Os versos que vos deixo, hoje, aqui,
não referem todo o jovem, em geral.
Dizem respeito a alguns, que eu escolhi,
pelo seu comportamento pessoal.
Indiferente à inocência da imagem
que espelhava em águas limpas, a criança
ignora que o tempo, na passagem,
espera muito dela, enquanto avança.
Mas se a imagem que queremos perpetue,
começar a revelar provocação...
se repudiamos que se afirme e se habitue,
é necessária imediata intervenção.
Um dos grandes dilemas existentes,
no seio de famílias, hoje em dia,
é o desrespeito de jovens impertinentes,
que se julgam promotores de sabedoria.
Contestam os conselhos que lhes dão,
com ares duma arrogância que me espanta,
e nem lhes coloquemos a questão
de regras a cumprir. Não adianta!
Olham de alto a baixo o conselheiro,
à guisa de quem começa a prevenir:
- Esperas que eu te ouça o dia inteiro?
Olha prà minha cara! É já a seguir!
É um convencimento tão concreto
e tão enraizado num perfil...
que se julgam, na verdade, o objecto
que faz de qualquer outro, um imbecil.
Reagem aos conselhos que lhes dão
os pais ou os avós, com indiferença.
Assumem ares duma tal convicção,
que atingem o desrespeito e a ofensa.
Adultos que estão nestes maus lençóis,
disciplinem as vossas reacções.
Controlem o cantar dos “rouxinóis”
e passem dos avisos, às acções.
É que muitos dos pais, já saturados
de um dia de trabalho em nada fixe,
preferem não serem mais incomodados...
e escolhem o mais fácil: - Ka sa lixe!
De cedência em cedência... passam anos.
Enraizam-se defeitos nesses jovens,
e num futuro rico em desenganos,
sentir-se-ão inúteis, nunca homens!
A mais poderosa fonte de bem estar
e de bem conviver, em sociedade,
será a do respeito e partilhar,
com quem condividamos equidade.
2016-04-06
Imagem: Yaotl Ollin