INDIFERENÇA



Será muito complicado
pôr a igreja de lado
neste espaço português,
quando um caso, como a fome,
magoa, desgasta, consome…
Milagres? Quem os espera
nesta má atmosfera
de injustiças, de ladrões,
de oportunistas e de vilões?
Oferecemos, à juventude,
muito defeito, pouca virtude.
Quem deveria resolver
tudo o que estamos a ver...
em vez de promover paz,
gera guerra. Nada faz!
Pedir milagres, Senhor,
em preces ditas de cor?
Somos nós, apenas nós,
e certamente nós sós,
quem deverá “milagrar”,
mudar o mundo, lutar
por tudo o que mais convém...
para irmos muito além
duma esmolinha qualquer
dada ao pobre, que o que quer,
é limpar o que é imundo;
fazer lavagens no mundo.
Há um bom número de gente,
de mente suja e doente,
que vive muito enfunada,
vaidosa e cheia de nada
nas suas cabeças ocas.
Em verdade tudo vêm,
mas se fecham, porque têm
mais brio na ostentação,
do que amor no coração.
Não lhes é difícil viverem
indiferentes, sem sofrerem
ao verem tanta miséria.
São temas de cariz séria
que, em parte, queimam com droga
muito usada, muito em voga.
Amigos, se nada fizermos,
em prol do que nós quisermos...
viveremos contrafeitos,
num país cheio de defeitos.
Nesta sociedade gasta…
comovermo-nos... não basta!



Data da criação deste conteúdo:
2013-03-03