TUAS MÃOS


Tuas mãos, de força cheias,
transpiram brutalidade,
assustam, gerando medo.

São magras, longas e feias...
Retratam impiedade
de um coração mau, azedo.

Amar-te? Sim, bem queria,
se tu não fosses como és,
quer por fora, quer por dentro.

Recuperei alegria...
Sou diferente do que vês.
É em mim que me concentro.

Já não me sinto submissa
ao teu perfil malformado,
perito em actos perversos.

Faço-me breve justiça,
filtrando um cruel passado
nestes derradeiros versos.


Data da criação deste conteúdo:
1985-04-04