Revejo, palmo a palmo, as estradas onde caminhei
arrastando comigo a teimosa ilusão de haver-te.
Foi um penoso crescimento, que não controlei,
uma vontade constante de não perder-te.
Viveste escondido em todos os meus cenários.
Era um modo de ter-te, uma forma de provar-te
que estavas em mim nos meus sonhos diários.
Enquanto vida fui... continuei a amar-te.
Hoje sinto que parti. Choro esse tempo, Amor.
Será que percebeste a imensidão da dor
que carreguei no peito durante tantos anos?
Sou vulcão sem vida que jaz acorrentado
num espaço gelado, triste, ignorado.
Na minha mente secaram já mil desenganos.