Solta-se a fera nas asas dum inocente
que desconhece o espaço pra onde voa,
mas seguindo à deriva, quem o leva sente
carregar uma dura carga que atraiçoa!
Há que mudar de rumo. A praia, já remota,
recorda-lhe aquele mau tempo de criança.
Vagueia no espaço e pensa na derrota,
se prosseguir voando sem fé ou confiança.
Afrouxa o voo, e medita no seu fim
como algo imutável, sem outra saída.
Agradece ao tempo e à própria Vida!
Prosseguindo, aceita tudo o que foi ruim,
sorrindo ao futuro e aceitando a morte
porque nesta, não conta o factor sorte.