Os sonhos morrem de velhos, um a um.
Não se ouve o voo dos pássaros coloridos
que aqueciam a alma e semeavam vida.
Neste lúgubre mundo já não há nenhum.
Nunca mais se viram. Estão desaparecidos.
São silêncio, dor e esperança traída.
No passado foram montes de paródia.
Tão pequeninos! Eram aves sedentas de Amor
que quem ama não nega. Estimula!
E o chilrear recrudescia, virava rapsódia
à Lagardère. Sem sentido… mas com tanto valor!
Sabia a felicidade que o tempo mata, anula.
Ele, que desgasta, gera alterações
na essência das coisas que brilhavam em nós
… e deixam-nos restos do que não esquecemos.
Acumulam-se, então, invernos, verões,
primaveras, outonos, que geram avós…
ficando a memória do que já não temos.