...
Apesar do que se diz,
amarei o meu País
da forma como o entendo.
Não por aquilo que é hoje
mas sim pela sua raiz.
Admito que, crescendo,
fui talvez me apercebendo
de coisas que estavam mal,
sobretudo em Portugal.
Milagres... eu nunca vi
e, portanto, decidi
correr, para conseguir
aquilo que pretendia.
E foi essa mesma a via.
Deixei, também, de ir à igreja,
essa casa de um Jesus
que pregaram numa cruz
pra que todo o mundo veja...
Amarra-me a Portugal
tanto o que vejo estar bem,
como o que vejo estar mal.
Uma corda com nó cego,
que continua a apertar-me,
causa em mim desassossego.
Sinto um mal-estar que incomoda
por tudo o que vejo cá...
Não sei dizer: Tanto dá!!!
Meu Portugal está carente
de gente que reconheça
que precisa de lutar
pelo que quer que aconteça.
Depois, há o inconveniente
de cada vez haver mais
elementos muito maus,
de actuação condenável
que torna o país instável.
2016-02-01
Do meu livro "Meu Pequeno Grande País"
Imagem: Litografia de António Ramalho