QUEM ME DERA QUE VOLTASSE A PRIMAVERA


Outrora, o meu regaço quente e fundo
abraçava, apaixonado, todo o mundo.
Partilhava sonhos, era outra atmosfera.
Oh! Quem dera que voltasse a Primavera...

Pairava cheiro intenso a urze nas montanhas
enquanto os rios geravam força nas azenhas.
Brilhava felicidade por todo o lado,
e os maus momentos dissolviam-se no fado.

Quisera sentir hoje, como antigamente,
a magia do indiviso e, lentamente,
envelhecer durante os anos que me restam.

Porém, os rios já não são livres como outrora.
Parte do caudal diminuiu, e pesa agora,
uma infinidade de males que molestam.


Data da criação deste conteúdo:
2022-06-04