Vento que bate, insistente, em frágeis corpos sem norte. Leva tudo à sua frente, na sua fúria de morte. Ninguém sabe o que fazer. Desistir, não são capazes. Acreditam que vencer é o prémio dos audazes. Os que preferem ponderar, estudam o mal na raiz, buscando como travar os ventos do seu país.
Ventos loucos, sem control, que sopram todos os anos, anos escuros, sem sol, que causam penas e danos. Uns esperando a calmia, vão recolhendo a folhagem; outros, mais em sintonia, lutam juntos com coragem. Procuram travar a dor. Têm esperança no bom senso e na força do amor, cujo poder é imenso.
Fartos dum presente duro, fogem de ventos e lodos. Têm esperança no futuro. Todos por um, um por todos! E, nesse esperar sem fim, sentindo a força do vento que sopra, dentro de mim, fui-me esquecendo do tempo, esse factor meu rival, que sei ser muito importante nesta luta desigual contra um mau tempo constante.