Desperto e logo desejo continuar a dormir, porque, acordada, não vejo a forma de colorir o cenário desta peça a que chamam "Existir".
Eu não tenho mais cabeça para inventar um viver que não deixe que envelheça mesmo antes de envelhecer. É que aquilo com que sonho não é um existir qualquer.
A pergunta que me ponho é se haverá um modelo de sonhar, sem que esse sonho não termine em pesadelo... pela exaustão que prevejo por tanto que me acautelo.
Se "Existir" não deixar tornar sonhos realidade... amigos, por este andar, acabamos, na verdade, por escolher adormecer para não ver a maldade...
A outra que existe em mim, por vezes é muito estranha. Pinta os lábios com carmim e, com uma vida tamanha, se revolta, me magoa, se contravolta, anda à toa… quando aquilo que ela quer eu não a deixo fazer. Há dias em que é Mulher, outros … nem sei que dizer. Não me deixa sossegada. Quando noite sinto em mim, ela sente madrugada e faz um grande chinfrim dentro da minha cabeça, até que eu lhe diga: SIM! e faça o que lhe apeteça!
Já corre um novo ano, velozmente.
Vem com a pressa irritante de outros anos.
Enquanto muita esperança nos consente,
vai fabricando traições e desenganos.
Que corra, que tropece, que se estenda
na estrada que percorre sem comando.
Não temo qualquer pressa que transcenda
a velocidade dos passos que vou dando.
Vivo como posso e como sei,
aproveitando o tempo, que venero,
para fazer aquilo que hoje quero.
Na senda do caminho que tracei
já não há nada que me torne lesta.
Sou senhora do tempo que me resta.
Data da criação deste conteúdo:
2018-01-05
Do meu livro "Meus Caminhos de Cristal"
Fui gerado com um senão,
... como todos os outros foram.
Só difere a dimensão,
se melhoram, ou se pioram...
Não haverá quem me convença!
Dois seres iguais? Nunca vi!
Há sempre alguma diferença
que os distingue, entre si.
Vim ao mundo por direito,
consenço de opiniões,
ou mero acaso, sem jeito
num monte de confusões.
Olhem-me como igual a todos,
sem diferenças, sem rancor,
com carinho e com bons modos,
e tanto, mas tanto, Amor.
Se o mundo está mal,
de que serve fazeres de conta
que tudo corre sobre rodas,
negligenciando os que sofrem
mais do que tu?
Se nesta vida que te deram,
falhares como cidadão,
serás tudo, menos um bom irmão.
Nascemos com a missão de viver,
não de matar.
Cerrem-se as lutas! Tranquem-se as portas
que conduzem a um fim indesejado.
Fazes parte deste todo,
envergonhado do que vês,
mas será insensatez
“deixar rolar”.
Demos as mãos e unamo-nos firmes
na luta contra a droga, a guerra
e a destruição dos valores básicos
para uma vida feliz.
Cortemos o mal pela raiz.
Dá-me a tua mão, sem hesitação.
Salvemos a Terra.
Sigamos a estrada que nos conduz à Paz.
Digamos NÃO à Guerra!
Estou vivendo neste mundo,
cada dia mais imundo,
com esperança e muita coragem.
Estou seguindo uma viagem.
Não sei bem de onde parti,
nem sei o que faço aqui.
Calmamente, vou tentando
nunca perder o comando
de mim e das ambições
que criei, sem condições.
Sigo amarrada a mim própria,
talvez duma forma imprópria,
mas é aquela que aguenta,
com tudo o que me atormenta.
Com Amor seguem, comigo,
quem de mim fez seu abrigo.
Amanhã, os que hoje estão,
quem sabe, já não estarão,
quando livres se sentirem.
Chorarei por eles partirem,
em busca dum seu Futuro,
menos preso, menos duro.
Farão o que fiz um dia,
quando buscava o que queria...
Libertei-me de uma amarra,
cheia de força, de garra,
e a muitas mais fiquei presa.
De nada tenho a certeza,
mas seguirei sempre em frente.
Muito há que me contente,
nesta ânsia de viver.
Eu sinto que irei vencer,
mas se não for, paciência!
Eu sou contra a desistência.
Já nada existe daquilo que acreditei
fosse verdade em ti e, pensando bem,
partiste da minha vida, e hoje sei
que fui, do teu egoísmo, sua refém.
Por este sentimento, agora em mim,
e por tudo quanto me fizeste sofrer,
eu espero apenas por um justo fim:
não recordar-te mais para poder viver.
Quando – falso - dizias que me amavas,
acreditava, porque tu, até juravas.
Era uma criança... com uma paixão.
Puro engano de quem sonha, iludida,
acreditando amar para toda a vida
alguém, que não foi mais do que traição.
Fui amante de tesouros que, em verdade,
fui criando ao longo duma certa idade,
em que a esperança mantinha-se permanente...
Acreditava em tudo... porque inocente.
Eles seriam os meus escudos nas batalhas
perpetradas contra os eventuais canalhas,
que ousassem querer violar a minha mente.
Percorri a minha juventude consciente
do quanto era importante que o futuro
fosse bem diferente, e muito mais seguro.
Aquilo a que assisti, tanto em excesso,
virou todas as minhas vontades do avesso.
Mantinha-se, bem vincado, dentro do meu lar,
aquilo que, fora dele, estava a faltar.
Mas isso não chegava. Era bem pouco
neste mundo onde aquele que confiar, é louco.
Ganhei uma forte, bem vincada consciência
das nossas regras sociais, e da prepotência
com que somos, tacitamente, manipulados.
E a minha alma partiu-se, em mil bocados.
Hoje, atingida já uma certa idade,
não me bastam a força e a boa vontade,
para moldar o leito em que eu me aqueço.
Foram tantos aqueles sonhos, que não esqueço!
Viraram pesados, fugazes e mal dormidos,
tal como os anos de luta com fé vividos
que, pensando bem, nem sei se valerá a pena
continuar a sonhar com uma vida plena.
Recomeçar da base seria repensar
uma nova fórmula para tudo mudar.
Vejo o mundo a sucumbir no exagero,
com tanto de falso e tão pouco de vero.
Ervas daninhas habitam no canteiro do jardim que em minha alma floresceu. Todas as flores se agitam... mas uma, cor de carmim, está linda! Recrudesceu... Ela é Amor num deserto. Não quero vê-la secar, precipitando o seu fim, porque, sempre que desperto, põe-me no peito um colar feito de afectos por mim.
Hoje passará a ontem, quando a meia-noite vem, e passa a ser anteontem, numa outra a vir também. Todos eles viram passado, dia após dia, por certo, deixando sempre ignorado um amanhã muito incerto. O Presente é uma porta desse amanhã que me atrai, pois o futuro é que importa, quando o passado se vai. Contudo, nessa magia que o Amanhã dizem ter, há um mistério que adia o nosso querer saber. A Natureza, perfeita, o amanhã quis esconder, para que a Vida, essa eleita, não saiba quando irá morrer.
Ser Mulher está para além do género a que pertence. Ela é Força, Coragem, Mérito, Excelência. Não aceita ser refém de quem a julga diferente. Repudia vassalagem a quem lhe exerce violência. Aguenta os seus defeitos porque os considera efémeros. Tem deveres e tem direitos comuns a todos os géneros. Quem não está neste padrão chama-se Mulher Excepção.
Quando o lindo mar se agita,
por revolta no seu fundo,
há gente que, muito aflita,
teme que termine o mundo.
Não te encrespes mais, ó mar!
Apesar dos males que alastram,
iremos poder travar
o que tantos egos castram.
Que a ira não se repita!
Entranhada no teu fundo,
há um mal-estar que grita
contra um egoísmo imundo.
Elevamos nossa voz!
Vivamos todos na Terra
considerando que NÓS,
muitos EU e TU encerra.
(Dois excertos do meu livro)
.....................................
Pra terminar esta parte
da História de Portugal
e do seu nome também
(apenas porque convém),
acrescentarei, portanto,
que o nosso país de encanto,
em redor de Portus Cale,
era o Porto... tal e qual
(ou mais ou menos, digamos,
pra que não atraia enganos)!
Então como foi possível
este feito inverosímel
de termos crescido tanto?
Foram séculos de luta
com muitos filhos da mãe
que sempre nos invadiram
de causas para disputa
desse país de ninguém.
No ano mil cento e três,
um tal Henrique Borgonha
- morto nove anos mais tarde -
com uma coragem medonha
faz algo que maravilha:
Resolve ajudar Castilha
de forma não calculista
(ou calculista, talvez...)
na luta pela reconquista.
Grato por este seu gesto,
Afonso VI o que fez?
Nomeou o tal Henrique,
por vontade ou manifesto,
El Conde de Portugal.
Foi um acto excepcional,
porém, morre Afonso VI
e altera-se o contexto
em que tudo decorria.
No terminar de mais um ano controverso, durante o qual muito foi mais, e pouco menos, recorro ao meu livre direito de opinar e toco no eterno drama do perverso, e dos factos que considero mais extremos, num país onde há um caos a criticar.
Entretanto o pobre passa fome...
Reina a desordem em diversos sectores. Há uma onda chocante de comentários de diferentes culturas, sem formação. Deparamos com supostos senhores doutores que, enfatuados, organizam plenários, mas de boas soluções... pouco saberão.
Entretanto o pobre se consome
Os media, tendo em mente as audiências e a distracção, bem “saudável”, do seu povo, exibem novidades muito eclatantes, tendenciosas, conforme as conveniências... ...com as quais já nem me movo nem me comovo, nem me perco em ver programas degradantes.
Entretanto o pobre venceu a fome ...
E eis que o povo se transforma em gente que já não quer saber do que Ronaldo tem ou daquilo que Cristina lhes irá propor. Tem agora bem cuidada a sua mente, capaz de discernir o que é que lhe convém... ... isto é, matar a fome e gerar Amor!
Confirmam-se actos surpreendentes,
que não sabemos porque se geram,
nem com que fim são praticados.
Perturbam crentes e até descrentes.
Há mil respostas que nada alteram
se os seus autores são questionados.
Silêncios estranhos, perturbadores,
derrubam sonhos, queimam projectos,
ferem pessoas, destroem vidas...
Não conhecemos os vis traidores.
Hediondos monstros, seres abjectos,
que silenciam... com fins suicidas?
Caminham juntos, na mesma estrada,
seres que te amam, seres que te odeiam,
seres que te iludem, seres que te traem..
Porém... amigo, na caminhada,
há outras almas, de mil formatos,
que com ruídos... não se distraem.
Fica em silêncio, e põe-te à escuta
para aprenderes quem fala a quem,
e o que combinam de muito imundo...
Esquece os ruídos! Há gente em luta,
que quer salvar quem está refém
dessa gentalha, que trai o mundo.
Longos voos realizei,
sempre com ida... e com vinda.
Tantos anos que eu matei!
Nem sei quantos tenho ainda.
Buscava pérolas brancas,
escapava a pontas de fogo.
Fechava portas com trancas,
pra fugir de um demagogo.
Uma asa já quebrou,
não a posso consertar.
Estou cansada de tentar.
Choro o tempo que passou.
Nem correndo o apanharia!
Mas... quem sabe se, um dia...
Mãe, tu que me deste a Vida
para ser vivida em pleno,
tinhas a doce esperança
dum futuro assaz sereno.
Mãe, tu que me viste falhar
milhares de vezes - apesar
dos teus avisos permanentes,
sábios e tão pertinentes...
Crê, eu não te culpo de nada.
O meu falhar foi resultante
do quanto, na vida, passei.
Hoje, sinto-me arrependida.
Para sempre, recordar-te-ei
como uma Mulher de força,
uma Mãe boa, assumida,
porém, muito introvertida.
Não obstante irreverente,
sentia na tua conduta
os efeitos da tua luta.
Mãe, partiste tão de repente...
Tu travaste uma batalha
aos teus noventa e seis anos...
e eu... estava de novo ausente
e não me despedi de ti.
Foi injusto… inesperado,
e muito fora dos teus planos
… se de morte planos houvesse...
Estes, o Universo os tece.
Como eu me sinto sozinha!
Oh! Mãe, minha querida Mãe,
deixaste-me na maior dor.
Repousa, agora, em Paz,
Meu Grande Eterno Amor.