Andam à solta papões!
Não se trata de miragem.
Eles não se chamam ladrões,
mas fazem o que eles fazem.
Comem muito, comem tudo,
fazem dos outros capachos!
E o que temem, sobretudo?
Que lhes roubem os seus tachos!
O papão mais bastardinho,
tem ar de muito matreiro...
Prossegue no seu caminho
tramando-nos por inteiro.
Há uns que roubam, por fome;
outros, por ganância atroz.
Neste roubar, que consome,
quem se lixa? Somos nós!
Os que, por fome, roubaram,
são metidos nas prisões,
enquanto os outros não param,
de surrupiar milhões.
E neste deixar roubar,
de que todos nos culpamos,
nós não estamos a cuidar
da estrada em que caminhamos.
De filhos, viramos pais;
de pais viramos avós;
de avós viramos culpados
dos erros de todos nós.
E neste “deixar andar”,
em que os papões, são vedetas,
estamos todos a deixar,
os nossos filhos... pobretas.
Sem sabermos como e quando,
este roubar começou,
eles tomaram o comando,
e a nossa vida... piorou.