A PALAVRA! SUA EXCELÊNCIA!


As palavras, quando as soltam,
ruam por todos os lados,
e correm de boca em boca
em muitos que, não calados,
e de cabeça assaz oca,
fazem lestos prognósticos
sobre isto, aquilo e aqueloutro,
...nem sempre com fundamento.
Sejam simples ou pernósticos,
maltrapilhas, ou letrados,
soltam palavras ao vento, 
cheios de convicções...
só pra não estarem calados
e causarem reacções.
Chamemos-lhes tagarelas!
Há, porém, muitas palavras
que vivem encarceradas
em bocas que não se abrem.
São vítimas de cautelas
de pessoas previdentes.
Nas suas mentes não cabem,
nem as conversas da treta,
nem as de mentes doentes.
Outras há, mesmo de cultos,
a que não chamo palavras,
prefiro chamar insultos.
Vivem num estado perene
na boca de gente reles.
Insulto... provoca insulto.
É ver quem se insulta mais!

Contudo, quando as palavras
são encerradas em livros
comprados por multidões...
passam a ser imortais.
Mais do que gerar palavras,
geram muitas emoções.
Ficam sujeitas à crítica
de quem as lê. Surdas, mudas...
estão ali. Oferecem tempo
a todo e qualquer leitor,
para que o seu pensamento
possa julgar e expor 
sobre o tema que as juntou.
Não há dita por não dita.
Nenhuma dessas  palavras 
foi jogada para o ar.
Dispostas, na forma escrita,
a que alguém deu preferência,
passam a ser, uma a uma...
A Palavra! Sua Excelência!


Data da criação deste conteúdo:
2015-12-11