Urge que eu respeite a minha realidade
ou deverei começar, suavemente,
a dar mais atenção à indiscutível verdade
da não resistência aos grandes danos
que o tempo inflige em cada sana mente?
Sei que não sou imune ao avançar dos anos...
Deverei procurar serenar a minha agitação,
que me tem escrava do que falta acabar,
ou deverei moderar a minha tentação
deste meu fazer de conta, rumar a norte,
esquecendo que a sul, depressa ou devagar,
caminha, em minha direcção, a morte?
Por aqueles que sempre, fielmente, amei,
eu quero continuar a viver, a amar,
desprezando a tua chegada, que sempre ignorei!
A confiança que, de ninguém, mereces,
ofereço-a à Vida, que sabe criar e recriar!
Maldita sejas tu, que não desapareces!!!