O dia saiu de cena. Acabou a encenação. Por hoje, fechou-se o palco onde ao vivo fiz, serena, o papel de aventureira. Sobre penas, que ainda calco, nos bastidores me deleito por ter sido verdadeira.
Fiz uso deste meu jeito de disfarçar, simular, de esconder-me, de sorrir.. sendo eu mesma, sem fingir. Não faço papel de actriz; não recrio fantasias. As mágoas perdurarão no tempo, com cicatriz.
Dói-me que o meu calendário, corra veloz num cortejo de meses, parecendo dias. Sinto pena que o cenário não me tenha dado ensejo de esconder o que me dói. Ferida que o tempo não cura… não desvanece… corrói.