Ouço o chilrear dum pássaro, aturdido.
Minha alma desperta ao som dum novo dia.
A noite despediu-se escapando do ruído
de seres indignados, gritando de agonia.
Começa o movimento dum vaivém que cansa.
O povo não se cuida, afunda na rotina...
e neste afundamento pesa o da criança
entregue a vigilâncias às quais se subordina.
Vives esmagado por normas sociais
onde impera a força de grandes aldrabões.
Queimam a tua esperança e as tuas ilusões.
Vives numa era de forças virtuais.
Deixaste de ser livre! Tu és um seu refém!
Não vales pelo que és, mas sim pelo que tens.