Se muitas preocupações te manifestam
presenças que originam desapego
a valores que, do passado, ainda restam...
procura o que na vida gera aconchego.
Liberta-te de penas que ainda sintas,
e que turvam a tua mente já cansada.
Luz e desaire são forças bem distintas.
Entrelaçam-se e confundem. Valem nada.
A luz em demasia ofusca a alma
que o desaire não deixa iluminar.
São duas forças diferentes a actuar.
Desamarra-te de tudo e busca calma.
Serás exemplo de força e de coragem,
e encherás de cores a tua imagem!
Estás na hora da partida, embalando os teus haveres. Que pobreza de conteúdo! Quando tu eras miúdo, entraste num mundo em festa com uma lista gigantesca de coisas para fazermos. Sem ideias, sem sabermos por que lado começar, era importante avançar! Portugal estava abatido pelo que tinha perdido. Havia uns que corriam, outros que nada faziam. Muitos passavam o tempo fazendo dele passatempo, enquanto outros, honestos, organizavam protestos contra a gula e a luxúria dos detentores da incúria. Vais partir triste, deixando muita gente meditando, com perguntas sem resposta. Eu faço-te uma proposta: diz ao teu filho hoje à noite, que reze por um milagre: que a guerra não deflagre. Estamos cá para ajudá-lo. Somos muitos a apoiá-lo!
E foi a explosão na minha mente
- que me mantinha presa e amordaçada -
a causa que matou, naquele Presente,
a praga duma Vida mascarada.
Mudei a direcção que, então, seguia.
Rumei a um Futuro que, não nego,
mudou completamente, nesse dia,
o lado distorcido do meu ego.
Apraz-me constatar que sou feliz.
Assim... a minha alma nua,
nunca mais se mascarou de actriz.
Vestiu-se de verdade, não actua.
Estranho costume o daqueles
que fazem do “meu”, “seu”, também.
Sem respeito e sem pudor,
vão aumentando o que é “deles”,
da forma que lhes convém.
Para esses, sem excepções,
esta é a vida melhor
e, nesta luta por bens,
a ambição dos ladrões,
vai de mal a bem pior...
Há vários tipos de rapina,
que o rapinador consome:
por cleptomania,
porque se tornou sovina,
ou por estar cheio de fome.
Por doença, há que curá-la
com um método eficaz;
por ganância, há que perdê-la;
pela fome, há que matá-la,
senão... não se vive em Paz.
À mistura com rapina,
há mil formas de conduta
perturbando muita gente,
que se exalta e se amofina,
fazendo-a manter em luta
pois nesta guerra, infernal,
há que pegar-lhe pela ponta,
começando pelo imbecil
que, indiferente à moral,
alimenta o “faz de conta”.
Com discursos de fachada,
sem nada a ver com o que sentem,
deixam muitos convencidos
que a razão, arquitectada,
está do lado dos que mentem.
Mas há outros, aos milhões,
que querem fazer um cerco
a esta corja de ladrões,
que cresce dia, após dia.
São uma forma de esterco!
Confusas estão, nas colmeias,
a rainha e as obreiras.
É grande a azáfama ali.
Impõe-se entrega total.
A Vida, de mortes cheia,
arrasta enormes fileiras
de abelhas que olham por si
duma forma excepcional!
Reina confusão no espaço.
Obreiras choram ausentes,
mas partiram... Já não estão.
O Sol espreita... e vai embora.
Lá dentro impera o cansaço.
Todas querem estar presentes,
apesar da aflição.
Abelha Mestra... não chora!
Alto! Não estamos em tempos de cantar grandes vitórias, nem de apregoar glórias. Há que estarmos bem atentos! O País “está de gatas”, porque está pobre de muito! Caíu, débil, num circuito com regras nada sensatas.
De muito o País está pobre, mas não está pobre de tudo. Somos ricos, sobretudo, de gente bastante nobre, com coragem a valer! Lutaremos pela paz duma maneira eficaz: Nunca vergar… nem torcer!
Portugal caiu num caos, por causa de certos trutas. Por dinheiro... geram lutas. Para além de serem maus... de ricos fazem figura, enquanto outros, que tristeza... para terem pão na mesa, que vida enfrentam! Que dura!
Esqueçamos partidarismos. Somos todos seres humanos que já estão fartos de enganos, de mentira e de conformismo. Estamos cheios de discursos de “gente de mente aberta”. Cada dia, há um alerta. que nos põe todos piurços.
Há que arregaçar as mangas? Comecemos pelos vilões, vigaristas, aldrabões, que nos deram tantas tangas. O povo deste País afundou-se na amargura … duma pobreza bem dura, que nunca, por certo, quis.
Há coisas que não percebo! Tivemos alguns famosos, perfumados e charmosos que nos levaram ao cebo. Agora, para livrar-nos dum caos tendente a aumentar outros tais querem "salvar-nos" para mais pobres ficarmos.
Quanto a mim, compatriotas, era cá muito entre nós, - só nós... e muito nós sós - (mesmo que a comer bolotas), que a solução para a crise devia ser encontrada e muito bem aplicada, antes que mais agudize.
Reparem bem: nas ajudas que nos querem facultar, há exigências no ar que mais parecem de Judas. Ainda vamos assistir a cenas de revoltar, com os ricos a aumentar e os pobres a sucumbir.
Não nos deixemos levar por promessas ardilosas, dessas cabeças famosas, peritas em calcular. A moral que neles vigora, dá para a fome aumentar nos milhões a "patinar", num mundo que os ignora.
Portugueses, meus irmãos, (excluindo os trafulhas, vigaristas, maus e pulhas): Apertem todos as mãos e vamos mostrar ao mundo o nosso exemplo de luta, antes que essa malta... astuta, nos leve a um poço sem fundo.
Cerca de cinquenta anos
tivemos a ditadura,
instalada em Portugal.
Sou testemunha dos danos
causados pela tortura
a muita gente, em geral.
A revolução de Abril
libertou-nos, finalmente,
dum governo à força imposto,
mas, gentinha assaz servil,
continua, secretamente,
atraiçoando por gosto.
Bailando na corda bamba,
bufando e manipulando...
vão, ricamente, vivendo,
enquanto outros, de tanga,
...de tristeza vão chorando,
de pobreza vão morrendo...
Desperta fico sonhando nesse lindo tempo, quando, inocente e especial, eu cria no Pai Natal. Que saudade desse tempo! Mas um triste contratempo acabou por ocorrer, e fez o sonho morrer. O adulto, nesta cena, é sempre quem contracena com a inocência pura. E pode ser a altura duma porta entreaberta conduzir à descoberta de que o papá real também é Papá Natal. E vem a desilusão — a primeira, até então… Surge a desconfiança no coração da criança, e aquilo que conduz a ter de repor a luz que o sonho lhe traz à vida. Bem cedo vira mentira o que a criança admira.
Aqui jaz alguém que já nada faz ou, provavelmente, fez alguma vez. Dentro dessa caixa que o encerra, o tempo reduzi-lo-á à origem, ao estado de matéria virgem. Para ele, o "Deve" e "Haver" já não terão mais razão de ser. Para muitos, a Contabilidade, necessária, é uma afirmação da sua situação nesta vida, do seu valor como ser humano, pois é directamente proporcional ao valor intrínseco do seu capital. É um conceito assaz desumano, se assim interpretado. Contudo, esse valor não é tudo. É nada! É a tua essência mascarada, um cálculo completamente errado, e passas à categoria de condenado se for provado que tu... nada tens, além de alguns míseros bens. A vida tem uma dimensão maior, no que concerne ao seu real valor. Sobrepõe-se à maldade profunda duma sociedade moribunda. Eu tento ignorar a falsidade em que abunda: a perversidade, a traição e a velha corrupção. A vida gera o bater do coração, quando vibra e quando se agita, ou sente a falta de um amor ausente, que nunca mais estará presente. Não é preciso saber contabilidade para compreender onde está a verdade de cada ser de alma e coração, que olha o outro como seu irmão.
Data da criação deste conteúdo: 1986-05-03 Autor da iImagem: KoolShooters
Parte tranquilo, dois mil e vinte e dois.
Leva contigo o mal que nos fizeste
e deixa ficar o que de bom trouxeste.
Tivemos esperança em ti. Pouco depois...
com o decorrer dos dias e dos meses,
perdemos a ilusão de tu seres diferente.
Seguiste a linha do ano precedente,
e começou uma escalada de reveses.
Sentia-se uma certa baralhação
na questão da saúde e também da vida.
Favoreceste a morte, essa bandida!
Fizeste do tempo uma péssima gestão!
Quero ver-te partir em boa ordem!
Que venha, pois, dois mil e vinte e três
e que seja feita, finalmente, desta vez,
a cessação do tempo da desordem.
Carecemos duma mudança radical
no sector da saúde e do bem viver,
com alimentos de confiança pra comer.
Há gente a sucumbir, por viver mal.
Data da criação deste conteúdo:
2022-12-31
Imagem: Javon Swaby
Não serão, certamente, estes meus versos,
gerados na dor do que estou vendo,
que irão mudar as mentes dos perversos
que vivem pra matar, mesmo morrendo.
Condenada e sem saída, a vossa estrada
cheira a mortes e a fogo, aqui na Terra.
Vive-se a mentira arquitectada
nas verdades ocultas duma guerra.
Os corpos inocentes que hoje jazem
em terras onde o solo é infecundo...
têm o vosso selo vil, imundo.
Não temo as ameaças que, em vão, fazem.
Sou cidadã do mundo. Busco Paz...
esteja ela onde estiver. Tanto faz!
Atrás, não sei bem de quê,
corre o Tempo assaz veloz.
Leva um pouco de você,
de mim… de todos nós.
Criemos uma barragem
no trajecto que ele seguir
para aumentar a coragem
de quem já quis desistir.
Tempo que vai mas não volta,
tem calma… vai devagar.
A tua pressa revolta
quem quer tempo para Amar.
A perfeição não existe,
mas essa é a minha meta.
De tão exigente ser
não me sinto completa.
Mesmo assim, por acabar,
tenho um coração que crê
que, de amor, estou repleta.
Aos olhos de quem me vê
por vezes sou assim mesmo:
Incompleta! O que é que falta?
O problema está dentro.
Há um senão que ressalta.
Ontem, fui boa pessoa;
anteontem… já não sei;
hoje procuro tornar-me
a mistura que convém.
Convém... a quem de mim espera
qualquer coisa... assaz diferente.
Acabo sendo um enigma
aos olhos de toda a gente
que me olha e vai dizendo:
- Esta aqui, não está completa!
Tem um parafuso a menos...
ou é doutro planeta.
Como cidadã do mundo
- eu não durmo! - sigo vendo
um ódio enorme, profundo,
na esfera em que estou vivendo.
Gente em fuga, apavorada,
deixa seus lares para trás
e busca, desesperada,
ir ao encontro de paz!
Mas nessa fuga, o mistério
de um milagre... não se vê.
O mar passa a cemitério,
nunca se sabe porquê.
Morrem sem ver outros mundos,
acabando sua história assim...
São vítimas de seres imundos
que geram guerras sem fim.
Encontro os substantivos
que possam designá-los,
mas faltam-me adjectivos
que possam classificá-los.
Onde se encontra esse Deus
a quem biliões de crentes
pedem milagres? E os réus?
Irão prosseguir doentes
ou dar-lhes-á penitência
que os façam sentir dor,
pena ou condescendência
de gerar cenas de horror?
Já não sei se estou vivendo
ou se, de pena, morrendo.
Entrou pelo mar adentro a rede dos pescadores, em busca de peixe fresco. O mar deu o que queriam, sem querer saber pra quê. No regresso, triunfante, esperava-os um maranhal de gente muito ansiosa, curiosa e coisa e tal. Com lenços brancos de neve o mar acenou, contente, ao povo, em grupo, na costa, esperando ansiosamente.
- Até à volta! Até breve! Não teve qualquer resposta.
Mercadores e usurários, esperavam no areal. Afastaram as pessoas, naquele momento crucial, para evitar muitas baixas no conteúdo geral das redes com pescaria. Santo Deus! Virgem Maria! O cenário se adensava, atacado por gaivotas que buscavam as marmotas e o resto do cardume. Palavra de ordem: - Matar!
Meu mar… foste caminho na minha vida. Levaste-me onde o amor foi ilusão. Na areia que pisei, em dor sentida, apagaste minhas marcas... mas eu, não! Contudo, meu mar, em ti eu brindo à vida que me escapa, dia a dia, levando no seu vento suave, lento, o que num cruel passado, foi magia.
Quero semear amor em áridos campos frios, e enregelados rios. Ali, nem o sol aquece, nem algo acontece. São terras de desamor, onde seres desventurados são picados por espinhos de tortuosos caminhos. Muitos morrem castigados... São vítimas! Não são culpados!
Foram anos e anos de grande trovoada.
Não havia sossego no meu lindo país,
nem uma forma de alguém sentir-se feliz.
Minha mão tremendo, estava cheia de nada,
afagando a alma de quem queria mais,
mas faltava paz e liberdade de acção,
para que as crianças... nessa vil condição,
recebessem conforto e bem estar reais.
..........
Foram anos e anos de vidas sem sentido.
Os sonhos morreram... mas ficou a ilusão
de que tudo mudaria. E porque não
se a trovoada tinha desaparecido?
Mas outras tempestades, ainda mais pesadas,
fizeram-se ecoar, dia e noite adentro...
O factor idade era, agora, o epicentro
da minha memória, onde estão bem gravadas
velhas recordações que me mantêm cativa.
Oh meu perseguidor e cruel mês de Setembro...
Tu voltaste à carga! Sim, porque bem me lembro
de cada um dos teus anos, enquanto for viva.
Cativa serei, mas não me sentirei vencida.
Seguirei lutando. SIM... PORQUE EU AMO A VIDA!
Diz um ditado, já velho, que os olhos serão o espelho da alma do ser humano. Como tal, não por engano, transporta para o que cria uma especial magia em sentimentos, em imagens, indicadores de mensagens cuja interpretação depende da formação e do grau de sensibilidade de quem as lê, na verdade. O emissor as envia, o receptor as aprecia. Passa-se isso com as telas e, quando pincela nelas, o artista se revela. O quadro é aquilo que expela, em emoções. É o seu emissário, levando-nos a um universo onde o pintor resta, imerso. Por vezes, quem observa, fá-lo sem qualquer reserva de espaço para sentir o que o quadro reflectir. Tal depende do valor que terá o seu autor.
Um jogo vergonhoso de interesses
impera... destruindo este País
onde a população... está infeliz.
Oh infortúnio! Poucas são as vezes
em que a justiça faz pronta questão
de antecipar devida punição!
Fala-se de culpas e condenações,
mas a espera... enfim! É muito longa!
Entretanto, se alonga... se prolonga...
Quando chegam, finalmente, conclusões...
os culpados ter-se-ão bem prevenido,
e terão um bom futuro! Garantido!
Maldita seja a grande perversidade
que impera neste mundo desumano
onde os bons... só existem por engano!
Impera a vilânia e a dupla crueldade.
Salvemos as crianças desta loucura!
Isto não é viver! Isto é tortura!
Os anos vão avançando
e eu vou-me transformando…
Sinto-me muito carente
da força que hoje não tenho.
É um não sei quê… Algo estranho...
pois não sou quem era outrora!
Diluiu-se a inspiração.
A que tenho pouco presta...
Estou entre o caos e a acção!
É tão pobre o que me resta
do muito que já perdi,
que não ato... nem desato.
De tudo quero isolar-me.
Dizem que sou poetisa,
mas tal não se concretiza,
quando procuro escrever.
Não sou real, nem concreta,
no que escrevo... e no que digo.
Eu provo... mas não consigo.
As rimas que vou criando
se baralham, me exasperam,
se confundem, ou se fundem
se atropelam, se retraem.
São pobres letras dançando
nos versos que a mente traem.
Escondem-se dentro da rede
dum todo de fantasia
onde o que há é só sede
daquilo que tive um dia.
Os versos que agora faço,
geram-me um grande embaraço,
que não me deixa viver.
O pouco de que era abastada,
já perdi. Só resta... nada!
Minha alma quer renovar-se,
alongar-se, adaptar-se
a este barco sem remos.
Se consome neste estado
de intranquila disputa
travada comigo mesma.
É uma luta incomum,
e enquanto a coragem rasgo...
com a inspiração me engasgo,
por rimas sem jeito algum...
Em suma, compilo versos
muito meus, muito simplórios,
focando temas diversos.
Contudo…. são recorrentes
longas crises de jejum,
sem um poema escrever.
Recuso-me versejar!
Já não consigo criar!
Mais velha do que eu te sentirás tu,
madrugada linda! Fiel aos vivos,
transportas no teu mágico baú
surpresas com milhões de sonhos cativos
e tantos pesadelos, inesperados,
para os promotores de mil pecados!
Estarás sempre presente em cada dia
que surge, e que contemplo agradecida.
Na alma de cada ser semeias alegria.
Tu és prenúncio do milagre da Vida.
Quero todos os dias ter o ensejo
de ver-te, porque te amo e te almejo.
Espero por ti, madrugada, todos os dias.
És a minha permanente inspiração,
presente em cada uma das minhas poesias.
Pesaram-me as regras gerais,
porque nem todas eram iguais.
Isso originou o meu vacilar
sobre a decisão a tomar,
pois a opção... não era segura.
Decidir, foi prova dura…
carecia de profundeza.
Não havia qualquer certeza!
E pensava... reflectia...
cada hora e cada dia:
Vacina: sim, ou vacina não?
Ainda me punha a questão
dos medos! Mas disse: Sim.
Contudo... de mim pra mim,
dizia: Maria, toma cautela
que podes “partir de vela”.
Não sabia o que fazer!
Eu não queria morrer
dum vírus que é tão fatal.
Estaria a ponderar mal?
Nada havia de eficaz...
Sigo em frente... ou volto atrás?
Recuei e... pelo sim, pelo não,
optei pela negação!
Não havia meios termos!
Imaginava os enfermos
que, num sofrimento atroz,
morriam cedo, mal e sós.
Anos a fio passarão
até sabermos, então.
porque morreu tanta gente.
Impõe-se resposta urgente!
A minha alma, estouvada, adora estar sempre a cantar. Conjecturando... presumo que não saberá chorar. Gasta, mas inconformada, decidiu mudar de rumo, para me ajustar ao mundo que o Universo governa, - mas que tanto mal contém. Tem uma ambição que alterna num seu desejo profundo: que eu baile… e me sinta bem. Com esta sua alternância, que me causa desconforto, nós entramos em conflito. Coisas há que não suporto. Perante tal circunstância, fico calada… e cogito...
Tal como um mar em tumulto, galgando rochas e areias em dias de marés cheias, em noites de tempo instável... assim estou, face ao insulto de ver que há gente que trava a paz que urge implantar neste mundo, a desabar para um caos insuportável…
Minha alma virou escrava duma luta sem dar tréguas a cada ladrão herói. Sim, porque este disfarce dói! É fruto da corrupção de quem está a muitas léguas de pensar com o coração.
Reina a guerra e a vida insana … por culpa de tanto sacana!!
Paira um clima aziado... Um cerrado nevoeiro invadiu um estado inteiro. Concentrou-se a sudoeste. Pouco se vê da bandeira, porque aumentou a cegueira!
Já há quem se manifeste… É comum a toda a gente querer limpar o ambiente de tanta peste que abunda. Não muda seja o que for... cada dia está pior!
No povo... a dor afunda. Há olhares angustiados, em rostos muito enrugados. Paira medo em todo o lado! Tanto nos mais revoltados como nos que estão calados.
Há mudança no cenário, que parece contrastante. O povo está hesitante sobre a força do palácio. onde permanece um conto… em jeito de contra-ponto.
Deus – Pátria – Família Lá dentro… querem que dure. Os alicerces são fortes... Quem os tem que os segure! Os estadistas da Nação reprimem com convicção.
Não há bem que sempre dure! Nem há mal que nunca acabe. Deixemos para quem sabe ‘limpar’ de fio... a pavio... Basta de tanta opressão, imposta anos a fio!
Maria Letr@ 2015-05-27 (Recriação do poema que escrevi em 1973)
Tipologia: Embrião, quer seja esperado, ou não. Sua condição: Gerado. Tem Vida, não tem Passado. Posto na fila de “Espera”, espera... mas não desespera! Espera alimento e conforto, senão, pode nascer torto. Na sua espera, assaz calma, não tem conflitos de alma.
Nove meses, como ser, dão-lhe a honra de nascer. Um certo aperto no espaço, fá-lo sair do embaraço. Natus Sum! Aqui começa uma reacção expressa de várias formas. A espera, - que antes de ser, já o era no ventre de sua Mãe - grita, mas não ouve... Amén!
E continua esperando sem dela ter o comando... porque “Veni, Vedi, Vici” nem sempre funciona aqui. É que a espera, essa raínha, é lenta quando caminha. Esperar... palavra assaz dura, vira doença sem cura, se quem de esperar se cansa e o que quer... não alcança!
Estado normal: Esperar! Entretanto... vimos passar o tempo que nos foi dado pra viver cá deste lado. Não sei se lá, no Além, iremos esperar também. Esperámos para nascer. Esperamos melhor viver. Esperamos tudo, afinal. Maldita praga geral!
Data da criação deste conteúdo: 2016-01-28 Imagem: David Bartus
Se o lôbrego cenário em que te fechas,
recrudesce e amodorra a tua vida,
não quero mais ouvir as tuas queixas,
fundadas na tua mente empedernida.
Cada vez que, rangendo ao meu ouvido,
me vens falar da tua fé e crença,
afadigas o meu ser que, consumido,
acredita que em ti... é já doença.
Aurindo uma doutrina em que não creio,
coleias, devagar, e adivinho
não perceberes que eu, não serpenteio…
Se aquilo em que acredito, tu não crês,
prefiro mudar meu rumo, meu caminho,
ao remansar da tua insensatez.
Quem anda à chuva... acontece ter aquilo que merece! Tive seis filhos... que quis! Só por isso, já sou feliz. Netos, são catorze aqueles que tenho, cada qual do seu tamanho. Os que estão longe, ouço às vezes, mas alguns não ouço há meses! Depende das suas razões e das minhas limitações. Resumindo: lá gente... eu tenho! Até aqui, nada é estranho. Amo todos de igual maneira, vê-los é que é uma canseira! Alguns estão sempre ocupados com namoradas ou namorados. E se não estão... lá terão qualquer boa distracção. Bué de jogos, discoteca, internet... Mas que seca! E quem sofre? Sempre a avó, que não gosta de estar só. Raramente lhes dou prendas. Tenho despesas tremendas! É curto o meu rendimento. Se o gasto não me alimento. Dei muita gentinha ao mundo, e se não poupo, me afundo. Nem o Natal me comove. Catorze e seis... dezanove!!!
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A areia da tua praia guarda segredos bem fundo que nunca revelará aos curiosos do mundo. Tem sido fiel cobaia de mil ditos e enredos. Sem contramarcha, tu teimas em enfiá-los na tua abusada lida. Na tua vida não há, nem haverá, o sossego que desejas, enquanto nela faltar “Inversão de Marcha”, ou “Saída”…
A direcção que alguns seres seguem na esperança de, um dia, pôr fim ao que de mau tem o mundo, está cravejada de estradas, precipícios, contra-curvas, cheias d’almas atrofiadas de formação bem ruim. Corruptos, parasitas, têm bem no fundo uma só ambição: poder dominar, para roubar meu irmão!
São gente a quem vil cegueira, quiçá das piores que haverá. Só conhecem seus direitos. Esses seres vis e egoístas desconhecem a miséria. É malta zero altruista. É gentalha muito má! E… os que padecem, estão contrafeitos, cansados, sem fé, sem esperança, porque esperar já lhes cansa. Ah… pois é!
Quando a condição "estar só"
passa a ser nossa, no tempo,
porque a idade avançou…
Causa, efeito, ou dominó,
geram sempre um contratempo
e algo, então, se alterou.
Procura uma boa via
de tornares mais valioso
teu saber, dia após dia.
Faz de ti tua companhia.
Esse tempo é precioso
e... quiçá... uma mais valia.
Não desesperes! Reflecte!
Segue em frente, com bom senso.
Explora o tempo. Ele é teu!
Abraça o que completa
o espaço que no teu eu
precisa ser mais intenso.
Nas tuas mãos rugosas,
calejadas,
vejo mil sonhos por realizar,
mil promessas amorosas,
impensadas,
mil tormentos enfadonhos,
a magoar.
Um quadro sem vida
e sem cor,
e uma vontade teimosa,
insaciável,
de não te dares por vencida,
nessa dor.
Sua causa – vergonhosa! -
é intragável.
Gostarias de ultrapassar
algo que te morde,
te remorde,
te consome cada artéria.
Há gente que lhe chama Fome,
outros lhe chamam Miséria!
A Esperança, muito optimista, olha para o Cepticismo, de mau grado... Certamente! Recusa ser pessimista. No seu profundo altruísmo, e devotamente crente, não vê que, em realidade, a crença só, não resulta. Um plano mal calculado e algo, sem piedade, por uma razão oculta... deixa tudo bloqueado.
Portanto, amigos, à Esperança, juntemos tanta Paciência, dura luta, muito amor, e grande perseverança. O resto cabe ao poder dum nosso Deus, ou factor... aliar à nossa luta outros bons ingredientes do cosmos no qual giramos. Com uma sábia conduta, acabará sem inconvenientes aquilo em que acreditamos.
Foram tantos os anos que vivi, sofrida, que nem sei descrever o que, em mim, pesou. Se foram os erros que cometi na vida, ou aqueles com que a Vida me machucou.
Foram tantos os anos de suor molhados, carregando às costas deveres a cumprir, que nem sei se esses tempos atribulados seriam um castigo, por não desistir.
Fui tenacidade, fui força, fui Mulher! Fui fiel às bases, aço e temperança, com orgulho herdadas doutra geração.
Fui tudo o que hoje sou! Se Deus houver, que Ele me ajude, numa sã mudança, a transformar revolta em resignação.
No silêncio, exorcizo males que sofri na vida. Se não me sinto vencida, continuo vencedora. Uma coisa só preciso: calar as penas que sinto, e, enquanto assim, calada, grito as penas que tenho dentro de mim, expostas... comparo qual o tamanho das minhas, com tantas mais, que outros levam às costas... Acalmo. As minhas penas podem matar-me de dores, mas, mesmo assim, são pequenas. Há outras muito maiores, causadas, principalmente, por tanta falta de AMOR!
… e que ninguém se convença que esta podridão não vença. Habilmente protegida por gente para quem a vida dos outros, nada lhes diz, não chegamos à raiz... Essa, está forte e segura, a avaliar pela procura de muita gente de nome que nunca passará fome - enquanto o dinheiro dura. Haja drogas com fartura e traficantes da mesma! Seu fim, tem passo de lesma. Enquanto muitos vão “dentro”, muitos outros, os do centro desta maralha de gente muito rica e indecente, vivem da morte. Que importa? Entraram por uma porta que parece sempre aberta, apesar de tanto alerta! Drogas leves ou pesadas, fumadas ou snifadas por muita, mesmo muita gente com a mente já doente... estão condenados à morte, se não fizerem um corte no consumo que os destrói. Até dói vê-los sofrer! Oh se dói! Enquanto isso, os traficantes, por seus actos revoltantes, deixam num caos bem profundo, famílias de todo o mundo
Data da criação do conteúdo: 2016-06-10 Imagem: Kindel Media
Questiona-se o futuro que daremos
a cada jovem, no auge da ambição.
Nós, adultos, perante o que hoje vemos,
sentimos o nosso esforço ser em vão.
Não se vislumbram sinais fortes e reais,
de gente vocacionada prà mudança,
quando os governos não vêem que há chacais,
que conduzem o país à insegurança.
É todo o jovem, esperançado e crente,
que dos adultos espera a solução
...mas não conseguem remar contra a corrente!
Deixemos que sorriam os que acreditam
numa réstia de luz na escuridão.
Os velhos...já não se envolvem, só meditam!
O tempo gasta-se,
tal como a nossa paciência,
mas é um segredo do tempo
a grande conveniência
de saber esperar.
O tempo aflige,
tal como o sofrer duma criança,
mas é um segredo do tempo
pesar, numa balança,
o possível e o desejável.
Dar tempo ao tempo
pode ser o mais aconselhável.
O tempo corre veloz,
mas é um segredo do tempo
podermos dar corpo à voz
de todos nós, pelos que sofrem.
O tempo é professor.
Deixemos que ele nos dê
mais lições onde o amor
seja a palavra de ordem,
para que o mundo não acabe
numa grande desordem.
O tempo não é nosso,
foi-nos cedido
por um ano, um mês, um dia...
Ele não deve ser perdido.
O tempo passa por nós
e deixa marca...
quer sejas um plebeu
ou um monarca.
Saibamos amá-lo
com sabedoria,
para não corremos o risco
de não termos mais tempo
para apreciá-lo.
Data da criação deste conteúdo:
2010-10-25
Imagem: Montagem de Maria Letra
Gostaria que este poema tivesse asas
para poder voar pelo Universo,
pincelando de cores todas as casas
e emanando amor de cada verso.
Gostaria que cada ser reflectisse
nos seus erros, cometidos no passado,
e que, com a melhor fé, se permitisse
ser de muito sofrimento liberado.
Gostaria que cada pessoa fosse luz
no bom renascer dum mundo com valores.
Ódio é um factor que nos conduz
ao deflagrar de guerras, com seus horrores.
Gostaria que o renascer fosse na base,
no seio das famílias mal formadas,
atendidas com amor, em cada fase,
e todas, condignamente, respeitadas.
Gostaria que cada governo fosse forte,
fiel à sua causa, muito activo,
e nunca se desviasse do seu norte,
projectado num sentido construtivo.
Saudade é um mal que se sente,
Saudade é uma dor ingrata.
É uma ausência presente,
É uma presença que mata.
Saudade de quem partiu,
de quem não está, que não volta.
Saudade é ferida que abriu,
é um mal-estar que revolta.
É negra a cor da saudade,
negra sem réstia de luz.
Sem pena, sem piedade,
põe-nos ao peito uma cruz.
A Saudade não se cura,
enquanto presença for.
A minha saudade é dura,
há muitos anos, amor.
Segundo apelo, sete anos depois de "Gentalha Pra Batalha"
Deixem-me gritar esta revolta que sinto em mim, por tanto mal à solta! Deixem-me com outros, em uníssono, perguntar a Deus, a Esse Altíssimo, que dizem reger tudo, lá do alto: - Quando terminará o sobressalto provocado por fortes sons, estridentes, de tantas armas que matam inocentes? Por que pagarão eles, pelos adultos seguidores de vis princípios bem ocultos? Deponham as armas! Que cesse a guerra destruidora de tudo o que há na Terra! Não deixem que paguem as crianças pelos crimes cometidos por alianças feitas entre adultos muito maus, que espalham ódio e geram tanto caos. Enquanto há gente orando na igreja, há outra gente no mundo, que pragueja! Deixem-me despertar adormecidos, cegos, imbecis e embrutecidos pelas luzes estonteantes da ribalta - onde circula tanta gente falsa… Não optem pelo recurso à guerra. Somos todos irmãos aqui na Terra!