CLAMOR POR RESPONSABILIDADE


Mas afinal, porque é que nos surpreendemos com o aumento da criminalidade em múltiplas vertentes da nossa sociedade, se os respectivos responsáveis do governo, a quem competiria tomar posições firmes, não actuam como se impõe?

São vários os campos que requerem medidas adequadas, nomeadamente o da proibição de exporem, em revistas, imagens de grande violência e instigação ao crime — como, por exemplo, a revista Telenovelas — ou o livre abuso, da parte de tantos jovens, de usarem certas redes sociais onde estão infiltradas pessoas corruptas em busca de presas fáceis.

Num país onde, durante tantos anos, se abusou da tão desejada liberdade, camuflada no slogan “democracia em liberdade”, lamento o tempo que se perdeu na construção de uma determinada disciplina de actuações de base — a começar pela educação e formação dos pais — durante o qual tanta coisa foi levada a excessos que hoje muito preocupam quem assiste à derrocada de uma sociedade onde reina o descalabro.

As minhas palavras poderão ser criticadas por acumularem excesso de dramatismo, mas sintonizem — por exemplo — a televisão em certos programas, onde se narra o crime que é praticado diariamente em Portugal e que excede todos os limites do suportável, e ficarão afectados psicologicamente, tal como eu. A menos que a sensibilidade do tele-espectador seja nula, ninguém pode ficar indiferente.

Permiti-me a liberdade de voltar a falar de um tema que, como mãe e como avó, me preocupa bastante. Mas atingi limites que não me permitem mais do que chamar a atenção para um tema demasiadamente revoltante, no seu todo.


Data da criação deste conteúdo:
2025-10-05