O mar se mostra agitado. A maré viva ameaça. Soltem as asas às aves, em cada uma que passa. Quero que voem comigo. Sopra o vento, são os ais da alma dos imortais.
Voa alto o pensamento. Tem asas, pode voar, mesmo que, em sobressalto por algum constrangimento, páre um tempo. Tranquilo, fica pairando no ar até aos sonhos voltar.
Excedo-me nas alturas, sobre o mar em maré viva. Atrevo-me em aventuras até que, sempre à deriva, recomece a calmaria. Assobia forte o vento. que odeia o meu voo lento.
Não tenho força nas asas por tanto haver estagnado em almas pobres e rasas. Meu coração, já cansado, chora de tanto esperar. A cor negra da Saudade. corroeu-lhe a Liberdade.