O crime em Portugal teve um aumento muito significativo e tornou-se um sério factor de preocupação, não só pelo que representa para as vítimas, mas também pela consequente instabilidade emocional que cria a todos os níveis, instabilidade essa que abrange desde o exterior das nossas casas, e o interior das escolas e de lugares públicos, até ao sagrado direito de paz no interior de tantos lares ameaçados por criminosos de quem a última coisa que se esperaria seria a prática de um crime que vitimize um cônjuge, uma criança ou mesmo um familiar.
O programa ”Em Cima da Hora”, da TVI, só vê quem aguenta e/ou quem quer, pois muitas pessoas poderão considerá-lo bastante pesado pela exposição em bloco do que está a passar-se no mundo do crime em Portugal. A constatação da existência de casos hediondos é, sem sombra de qualquer dúvida, altamente preocupante porque esconde, muitas vezes, realidades camufladas por comportamentos dissimulados da parte dos transgressores, como sendo reais provas de (des)amor cheias de “boas intenções”. Estas atitudes, frequentemente. levam as vítimas a menosprezar realidades diferentes das que imaginariam. Pessoalmente, aprecio a existência deste programa televisivo incluindo a presença de técnicos na área do crime, os quais não só nos facultam uma análise detalhada da realidade que se vive neste momento em Portugal, mas também da mesma ser discutida por bons especialistas na área do crime, cujas chamadas de atenção para certos comportamentos poderão ajudar os interessados a reconhecer certos particulares da imaginação fertil de tantos criminosos, para com as suas vítimas. Programas de breve referência a casos isolados não bastavam. Eram noticiados casos demasiadamente fragmentados, sabendo-se que enquanto tais casos eram focados, o crime estava alastrando cada vez mais.
Se me perguntam se o programa “Em Cima da Hora” é o programa ideal, direi que essa resposta deverá ser dada por analistas à altura. A minha análise enquadra-se na de alguém que “, na ausência de melhor, valoriza o que possa existir de bom no que tem à sua disposição”.
Reflexão: O perdão concedido por pena, aos “arrependidos”, urge ter os dias contados, pois "Quem ama não magoa, protege do que possa fazer muito mal para toda a vida".