Faço parte desse teu imaginário. Para ti, não sou um ser... Eu sou um vulto bem escondido atrás dum cenário onde, covardemente, o manténs, oculto. Tu nunca consideraste o meu direito à liberdade. Ignoras o respeito que me deves. Sou Mulher e sou pessoa. Tu não planeaste tudo isto, à toa...
Não tolero a tua covardia, tanto insuportável, quanto infame! Tu geres sempre o meu dia-a-dia tentando protegeres-te do vexame de poderes vir a ser reconhecido. Tu és um ser que vive comprometido entre fazer bem e fazer muito mal. Tu és.... subtilmente... um anormal.
Divides-te entre o bem que aparentas, e o insuportável mal que praticas. Satisfazes velhas ânsias sedentas de vingança e guerra, que exercitas provocando no meu ser um medo atroz. Impedida de erguer a minha voz. fizeste de mim a escrava desejada que amordaças, para manteres calada.
E eu... - Deus meu! - não posso fazer-te frente. És demasiado musculoso... forte! A minha grande fraqueza não consente arrojos, porque vive temendo a morte. Até quando segue a lei, compactuante com este horror que continua actuante? Até ser tarde demais e deixar que eu sinta a liberdade morrer em mim... faminta?