Às voltas, reviro, às voltas,
buscando uma posição
que me dê algum conforto
ao corpo, já meio morto
por tanto lutar em vão.
Sinto mal-estar profundo.
Triste, sem qualquer esperança,
sonho numa plataforma
sem alicerces, sem forma.
Careço de confiança.
Como cenário... o mundo!
Sem perceber esta água
que me atormenta, caindo…
vou a mim própria inquirindo
porque terei tanta mágoa.
Sinto que estou num castelo
onde as regras estão falidas
e os reis e as rainhas
se movem em fileirinhas...
como baratas perdidas.
Deslizam como formigas
à pressa, mas sem acção.
Umas falam com os reis
traindo todas as leis,
outras com submissão.
Pecam todas por vaidade.
Fazem pena, geram dó.
Traidoras, sem um porquê,
procuram não sei o quê…
Estou entre elas… muito só!
Já desperta, me pergunto
por que tanta chuva cai...
molhando tantos peões!
Solitários, aos milhões,
nada os atrai… ou distrai.
Data da criação deste conteúdo:
2014-08-02