Maria Letra nasceu em Coimbra, a 20 de Setembro de 1938. Escreve poesia desde os 13 anos, idade em que manifestou a sua preferência por esta forma literária. Possui os cursos Comercial e Liceal, completos, tendo aperfeiçoado os seus conhecimentos das línguas Inglesa e Francesa em escolas estrangeiras. Aos 22 anos foi para Londres, onde estudou no conceituado colégio “The West London College”. Foi secretária de direcção e tradutora técnica durante 35 anos, e empresária durante 17.
Deixou Portugal para viver em Itália em 1989, por exigências de trabalho, mas três anos depois fixou residência definitiva no Reino Unido.
Lvros publicaos: “Meus Caminhos de Cristal”, em 2011, e "Meu Pequeno Grande País, em 2017.
"Carl Yung associava o Cavalo ao Psiquismo Inconsciente. Ele simboliza Poder, Liberdade, Espiritualidade, Riqueza, Beleza, Virilidade e Sexualidade." O Cavalo pode ser Selvagem, Poderoso e Difícil de Controlar… Pondere bem, antes de o montar.
Data da criação deste conteúdo: 2024-05-01 Imagem de Miguel Letra
Nunca acreditei que haja alguma coisa escrita nas estrelas. Acredito, isso sim, que somos nós próprios quem determina o caminho a seguir. Mais ainda, não acredito que haja um “Deus” a guiar-nos. Esse Deus, para mim, é o Universo e o mistério de sabermos ou não viver dentro das normas impostas por esse grande sentimento a que chamamos Amor, de cujo grande mestre é a Natureza.
Não há bem que sempre dure, nem há mal que não acabe… - diz o povo, que bem sabe! Para grande mal, grande cura. Este ditado… convence! Ora recorde, ora pense: Quando cremos estarmos bem… surge uma qualquer má nova, de levar caixão à cova, e o povo, bué cansado, não reage. Desanimado, nem aquece, nem arrefece… Se as águas passadas já não movem moínhos, sigamos novos caminhos... Façamos o que deve ser feito... ...mas sem intenções subtis: Cortemos o mal pela raiz!
Consciente como sou, nunca culpei ninguém, nem mesmo a minha pessoa, dos meus erros. Já tive oportunidade de dizer que tudo o que fiz mal, na vida, foi feito pensando estar a fazer o meu melhor, portanto, não me acuso de nada. Reconhecer o erro duma posição tomada não significa que me culpe disso. Sirvo-me dele para corrigir o que esteve mal.
Em Portugal, actualmente, é necessário possuir uma grande dose de serenidade, de resiliência e de autodomínio emocional, para enfrentar e aguentar, silenciosamente, e com grande sabedoria, a crescente onda de crimes, de violência, de assaltos, de instabilidade generalizada em várias áreas, tais como em escolas, em hospitais, em serviços públicos, etc. A população melhor informada e mais atenta, saberá bem o que está na base de certos comportamentos. O problema é que essa base deveria ter sido sujeita a transformações que não aconteceram em devido tempo.
Estarei a ser exagerada, ou na verdade precisámos de 50 anos para assistir a algo que nunca esperávamos ver? A Revolução de Abril de 1974, é uma data a partir da qual esperávamos que fosse cumprido o objectivo da revolução em questão. Estes 50 longos anos deram-nos um socialismo em liberdade relativa, coberto por um "manto diáfano recheado de verdades mentirosas". Ano, após ano, foi um ver se te avias no desfolhar dos cravos... Além de desgoverno, tivemos muitos casos de supostos desvios de dinheiro. Será com esses milhões, que fazem parte de um bolo sem cereja no topo, que Sua Excelência o Senhor Presidente da República esperará redimir o passado relativo às ex-colónias? Francamente, não saberei!!! O que saberei é que há momentos em que me interrogo se, por vezes, não seria mais conveniente o recurso ao silêncio...
Temos um novo governo formado. Sem maioria absoluta, foi, no entanto, eleito pelo público. Como democratas "à altura", e com a classificação de Povo Sereno, só nos resta ter de esperar para ver se Sua Excelência o Senhor Primeiro Ministro eleito, e a sua comitiva, põem em prática tudo o que foi apregoado como princípios de actuação a seguirem. Só assim poderemos definir a sua competência e definir, também, se o mesmo é um Homem de Palavra. Sorriso, pelo menos, não lhe falta.
Nunca amaldiçoei a minha sorte, nem os lobos que encontrei pelos caminhos que percorri. Soube aprender com as lições que a vida me deu. No erro, enchi o peito de ar, o coração de amor, e parti para uma nova luta, procurando não pensar mais no passado.
Cito a Pia Batismal, que é peça do batistério, do Mosteiro da Batalha - bela peça arquitetónica do Património Mundial! Obedecendo a um critério com cento e cinquenta anos, foram usados estilos góticos nada pobres, nem caóticos. Escolhi apenas a Pia como peça a descrever, mas, porém e todavia, deixei tanto por escrever!
Data da criação deste conteúdo: 2024-04-26 Imagem de Miguel Letra
Reviravolta... que volta foste tu dar a Belém? Quando o diabo anda à solta ...já nem dar volta convém! Vira lá isso ao contrário, que me dás volta à cabeça! Arranja-me outro cenário, antes que um mal aconteça...
Nunca deixei que os medos paralisassem os meus planos, daí ter feito algumas asneiras na minha vida. Não basta esperar que sejamos bem sucedidos. É preciso estarmos atentos ao lobo que, infelizmente, espreita em cada esquina.
Minha alma... irresoluta, quando se observa ao espelho, faz sempre a mesma pergunta: - Quem foi a filha da mãe, que te pôs rugas no rosto? Não te ficam nada bem. Respondo triste e calada: - Foram dores. Deixaram traços fingindo serem abraços. Não reajo… mas eu sei: - Foi o tempo que me tirou aquilo que mais amei!
Tristonha, não me rebelo. Nem tudo na vida é belo, e um dia... partiremos belas ou não - não importa. Quando a morte bate à porta, como estivermos… iremos. Na campa, um camafeu em vez de fotografia, não mostra que seja eu naquela imagem esculpida. Repousarei, de alma fria, com tudo o que fui na vida.
É dia de reunião para abordar a questão duma certa acentuação. Um cágado mal acentuado, com o nome adulterado pode até ser desprezado. O povo torce o nariz, porque o nome, neste país, tem um porte que não condiz!
Data da criação deste conteúdo: 2024-04-24 I,agem de Miguel Letra
O Professor Luís Correia, do Instituto Superior Técnico, e investigador na área das telecomunicações, afirmou, segundo a SIC Notícias de hoje, dia 23 de Abril, de 2024: “O telemóvel vai ser ultrapassado pelos óculos num futuro próximo, já não precisamos de teclado para nada, as lentes vão ser o nosso ecrã”
Escrevo como assumida ignorante no que diz respeito ao mundo das telecomunicações. Não estou, portanto, sob o “efeito Dunning-Kruger - “quanto menos uma pessoa sabe, mais ela acha que sabe" - porque sei muito pouco do quanto gostaria de saber.
É caso para acreditar nessa nova fonte de aquisição de conhecimento. Não chegavam os “oividos, os olhinhos e os dedinhos” (jornais, revistas, televisão, teclado e cenas ao vivo)? Se as vítimas do tal efeito Dunning-Kruger eram já uns enfatuados de sabedoria, irão passar ao grau de obsessividade!!! Não vamos aguentar!!!
Tendo profunda consciência da mudança que se operou na vida de cada pessoa, a partir de 2019 - a qual enfrentei com muita resiliência - vou realizando múltiplas mudanças que carecem, ainda, de ajustamento progressivo àquilo que são hoje as necessidades de alguns elementos da minha famĩlia. A vida que vivemos hoje, poderá não voltar a ser a mesma que vivemos no passado.
Posso não saber quem sou, por que caminho é que vou, ou os males que me afligem... Mas sei que, enquanto viver, tenho o honroso dever de respeitar minha origem.
Ouço o meu coração todos os dias e ajo sempre a seu favor, apaixonadamente. Dado que o conteúdo da minha cabeça foi cultivado pelo meu coração, o meu Eu sente-se “em família”.
Amo e gosto de ser amada. Aos que não me amam, posso dizer, apenas, uma frase muito italiana: “Chi non mi ama, non mi merita”, isto é: “Quem não me ama, não me merece”.
Olho-me ao espelho com ternura e com complacência, da mesmíssima forma com que olho os outros. Faço uma excepção sempre que alguém me ofende, moralmente. Esses são banidos, completamente, das minhas relações.
Sonho com cargas às costas.
De vez em quando, tropeço.
Trepo muros, subo encostas,
viro sonhos do avesso.
É no sonho que eu me cruzo
com outros eus, que nele vejo,
mas são tantos, que recuso
fazer parte do cortejo.
Saio do sonho cansada
dos eus que aí encontrei!
Pergunto-me, aparvalhada;
Porque vi tantos? - Não sei!
Cuido-me porque amo a vida. Divirto-me sempre que posso (oh… se divirto!); já não canto porque respeito os outros, que não gostariam de ouvir-me, mas danço sempre que posso. Não tenho idade enquanto ela me deixar não senti-la e essa de “coisas fúteis” – ou coisas que não ficam bem a pessoas da minha idade – existiu mais no tempo dos meus pais e dos meus avós. Contudo, há limites que respeito… por respeito a mim própria.
Assumo a minha individualidade. Não reprimo os meus talentos. Tento controlar as minhas falhas por respeitar normas de comportamento, mas nunca fui aquilo que os outros gostariam que eu fosse. Daí certos dissabores.
Quando se domina a liberdade das aves porque a força duma fera, impera… até o mar se agita, se encrispa e o farol apita. Porém, surge a reviravolta lopo após... quando a fera, esperançada, chega à meta, e leva com uma derrota… sem uso de batota. O Zé Povo não perdoa... quem monta sobre quem voa.
Data da criação deste conteúdo: 2024-04-18 Imagem de Miguel Letra
Nem me lamento por ser como sou, nem sou infeliz por não ser quem eu gostaria de ser. Sou apenas EU, alguém em busca da perfeição que, embora acreditando seja possível não vir nunca a atingi-la, continua a tentar obtê-la.
Outrora, houve um tempo muito longo
em que era fácil saber o que fazer
perante inesperadas situações.
Cada uma que surgia, íamos pondo
em lista que se impunha resolver
- antes que causasse depressões.
Nada desse tempo resta agora…
e nada do que vem, pode esperar.
Vivemos amarrados na incerteza.
Milhares de seres partiram, muito embora
a Ciência não pare de inventar...
Carece de respostas com sageza!
Nós fomos apanhados por vil surto
de um vírus em contínua mutação,
cuja vacina nem sempre é eficaz.
Lutamos contra um tempo muito curto.
Urge esclarecer muita questão
num mundo onde há de tudo, menos Paz.
Disse Camões, com montes de razão...
“Cesse tudo quanto a antiga musa canta...
porque outro valor mais alto se alevanta”!
Hoje, pedir-vos-ei muita atenção. Pensemos nos que em casa têm... nada! É tempo de reflectir, de muito Amar, e a melhor prenda que poderemos dar aos que sofrem, com a voz estrangulada… será: que cada um de nós se atreva a demonstrar o quanto neles pensamos e o quanto, dia-a-dia, nos esforçamos por mudar a direcção que o mundo leva… Digamos, todo o ano, Estou presente! Ninguém merece ser vitima do engano de ser amado no Natal, somente… por culpa de gente, mais do que egoísta, indecente!
O tempo que se queima a promover
questões de cariz estranha e obscura,
devia ser usado para suster
a população carente de cultura.
Repete-se o velho antigamente...
Mantém-se a ignorância estagnada
enquanto um grupo livre, prepotente,
vai actuando firme, à descarada.
Fabricam-se leis em vários sectores.
Inventam-se facciosas decisões
com um fim: silenciar as multidões.
As condições de vida… são bem piores.
Enchem-se vários cofres, em segredo.
Não se gera cultura, gera-se medo.
O crime em Portugal teve um aumento muito significativo e tornou-se um sério factor de preocupação, não só pelo que representa para as vítimas, mas também pela consequente instabilidade emocional que cria a todos os níveis, instabilidade essa que abrange desde o exterior das nossas casas, e o interior das escolas e de lugares públicos, até ao sagrado direito de paz no interior de tantos lares ameaçados por criminosos de quem a última coisa que se esperaria seria a prática de um crime que vitimize um cônjuge, uma criança ou mesmo um familiar.
O programa ”Em Cima da Hora”, da TVI, só vê quem aguenta e/ou quem quer, pois muitas pessoas poderão considerá-lo bastante pesado pela exposição em bloco do que está a passar-se no mundo do crime em Portugal. A constatação da existência de casos hediondos é, sem sombra de qualquer dúvida, altamente preocupante porque esconde, muitas vezes, realidades camufladas por comportamentos dissimulados da parte dos transgressores, como sendo reais provas de (des)amor cheias de “boas intenções”. Estas atitudes, frequentemente. levam as vítimas a menosprezar realidades diferentes das que imaginariam. Pessoalmente, aprecio a existência deste programa televisivo incluindo a presença de técnicos na área do crime, os quais não só nos facultam uma análise detalhada da realidade que se vive neste momento em Portugal, mas também da mesma ser discutida por bons especialistas na área do crime, cujas chamadas de atenção para certos comportamentos poderão ajudar os interessados a reconhecer certos particulares da imaginação fertil de tantos criminosos, para com as suas vítimas. Programas de breve referência a casos isolados não bastavam. Eram noticiados casos demasiadamente fragmentados, sabendo-se que enquanto tais casos eram focados, o crime estava alastrando cada vez mais.
Se me perguntam se o programa “Em Cima da Hora” é o programa ideal, direi que essa resposta deverá ser dada por analistas à altura. A minha análise enquadra-se na de alguém que “, na ausência de melhor, valoriza o que possa existir de bom no que tem à sua disposição”.
Reflexão: O perdão concedido por pena, aos “arrependidos”, urge ter os dias contados, pois "Quem ama não magoa, protege do que possa fazer muito mal para toda a vida".
Tremem as folhas que, outrora, eram serenas.
Giram fortes ventos em muitas direcções.
Não sei se as minhas dores são somente penas
ou um acumular de tantas desilusões.
Ocultam-se na sombra de homens muito sábios,
verdades que recuso... das quais tanto preciso.
Inquieta-me o frio cerrar de tantos lábios
onde deixou de ver-se o mais leve sorriso.
Carrego ondas inquietas de perguntas
que me faço, dia-a-dia, sempre em vão.
Sinto muita falta de amor e de perdão.
As saudades que em mim pesam, todas juntas,
não encontram forças capazes de as levar...
São muitos anos de ausência e de pesar.
Andam à solta papões!
Não se trata de miragem.
Eles não se chamam ladrões,
mas fazem o que eles fazem.
Comem muito, comem tudo,
fazem dos outros capachos!
E o que temem, sobretudo?
Que lhes roubem os seus tachos!
O papão mais bastardinho,
tem ar de muito matreiro...
Prossegue no seu caminho
tramando-nos por inteiro.
Há uns que roubam, por fome;
outros, por ganância atroz.
Neste roubar, que consome,
quem se lixa? Somos nós!
Os que, por fome, roubaram,
são metidos nas prisões,
enquanto os outros não param,
de surrupiar milhões.
E neste deixar roubar,
de que todos nos culpamos,
nós não estamos a cuidar
da estrada em que caminhamos.
De filhos, viramos pais;
de pais viramos avós;
de avós viramos culpados
dos erros de todos nós.
E neste “deixar andar”,
em que os papões, são vedetas,
estamos todos a deixar,
os nossos filhos... pobretas.
Sem sabermos como e quando,
este roubar começou,
eles tomaram o comando,
e a nossa vida... piorou.
1. Se há produtos alimentares cuja composição é considerada prejudicial à saúde, porque se autoriza o seu fabrico ou, no mínimo, por que não se coloca, depois da sua composição, a respectiva advertência? Não podemos negligenciar que um grande número da população desconhece quais as implicações que cada elemento adicionado ao produto, representa para a saúde.
a) Nós somos, também, aquilo que comemos.
b) Quanto mais doentes houver, mais complicada se torna, para o Serviço Nacional de Saúde,
a gestão do orçamento disponível.
c) A carência de saúde tem implicações na actividade intelectual e física de cada cidadão.
2. Se há bebidas que são, igualmente, prejudiciais à saúde - especialmente para os rins -
deveriam ser retiradas do mercado. No caso das bebidas alcoólicas, por exemplo, deveriam ser
estabelecidas regras adequadas, para o seu fornecimento.
a) O álcool é uma das grandes causas de violência, nas mais variadas vertentes da sociedade.
b) O aumento do crime gera medos na população, consequentemente, gera também
instabilidade social, a todos os níveis.
3. Uma boa gestão do que impede o progresso, elimina, gradualmente, os riscos do seu retrocesso
ou a sua completa estagnação.
a) Os princípios a respeitar para a criação de fundamentos sólidos de uma sociedade, não
deverão ser considerados anti-democráticos.
b) Considero que procurar corrigir elementos claramente negativos para a humanidade,
através de sugestões e respectivas conclusões aceites por unanimidade por pessoas
superiormente formadas para esse efeito, não pode ser considerado uma atitude impositiva.
Esse tipo de conceito só poderá ser compreendido se originário da mente de quem quer
conquistar fortunas à custa da ignorância de quem tem o ávido objectivo de enriquecer,
mesmo que prejudicando a saúde dos outros.
O tempo livre de que dispunha hoje, para escrever, está a esgotar-se. Falta-me, porém, o equilíbrio necessário para que as palavras possam fluir. Estou desencantada com as minhas reacções. Não sinto mais aquele fervilhar estimulante que me deixava viver em paralelo com os contratempos, estado esse que me ia facultando suficiente liberdade de acção para transpor as barreiras que me iam sendo colocadas, ao longo da vida. Mais do que a busca de um ombro amigo, escrever sempre foi a minha preferência de ter encontros comigo mesma. Hoje, porém, atingi um estado de saturação que me impede de concentrar-me na execução daquilo que me dava tanto prazer e que me permitia neutralizar, razoavelmente bem, as minhas preocupações. Escrevendo, conseguia libertar-me, completamente, daquilo que não queria recordar.
Neste momento procuro inspiração, mas as palavras não surgem e o tema que tinha em mente enfrentar, perdeu-se na minha inacção. Atingi uma idade em que prefiro escrever , maioritariamente sobre temas do presente, e não sobre o que tanto mal me fez no passado, ou sobre o que gostaria de ter sido, e não consegui, por várias circunstâncias. As minhas reflexões sobre o meu passado são imutáveis, mas tento evitar que possam, eventualmente, acabar por prejudicar uma evolução positiva que tanto ambiciono. Preciso de organizar as minhas ideias, baralhadas num tempo passado que me parece ainda, demasiadamente próximo.
É tarde e não consigo concentrar-me, porque nem sempre a minha mente se propõe sobrepor-se a este sentimento perturbador, que não me permite que as ideias fluam organizadas. Arrisco-me a perder-me pelo caminho e acabe por não perceber onde quereria chegar quando, hoje, decidi escrever. No meu dia-a-dia, faço o que posso, não o que gostaria de fazer. Vivo como posso, não como gostaria de viver. Assim acontece com a escrita. Deixo-me vaguear ao sabor desta indecisão, à mercê da inspiração e, enquanto esta sensação não passa, atiro para o papel pedaços do que sinto. Mas hoje não tenho forças para comandar este turpor. Escrevo, apago e volto a tentar escrever. Porque deveria ser diferente, se sou vítima directa dum estado de coisas que repugna-me admitir estarem irremediavelmente perdidas? Sim, eu sei que se toda a humanidade se revelasse condenada à inacção que sinto hoje, o mundo não melhoraria porque passaríamos todos a viver no modo zombie...
Estamos reduzidos a pobres criaturas obrigadas a obedecer a leis impostas sabe Deus por quem, se não tivermos força suficiente para lutar pela mudança da realidade que enfrentamos. Como poderemos ter objectivos na vida quando, tantas vezes, surge alguém que nos puxa o tapete debaixo dos nossos pés - exactamente quando julgávamos estarmos a alcançar a vitória? Repentinamente, sem se saber de onde, surge o "inesperado", uma qualquer “pouca sorte” que faz-nos acumular mais um problema a outros já existentes. Vítimas dum sistema corrupto, quase não temos forças para prosseguir na luta que tínhamos encetado um dia, já nem nos lembraremos quando.
Será melhor ficar por aqui. Se começo a descrever o que penso da sociedade em que vivemos, actualmente, não conseguirei o meu objectivo de sempre: escrever com coerência, sobre o presente que estamos a viver em todo o mundo. Nunca fui mulher de desistências, seja do que fôr, mas hoje vou desistir de reencontrar o tema sôbre o qual a minha inspiração, não existente, deveria dissertar. Espero que amanhã a minha necessidade de escrever volte a revelar-se. Quem sabe será um maravilhoso dia, tanto para mim como para tantas outras pessoas, vitimas dum sistema onde impera a lei do “salve-se quem puder e como possível”. Entretanto, a guerra continua a destruir, os assaltos continuam a aumentar, os abusos de toda a espécie continuam a instalar o terror... Inúmeras vozes permanecem em silêncio, com enorme vontade de gritar, mas não se fazem ouvir porque existe um sentimento desgastante de que ninguém irá ouvi-las. Paira uma sensação de mordaça que aperta, que não nos deixa gritar aos ouvidos moucos de quem ignora o sofrimento. Entretanto, indiferente a este lado da humanidade, escuro como breu, coexiste um outro cheio de brilhos estonteantes, com exageradas regalias que são, permanentemente, usurpadas daqueles que deveriam ter nem que fosse apenas algumas. Esta louca atmosfera que vivemos deixa-nos abafados, sem capacidade para encontrarmos sábios estratagemas que poham um fim no lado preverso do mundo.
Teria sido incoerente em tudo o que escrevi, mas fui fiel a uma realidade inexoravelmente comum a tantas pessoas como eu: a Insuportável Impotência da humanidade, perante o panorama geral do que se passa no mundo.
Como cidadã do mundo
- eu não durmo! - sigo vendo
um ódio enorme, profundo,
na esfera em que estou vivendo.
Gente em fuga, apavorada,
deixa seus lares para trás
e busca, desesperada,
ir ao encontro de paz!
Mas nessa fuga, o mistério
de um milagre... não se vê.
O mar passa a cemitério,
nunca se sabe porquê.
Morrem sem ver outros mundos,
acabando sua história assim...
São vítimas de seres imundos
que geram guerras sem fim.
Encontro os substantivos
que possam designá-los,
mas faltam-me adjectivos
que possam classificá-los.
Onde se encontra esse Deus
a quem biliões de crentes
pedem milagres? E os réus?
Irão prosseguir doentes
ou dar-lhes-á penitência
que os façam sentir dor,
pena ou condescendência
de gerar cenas de horror?
Já não sei se estou vivendo
ou se, de pena, morrendo.
Mãe, tu que me deste a Vida
para ser vivida em pleno,
tinhas a doce esperança
dum futuro assaz sereno.
Mãe, tu que me viste falhar
milhares de vezes - apesar
dos teus avisos permanentes,
sábios e tão pertinentes...
Crê, eu não te culpo de nada.
O meu falhar foi resultante
do quanto, na vida, passei.
Hoje, sinto-me arrependida.
Para sempre, recordar-te-ei
como uma Mulher de força,
uma Mãe boa, assumida,
porém, muito introvertida.
Não obstante irreverente,
sentia na tua conduta
os efeitos da tua luta.
Mãe, partiste tão de repente...
Tu travaste uma batalha
aos teus noventa e seis anos...
e eu... estava de novo ausente
e não me despedi de ti.
Foi injusto… inesperado,
e muito fora dos teus planos
… se de morte planos houvesse...
Estes, o Universo os tece.
Como eu me sinto sozinha!
Oh! Mãe, minha querida Mãe,
deixaste-me na maior dor.
Repousa, agora, em Paz,
Meu Grande Eterno Amor.
Entre mim e ti
uma longa história
paira viva
na minha memória.
Jazem inapagáveis
cicatrizes
nas nossas raízes.
Imortal será,
entre nós,
a palavra Mãe...
pelo valor intrínseco
que tem.
Sólidos estarão
entre as duas,
dezanove rubis
onde continuas.
Cidade Global Gama, quem te conhece, te ama.
Capital da Área Metropolitana do Porto.
De teu nome, Portus Cale! Deste nome a Portugal.
Foste capital do Condado Portucalense.
Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto.
És Raínha do Comércio, da Indústria e do Desporto…
O teu vinho do Porto venceu... e convenceu!
Não nasci em ti, mas foi em ti que cresci.
Data da criação deste conteúdo:
2016-04-10
Autor da imagem: Miguel Letra
Tua imagem reflecte ostentação,
gosto por luxúria... imaginação.
Há peças que te embelezam, na verdade,
mas pesam muito, devido à tua idade.
Leio ambiguidade na expressão
e avidez de posse, no teu coração.
São sinais muito evidentes de porfia
entre ti mesma, e a tua fantasia.
Conserva os sonhos, e as aspirações.
Envolve-os numa corrente de paixões
por novos projectos que possam promover
o teu futuro de vida... e de mulher.
Segue, consciente, por caminhos seguros,
evitando ir por atalhos obscuros.
Aquilo que tu fizeres, nesse sentido,
dar-te-á a paz dum dever que foi cumprido.
Vales pelo que és, não pelo que trajas.
Perante a ignorância, não reajas.
Enquanto jovem... adquire conhecimento,
aproveitando muito bem o teu talento.
Nessa dos ovos... não entro.
Não quero nada com eles!
Estavam sempre ocos por dentro,
decidi livrar-me deles.
Escolhi um outro caminho,
já não confio em ninguém.
Este ano dou só carinho...
Cada um... dá o que tem.
Este poema é só meu,
a criadora... fui eu.
Sou a única implicada
no que escrever, revoltada.
Minha calma explodiu!
Sinto um enorme vazio
causado pela falência
de bondade... e de clemência.
Um egoísmo profundo
está gerando um mal imundo.
Há que encontrar uma via
de abolir a tirania.
Impera gentalha oca,
capaz de morrer em troca
de disparar sobre gente
absolutamente inocente.
Há monstros destruidores
por detrás dos bastidores,
a comandar, com mestria,
almas sem sabedoria.
Não posso acusar ninguém…
Não sabemos quem é quem,
mas trata-se dum compadrio
de almas duras e sangue frio…
Materialistas nojentos,
de humanidade isentos!
São aos milhões! Perigosos,
com intuitos asquerosos,
espalham terror pela Terra.
Os fracos usam a guerra
para impor uma ditadura,
e praticarem usura.
Temo que se rebele o anverso
do misterioso Universo.
Este poema que hoje publico, é uma chamada de atenção para a
assustadora escalada de violência doméstica que se verifica no
mundo. Dia, após dia, surgem notícias constrangedoras a respeito
deste tema que não encontra resposta que viabilize uma solução.
Tu e eu somos dois seres muito diferentes!
Sempre serás um oceano que me agita,
e eu... um ser assaz sereno que te irrita.
Perturbado pelos cenários que tu crias,
e alheio ao sofrimento que tu provocas,
espezinhas, maltratas, dominas e sufocas.
Disse não a esse universo que tu geres.
Não serei, nunca mais, essa mulher resignada,
que foi, durante anos, reduzida a nada.
Estou preparada para caminhar em frente!
O passado que me culpa, e que me acusa,
transformou-se em muita força e em recusa.
Desprendi-me de alguém que tanto magoaste.
Sinto hoje que a minha vida vale mais
do que as cenas que fazias… sempre iguais!
Deixei de ser a mulher que tu nunca amaste.
Me escondo na poesia,
nas palavras musicadas,
nas rimas que vou criando,
nas verdades abafadas
entre versos, vagueando...
Me acalmo na poesia,
comunicando, vivendo,
expressando aquilo que sinto,
quantas vezes não sabendo
se são verdades, se minto.
O rubicundo poente
que a minha imaginação
criou no meu horizonte,
é um factor decorrente
que a paz no meu coração
deixa que, serena, afronte.
Abaganhada em trabalho,
missão que a vida me impõe
dia, após dia, que passa,
busco homizio num baralho,
as mil coisas que se impõe
que eu, tranquilamente, faça.
Mas o poente em questão,
engoda quem lhe faz mossa,
e quando penso que sim,
que talvez, ou mesmo não,
ele acredita que eu possa
suportar seu frenesim.
Mas a idade atraiçoa
esses poentes em fogo,
frutos das nossas cabeças.
E quando o muito magoa
e o trabalho está em jogo,
viramos tudo às avessas.
Um veloz fenecimento
da força que, até então,
parecia viver em nós,
surge num dado momento
e, sem qualquer ambição,
sentimo-nos muito sós.
Sentia o coração fechar-se no meu peito.
Não aceitava a minha vida tão sem jeito,
porque enquanto a minha alma se despia,
revelava-me ao mundo, muito só… vazia!
Estava cercada de tudo, porém, de nada.
Não vivia mais em mim! Estava magoada…
O ser humano deixou de ver. Tornou-se cego,
pensando apenas na defesa do seu EGO.
Lutava, desejando que não fosse em vão
a força que ia mantendo, na esperança
de que iria acontecer qualquer mudança.
Impus-me dar uma volta à situação.
Se as soluções, falham todas, uma a uma,
O peso que já carregamos se avoluma!