais que geram Confiança e Segurança, sentimentos estes de que todos carecemos neste momento. Se, entre os que ditam as leis, há elementos com nobres sentimentos, outros haverá cuja função é vetar o que não convém ao crescimento monstruoso da riqueza de muitos, resultando, em consequência, no aumento progressivo da pobreza de outros. Somos todos vítimas da ineficácia e da inoperância de certos sistemas, cujos orientadores nem sempre dão provas de capacidade de liderança. O sector da Economia, por exemplo, deveria ser orientado por elementos cujas actuação desse provas de merecer o crédito de quem o vê como estando no fulcro de toda uma série de passos no sentido da Renovação do Mundo e não como um meio desse grupo conseguir o que, provavelmente, pretende: dominar para satisfazer os objectivos dum sistema corrupto, onde impera a ganância. Infelizmente nada mudará enquanto o ser humano não atingir um grau de sensibilidade e de humanidade capazes de fazê-los reconhecer uma realidade que está a provocar inúmeras mortes, minuto a minuto, tornando cada dia em mais um pesadelo para os que estão em sofrimento. Liderança deverá ser sinónimo de Competência e de Unidade e estas, por sua vez, só se conseguirão quando tiver, como fundamento, a Paz no Mundo, orientada por dois nobres sentimentos: O AMOR e o RESPEITO pela vida de cada ser humano, quaisquer que sejam as suas crenças e/ou preferências, desde que estas não afectem uma saudável coexistência entre todos.
Jovens coexistindo aqui comigo neste mundo repleto de loucuras… sigam este conselho que vos dou, mais do que muito útil, muito amigo: não embarquem nunca em aventuras que desafiem as vossas vidas. Sou uma mulher com uma certa idade, mas já fui jovem. Tal como vocês, cometi algumas imprudências de bradar aos céus! Sim, isso é verdade! Foi tudo fruto duma insensatez que, normalmente, traz consequências.
Sejam prudentes, nunca inconscientes; não provoquem; não sejam malcriados com os mais velhos, pais e professores. Um dia, se ficarem dependentes, cuidado… poderão ser vocês os provocados vivendo, na velhice, dissabores. As vossas acções de hoje criarão um conto muito bonito, que eu espero que sejam os vossos netos a lê-lo. Amem os outros de alma e coração e, se querem respeito no futuro, comecem, hoje mesmo, a promovê-lo.
Hoje gostaria de referir o que penso de uma certa camada de jovens, praticantes do desrespeito, nas suas várias formas, bem assim como do seu importantíssimo papel na construção de um futuro melhor, sem a prática de tanto crime – em aumento assustador – crimes esses grandes motores da destruição daquilo que o Universo criou de bom: A VIDA!
Sabemos da importância do papel dos jovens na construção de uma sociedade saudável - que tanto desejamos comece a dar bons frutos, acabando com o que de mau subsiste em todas as vertentes da sociedade. Urge, em meu entender, promover a criação de organismos, de estado ou particulares, para a prática de várias actividades, as quais deverão ser direccionadas para a instrução adequada dos mesmos no sentido – importantíssimo! – de aprenderem a amar e a respeitar a Natureza, os velhos, as crianças, enfim... a vida no seu todo, porque...
AMAR A NATUREZA NÃO É COMPATÍVEL COM O FABRICO DE ARMAS, NEM COM O RECURSO ÀS MESMAS COMO FORMA DE SOLUCCIONAR CONFLITOS.
AMAR OS VELHOS NÁO É COMPATÍVEL COM ACTOS DESPREZÍVEIS QUE ENVOLVAM FALTAS POR AUSÊNCIA DE RESPEITO E POR ABANDONO.
AMAR AS CRIANÇAS NÃO É COMPATÍVEL COM A PASSAGEM, AOS OUTROS, DE EXEMPLOS DEPLORÁVEIS.
AMAR OS ANIMAIS NÁO É COMPATÍVEL COM EXCESSOS DE ATITUDES, TAIS COMO DORMIR COM ELES OU DAREM-LHES BEIJOS NA BOCA. OS ANIMAIS SENTEM O NOSSO AMOR, IGUALMENTE, ATRAVÉS DE OUTRAS FORMAS, NOMEADAMENTE PROTEGENDO O SEU BEM-ESTAR, EM TODAS AS VERTENTES.
AMAR A VIDA NÁO É COMPATÍVEL COM VIVÊ-LA ARTIFICIALMENTE, RECORRENDO AO USO DE DROGAS, TAIS COMO: O ALCOOL, AS CHAMADAS DROGAS PESADAS, OU MESMO LEVES - FALSOS E PREJUDICIAIS MEIOS DE CORRUPÇÃO NO MODO LENTO - PRÁTICA DE BULLYING QUE DEIXA MARCAS NAS SUAS VÍTIMAS - QUANTAS VEZES IRREPARÁVEIS, etc., etc..
Sejamos todos cooperantes nesta tarefa de tão elevado interesse para o mundo em geral, e para tranquilidade de todos nós, no futuro.
Rodopiando na vida,
num rodopiar constante,
muitas vezes fui traída
de forma muito chocante.
Vivi anos assustada
numa escola onde a maldade
duma “doninha” frustada...
não gerou em mim saudade.
Adolescente inquieta,
amante de viajar,
decidida, e muito directa,
minha vida quis mudar.
Depois de ter posto fim
a um passado assaz duro,
escolhi Londres e, enfim,
programei o meu futuro.
Casei-me mal, fui sofrida,
mas meus filhos, meus amores,
ensinaram-me que a vida
é feita de muitas cores.
Numa luta sem descanso,
mil perdas quis esquecer,
e enfiei-me num campo
de mais ganhar que perder.
Serena e muito confiante,
faço provas, em escritos,
de ser da vida uma amante,
e de odiar conflitos.
O dia estava fresco, acinzentado.
A pobre da gaivota esvoaçava
em busca de alguns restos de pescado.
E enquanto sobrevoava... grasnava...
À ninhada, acabada de nascer,
não importava saber por que gritava.
Prosseguia, pipilrando por comer...
e a fome, entretanto, não passava.
Cansada de os ouvir, a gaivotinha,
solta um forte grasnar, tão estridente,
que acabou dorida numa asinha
e não pode voar mais. Ficou doente.
Arrastando-se, e bem contrariado,
surge o gaivoto, pai da pequenada.
Enfrenta a situação, desajeitado,
e decide, resoluto, fazer... nada!
Alguém da vizinhança, vendo a cena,
decidiu ir socorrer os pequenotes,
oferecendo à mãe, que lhe fez pena,
pescado muito fresquinho... aos magotes!
O gaivoto nunca mais apareceu,
não sei se por enorme humilhação.
Isto foi o que vi dum sítio meu,
com realismo em alta dimensão.
2023-04-14
Imagens: Olga Lioncat e Théo Lê
Montagem: Maria Letra
O problema da saúde da população portuguesa gerou o meu desejo da abordagem de um tema que, para mim, torna-se muito complexo – certamente pelo meu natural desconhecimento de certos particulares que serão inadmissíveis, contudo reais e existentes - em franca progressão para o intolerável.
1. https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/115/novas-normas-alimentares-das-escolas
-publicas
2. Apenas 1% das escolas limitavam a venda de alimentos prejudiciais à saúde. Lusa-13-09-2021
Como é que se compreende sermos bombardeados todos os dias com alertas de produtos considerados absolutamente nocivos à saúde, e não se proíbe a sua produção já que, como temos vindo a constatar, há pelo menos cerca de dois anos, subsiste a existência de uma camada de pessoas que não foi instruida no sentido de saber o que não é aconselhável dar aos filhos? Constata-se que há pais incapazes de respeitar posições assumidas por quem estará deontologicamente preparado para assumir certas mudanças que se impõe sejam levadas a cabo nas escolas, em matéria de alimentação durante o tempo que permanecem nas escolas. Esta posição, no tempo, estou convencida que – se bem organizada – é de admitir que viessem a alterar a mentalidade de muitos pais. Se a produção desses alimentos fosse proibida, talvez eles acabassem por aceitar bem a posição do governo... ou será que tal imposição não seria aceitável por defesa de uma democracia em que há interesses que se sobrepõem ao bem-estar dos cidadãos? De notar que morre todos os anos um considerável número de pessoas que esperam longos meses por uma consulta nos muitos postos médicos do nosso desgastado Serviço Nacional de Saúde, pessoas essas vítimas de problemas de saúde por seguirem, durante anos e anos, um inadequado programa alimentar. Tenho consciência de que tal imposição, com incidência nos produtores, no início seria considerada demasiadamente drástica, o que poderia conduzir a reacções de vária ordem, mas através do estudo de eventuais reformas nos ingredientes de cada produto, com a ajuda do governo, através de apoios sugeridos e suavemente introduzidos nas empresas respectivas, poderiam talvez resultar numa mais valia em todos os sentidos. Pessoalmente sou absolutamente adversa a que sejam usados ingredientes nocivos à saúde, para que os produtos sejam mais apetecíveis. Os produtores vão enriquecendo cada vez mais e os consumidores vão vivendo cada vez menos tempo. É justo?
3. https://www.dn.pt/vida-e-futuro/ministerio-quer-saber-se-hospitais-estao-a-alimentar-bem-os-
doentes-10739706.html
O Ministério quer saber se hospitais estão a alimentar bem os doentes.
Aqui, já não me refiro só a um problema relacionado com escolas, mas sim com hospitais, onde há jovens e adultos em tratamento. Se “nós somos aquilo que comemos”, a questão da alimentação deve ser considerada em paralelo com o tratamento aplicável a cada paciente. Fiquei feliz quando tomei conhecimento de que estaria a dar-se particular atenção a este ponto tão importante. Mas será que todos os hospitais estarão a cumprir com este programa? Permito-me duvidar, a avaliar por tantos falhas que vão sendo relatadas...
O problema da saúde da população portuguesa gerou o meu desejo da abordagem de um tema que, para mim, torna-se muito complexo – certamente pelo meu natural desconhecimento de certos particulares que serão inadmissíveis, contudo reais e existentes - em franca progressão para o intolerável.
1. https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/115/novas-normas-alimentares-das-escolas
-publicas
2. Apenas 1% das escolas limitavam a venda de alimentos prejudiciais à saúde. Lusa-13-09-2021
Como é que se compreende sermos bombardeados todos os dias com alertas de produtos considerados absolutamente nocivos à saúde, e não se proíbe a sua produção já que, como temos vindo a constatar, subsiste a existência de uma camada de pessoas que não foi instruida no sentido de saber o que não é aconselhável dar aos filhos? Constata-se que há pais incapazes de respeitar posições assumidas por quem estará deontologicamente preparado para assumir certas mudanças que se impõe sejam levadas a cabo nas escolas, em matéria de alimentação durante o tempo que permanecem nas mesmas. Esta posição, no tempo, estou convencida que – se bem organizada – é de admitir que viessem a alterar a mentalidade de muitos pais. Se a produção desses alimentos fosse proibida, talvez eles acabassem por aceitar bem a posição do governo... ou será que tal imposição não seria aceitável por defesa de uma democracia em que há interesses que se sobrepõem ao bem-estar dos cidadãos? De notar que morre todos os anos um considerável número de pessoas que esperam longos meses por uma consulta nos muitos postos médicos do nosso desgastado Serviço Nacional de Saúde, pessoas essas vítimas de problemas de saúde por seguirem, durante anos e anos, um inadequado programa alimentar. Tenho consciência de que tal imposição, com incidência nos produtores, no início seria considerada demasiadamente drástica, o que poderia conduzir a reacções de vária ordem, mas através do estudo de eventuais reformas nos ingredientes de cada produto, com a ajuda do governo, através de apoios sugeridos e suavemente introduzidos nas empresas respectivas, poderiam talvez resultar numa mais valia em todos os sentidos. Pessoalmente sou absolutamente adversa a que sejam usados ingredientes nocivos à saúde, para que os produtos sejam mais apetecíveis. Os produtores vão enriquecendo cada vez mais e os consumidores vão vivendo cada vez menos tempo. É justo?
3. https://www.dn.pt/vida-e-futuro/ministerio-quer-saber-se-hospitais-estao-a-alimentar-bem-os-
doentes-10739706.html
Ministério quer saber se hospitais estão a alimentar bem os doentes.
Aqui, já não me refiro só a um problema relacionado com escolas, mas sim com hospitais, onde há jovens e adultos em tratamento. Se “nós somos aquilo que comemos”, a questão da alimentação deve ser considerada em paralelo com o tratamento aplicável a cada paciente. Fiquei feliz quando tomei conhecimento de que estaria a dar-se particular atenção a este ponto tão importante. Mas será que todos os hospitais estarão a cumprir com este programa? Permito-me duvidar, a avaliar por tantos falhas que vão sendo relatadas...
Sinto-me fora do espaço a que pertenço.
Não tenho eira, nem beira. Deslocada,
vivo alimentando um sonho imenso,
gerado em solitária madrugada.
Não saberei onde estou, mas concluí
que tu estarás comigo, porque te sinto
... embora neste espaço onde jazi,
estejamos ambos, num modo bem distinto.
Vivo a minha ‘sperança no amanhã
desejando chegar a um porto bem seguro.
Este meu sonho não é uma coisa vã
... é a meta onde me vejo no futuro.
Gostaria de, a seu tempo, constatar
que tudo o que padeci em tempo ido
tivesse sido, em concreto, pra gerar
um porto, em segurança, concebido !
As palavras que escrevo me retratam;
As palavras que digo me consomem;
As palavras em que penso, me comovem;
As palavras que não escrevo, me magoam;
As palavras que não digo, não me exaltam;
As palavras que não penso, não me faltam;
São todas dum passado a que pertenço;
São todas dum passado sem herói;
São todas dum passado que me dói:
São retalhos duma vida sem quimera;
São retalhos de alegrias e de prantos;
São retalhos dum passado igual a tantos;
Diz um ditado, já velho, que os olhos serão o espelho da alma do ser humano. Como tal, não por engano, transporta para o que cria uma especial magia em sentimentos, em imagens, indicadores de mensagens cuja interpretação depende da formação e do grau de sensibilidade de quem as lê, na verdade. O emissor as envia, o receptor as aprecia. Passa-se isso com as telas e, quando pincela nelas, o artista se revela. O quadro é aquilo que expela, em emoções. É o seu emissário, levando-nos a um universo onde o pintor resta, imerso. Por vezes, quem observa, fá-lo sem qualquer reserva de espaço para sentir o que o quadro reflectir. Tal depende do valor que terá o seu autor.
Se julgares-me te diverte, continua,
mas só eu sei quem sou e o que pretendo
quando tomo posições que tu condenas.
A tua convicção, na mentira flutua,
até que se dissolva em erros que não entendo.
Estás cheio de rancores que tu não drenas.
Liberta-te do peso que carregas
quando me julgas, carecendo de certeza.
Teus fundamentos nascem por incúria,
e por falsas convicções que sempre negas.
Acabas por cair em vil tristeza,
exactamente porque partem duma injúria.
Antes de me julgares, medita bem.
Sou eu a detentora das minhas razões
e da forma como quero conduzi-las.
Evita magoar-te. Não convém.
Perdes a força que têm as tuas opiniões
e o quanto te esforçaste, ao produzi-las.
Se, tal como eu, a tua mente
já não suporta os abusos incontroláveis
do obsceno, camuflado astutamente
para atrair negócios... autorizáveis,
sobretudo utilizando a Mulher....
Se, tal como eu, a tua paciência
já não suporta certos exibicionistas
espavoneando-se, na sua concuspicência
- seres cautelosos e estrategistas
que o seu status, em particular, requer -.
Se, tal como eu, achas que não vale a pena
remar contra a maré dessa gente insignificante
que nem amor por si sabe cultivar... Serena,
retira-te desse grupo assaz impactante,
mas oco de valores e de virtudes.
São gente que quer impor-se pelo brilho
mas tem a alma seca, sem qualquer cor.
Tem particulares que recuso e não partilho,
exactamente porque não sabem gerar amor.
Actuam no inverso, isentos de boas atitudes.
Jazem em mim amordaçadas esperanças
gélidas, sem cor. Passaram a lembranças
no dia em que partiste, feito orgulho,
mas é nelas que, por vezes, eu mergulho.
Eu sei que é doentia esta recordação
dum passado tanto vida quanto solidão...
Sobrepõe-se a tudo quanto me corrói,
um grande Amor que o tempo não destrói.
Eu sei que a minha frágil resistência
já pouco poderá, em realidade,
contra o desgaste recôndito da idade.
Mas prefiro abraçar-me à tua ausência,
do que anular em mim todo um passado!
Não estás... mas imagino-te ao meu lado.
Foste uma promessa, muito antecipada,
num tempo de criança, fora de prazo.
Na minha tenra idade, descuidada,
marquei-te para sempre, por acaso.
A seu tempo - quando ainda menina -
voltei a encontrar-te não sabendo
que a marca que tu tinhas, pequenina,
ainda estava em ti. Não compreendo.
Os anos transcorreram inocentes
do quanto às nossas vidas se ligavam
os danos que as ausências nos causavam...
Permitimos que todas as correntes
me mantivessem do teu amor cativa
... e passei a viver sempre à deriva.
Deixa-me continuar a viver, ó Vida,
mas dá-me algum do teu drenado espaço
imune aos podres daquilo que é devasso.
Não tolero mais sentir-me comprometida
entre aquilo que realmente defendo
e tanta injustiça, que eu não entendo.
Continuarei fiel ao que é correcto.
Não amo o mundo tal como ele está,
cheio de ostentação, e de gente má.
Amo o homem bom, desprezo o abjecto.
Que os anos que hão-de vir sejam de mudança,
e cesse o desrespeito pela criança.
Hoje a Ti clamo, Deus do Universo imenso!
Ignorante das razões que teriam motivado
tanta morte neste mundo a que pertenço,
eu não consigo entender, o que terá gerado
a perda de tantas vidas inocentes, tão a eito...
Estou profundamente chocada e muito desiludida!
Como mataste tão sem pena e tão sem jeito?
Uma a uma, tu deixaste que morresse tanta vida...
Já me confundiam as leis por que te reges, a qual gera
gritantes contrastes entre a abastança e a penúria.
Mas isto agora é o caos que sobre o mundo está caindo.
Enquanto milhares não verão mais a doce Primavera,
outros seguirão navegando no desprezo e na incúria
que devotam aos que lutando, irão também sucumbindo.
Como Tu foste veloz neste cenário contrastante,
revelando a coexistência de tanto sentimento...
Em apenas uns segundos, em apenas um momento,
deixaste escancarada uma panóplia de situações,
cheias de grande agoiro e de tantas aberrações.
Actuaste com tanta crueldade e tanto acirramento!
Não saberei dizer, nem saberá alguém,
quantas almas boas se vão perdendo pelo mundo,
olhando a vida com tolerância e fé, como convém.
Cravaste em nossa alma um espinho assaz profundo!
Oh se eu pudesse recuar àquele tempo em que sentia
que a vontade gera força! O que eu não faria!
Por conta própria vagueio em busca de tanto ausente. Estou farta do que é imundo, quero encontrar o que anseio. Minha’alma em luta crescente se está escondendo do mundo.
Almas penadas caminham aos encontrões sem saída do que se tornou fatal. Maus tempos já se adivinham, e a humanidade, perdida, rende-se a quem lhes faz mal.
No céu esvoaçam em grupo andorinhas que procuram onde fazerem seus ninhos. Com outras me preocupo. Almas doentes não curam se carentes de carinhos.
Até que a Vida me rejeite,
…quero seguir, viajante,
carregando aquilo
que me tornou imigrante,
num outro país.
Quero ter força
e fazer o que sempre quis:
Amar-te, Vida!
Sim, porque ao amar-te,
estarei amando o mundo
e todos os que nele
sofrem dum mal profundo,
que bem compreendo…
Chama-se Saudade.
Essa, não tem idade.
Continuará vivendo
depois de mim, de ti
e de todos nós.
Lutarei pela Vida,
até quando ela quiser.
A idade não perdoa,
mas meu grito de dor,
ainda que fraco, ecoa.
Gentes que sempre amei,
chorarão minha partida.
Um dia? Uns anos?…
Minha alma está dorida,
feita de desenganos,
mas meu coração é forte,
afugentando a morte.
Eu já não tenho anos,
tenho vivências.
Mereço respeito.
Vivo de nada,
para além do Amor
que sinto no meu peito.
Não quero envelhecer.
Quero amar a Vida,
deixar-me adormecer
no seu regaço origem.
Lutar contra os corruptos
que nada dão… Exigem!
Até quando a Vida quiser…
quero continuar Mulher!
Data da criação deste conteúdo:
2014-03-11
Publicado na Antologia de Poesia Contemporânea
Chiado Editora
O tempo gasta-se,
tal como a nossa paciência,
mas é um segredo do tempo
a grande conveniência
de saber esperar.
O tempo aflige,
tal como o sofrer duma criança,
mas é um segredo do tempo
pesar, numa balança,
o possível e o desejável.
Dar tempo ao tempo
pode ser o mais aconselhável.
O tempo corre veloz,
mas é um segredo do tempo
podermos dar corpo à voz
de todos nós, pelos que sofrem.
O tempo é professor.
Deixemos que ele nos dê
mais lições onde o amor
seja a palavra de ordem,
para que o mundo não acabe
numa grande desordem.
O tempo não é nosso,
foi-nos cedido
por um ano, um mês, um dia...
Ele não deve ser perdido.
O tempo passa por nós
e deixa marca...
quer sejas um plebeu
ou um monarca.
Saibamos amá-lo
com sabedoria,
para não corremos o risco
de não termos mais tempo
para apreciá-lo.
Data da criação deste conteúdo:
2010-10-25
Imagem: Montagem de Maria Letra
Parte tranquilo, dois mil e vinte e dois.
Leva contigo o mal que nos fizeste
e deixa ficar o que de bom trouxeste.
Tivemos esperança em ti. Pouco depois...
com o decorrer dos dias e dos meses,
perdemos a ilusão de tu seres diferente.
Seguiste a linha do ano precedente,
e começou uma escalada de reveses.
Sentia-se uma certa baralhação
na questão da saúde e também da vida.
Favoreceste a morte, essa bandida!
Fizeste do tempo uma péssima gestão!
Quero ver-te partir em boa ordem!
Que venha, pois, dois mil e vinte e três
e que seja feita, finalmente, desta vez,
a cessação do tempo da desordem.
Carecemos duma mudança radical
no sector da saúde e do bem viver,
com alimentos de confiança pra comer.
Há gente a sucumbir, por viver mal.
Data da criação deste conteúdo:
2022-12-31
Imagem: Javon Swaby