Gozar com a desgraça de alguém é sadismo que não convém. Há perguntas inconvenientes, feitas por inconscientes, que chego a ficar chocada, estupefacta e revoltada! Vejamos só este caso, escolhido por mero acaso.
Acaba de ser anunciado que alguém foi assassinado. Perguntam a um seu parente: – Por favor... como se sente? Se fosse eu a questionada, responderia, perturbada: – E você, seu atrasado? Estaria melhor calado!
Sede mórbida de ver sofrer! São perguntas a fazer? Em vez de acalmar... corroem, angustiam, não comovem. A pessoa, magoada, que está a ser entrevistada, é invadida por gente curiosa e incompetente.
Será que algumas revistas pagam aos seus jornalistas para explorar notícias – eventualmente fictícias – só para atearem chamas em almas sedentas de dramas? É que as perguntas que fazem desagradam, não comprazem.
E quando um título atrai numa notícia que sai, falsa do princípio ao fim… faço-me a pergunta assim: mas que jornalismo é este? Não haverá quem proteste? A decência é fundamental no jornalismo, em geral.