Relativamente ao género de poesia que escrevo, por vezes sou confrontada com perguntas sobre o porquê duma tendência para a melancolia, ou até para uma certa rudeza quando abordo alguns temas, razão pela qual decidi escrever este manifesto.
Escrevo sobre sentimentos, negativos ou não, ou sobre acontecimentos que mexem com as minhas fragilidades, das quais urge me liberte, daí - regra geral - o género da minha poesia. Ela é o eco de desabafos que faço comigo mesma, num espaço etéreo muito meu, criado por mim. É nele que grito, silenciosamente, as dores das minhas cicatrizes, ou as razões que me deram a força que tenho tido e que quero se mantenha, enquanto puder. Terminada a construção do tema, regressa a mim a alma que conservo de raiz: resiliente, pronta a enfrentar a vida com superação de males pessoais, ou do mundo, e com o espírito aberto a um futuro desejável e – por que não? - feliz!
Sendo eu uma cidadã atenta ao que se passa no meu país, e no mundo, será que terei motivos para encher o céu de sol quando o vejo coberto de nuvens?